Exame detecta vestígios de ebola em sêmen de paciente curado 6 meses antes

Até agora a recomendação de evitar relações sexuais depois de ser infectado pelo vírus se limitava a três meses após o surgimento dos primeiros sintomas da doença

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AFP - Agence France-Presse Publicação:15/04/2015 10:56Atualização:15/04/2015 11:10
 Libéria, Serra Leoa e Guiné são os países mais afetados pela doença (AFP PHOTO / ZOOM DOSSO )
Libéria, Serra Leoa e Guiné são os países mais afetados pela doença
A Organização Mundial da Saúde (OMS) indicou nesta quarta-feira (15/04) que encontrou vestígios do vírus do ebola no sêmen de um homem na Libéria curado seis meses antes. Até hoje, a presença mais longa do vírus no corpo de um paciente registrado pela organização era de "82 dias desde o início da infecção", segundo um estudo de 1995 sobre um paciente da República Democrática do Congo (RDC).

"Foram encontrados vestígios do vírus no esperma ao menos seis meses depois da cura" do paciente, afirmou o porta-voz da OMS, Tarek Jasarevic. No entanto, disse Jasarevic, há no momento um único caso, o do paciente da Libéria.

Este homem deixou uma unidade de tratamento do ebola em setembro depois que seus testes sanguíneos deram negativo para o vírus. O paciente "entregou uma amostra de seu esperma que deu positivo 175 dias depois de seu teste sanguíneo negativo", explicou Jasarevic. "Precisamos entender melhor se este caso particular é uma anomalia ou se realmente um grupo de pessoas pode conservar vestígios de ebola por um prazo tão longo. Levará um tempo fazer estes estudos", disse o porta-voz.

Quanto ao caráter potencialmente infeccioso deste esperma, a OMS preferiu não tirar conclusões e emitir apenas uma mensagem de prevenção. Até agora a recomendação de evitar relações sexuais depois de ser infectado pelo vírus se limitava a três meses após o surgimento dos primeiros sintomas da doença. A incubação do vírus dura até 21 dias, período durante o qual a pessoa deve permanecer em observação.

O vírus deixou 10.604 mortos desde seu surgimento, no fim de 2013 no oeste da África, principalmente em Libéria, Serra Leoa e Guiné, segundo o último relatório da OMS.

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