Livro destaca importância do parto normal e da amamentação nos casos de bebês prematuros

Lançamento de 'Mãe Prematura', de Flávia Fonseca, acontece neste sábado (23/05) em Belo Horizonte

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Ellen Cristie Publicação:19/05/2015 09:00Atualização:19/05/2015 09:11
'Amamentei Rafael exclusivamente até os primeiros seis meses de vida e ele mamou no peito até os 10 meses, o que fez com que adoecesse menos e ficasse mais forte' -  Flávia Fonseca, autora do livro 'Mãe prematura' (Arquivo Pessoal )
"Amamentei Rafael exclusivamente até os primeiros seis meses de vida e ele mamou no peito até os 10 meses, o que fez com que adoecesse menos e ficasse mais forte" - Flávia Fonseca, autora do livro 'Mãe prematura'
Você está a pouco mais de dois meses de realizar um de seus maiores sonhos: ser mãe. Está finalizando o quarto do seu bebê, comprando acessórios e cuidando dos últimos detalhes, quando, de repente, ele dá sinais de que vai nascer antes da hora. E agora? Esse é um dos temas tratados no livro Mãe prematura, de Flávia Fonseca, com lançamento previsto para o dia 23 deste mês, das 9h às 12h, na Biblioteca Pública Luiz de Bessa (Praça da Liberdade, 21, Bairro Funcionários), em Belo Horizonte.

Mãe de Rafael, hoje com 5 anos, Flávia foi pega de surpresa com um parto normal prematuro na 32ª semana de gestação, quando isso deveria ocorrer entre 38 e 42 semanas. No livro, além de defender o parto normal, Flávia alerta para a importância da amamentação, mesmo nos casos de prematuridade. “Uma pesquisa dos Estados Unidos mostra que dois terços dos bebês que vêm ao mundo de parto normal e prematuros apresentam condições respiratórias melhores na hora de nascer do que os nascidos via cesárea.”

Em pouco mais de 100 páginas ela relata a trajetória de mãe e filho, desde o momento em que foi comunicada de que o bebê já estava nascendo, passando pela UTI Neonatal (período em que Rafael permaneceu por 21 dias), até chegar aos 2, 3, 4 e 5 anos, idade considerada por Flávia como a finalização da primeira infância.

Segundo a jornalista, há uma inversão de valores no Brasil e o que se vê, entre a maioria das gestantes brasileiras, é a opção pela cesárea, mesmo que a Organização Mundial de Saúde preconize o parto normal como mais adequado para mãe e filho.

Dois terços dos bebês que vêm ao mundo de parto normal e prematuros apresentam condições 
respiratórias melhores na hora de nascer do que os nascidos via cesárea (Asa de Papel Editora/Reprodução)
Dois terços dos bebês que vêm ao mundo de parto normal e prematuros apresentam condições respiratórias melhores na hora de nascer do que os nascidos via cesárea
Flavia acrescenta que nem sempre o parto normal é o mais indicado. “Há casos em que a cesárea é realmente necessária, mas, se compararmos com os países desenvolvidos, onde a cesárea é exceção em vez de opção, no Brasil ocorre exatamente o contrário”, comenta.

Ela cita, inclusive, uma campanha do governo federal, iniciada no começo do ano, no sentido de desestimular os planos de saúde a realizarem partos por cesárea. No caso de Flávia, nem mesmo o fato de Rafael ter nascido com sete meses de gestação a fez desistir do parto normal. “As enfermeiras da UTI duvidaram que eu fosse mesmo a mãe, pois me levantei da cadeira e saí andando normalmente para ver Rafael. As mães de cesárea sempre chegavam curvadas”, diz a jornalista em um trecho do livro.

DESAFIOS
Com relação à amamentação do bebê prematuro, Flavia vivenciou um início cheio de desafios, já que, geralmente, os bebês não têm força para sugar o peito. Desde o primeiro dia, o leite foi retirado por meio de uma bomba elétrica e colocado em uma sonda, dica essencial de outras mães e dos funcionários do hospital, que armazenavam o material em um banco de leite. “Amamentei Rafael exclusivamente até os primeiros seis meses de vida e ele mamou no peito até os 10 meses, o que fez com que adoecesse menos e ficasse mais forte.”

Passado o turbilhão do primeiro ano, do ganho de peso, dos primeiros sons, primeiros passos e da grande aventura de se sentir mãe, Flavia narra momentos como o batalhão de perguntas feitas pelo filho, a chegada do Papai Noel ou a primeira vez que ele viu o mar. Um livro, sem dúvida, que vai esclarecer várias dúvidas – um alento para milhares de mães.

SEMINÁRIO
Em julho, temas como o desafio e as agruras de ser mãe farão parte do 1º Seminário Internacional de Mães, que será realizado no Hotel Ouro Minas, em BH. Entre as atrações estão as americanas Melinda Blau, uma das autoras da trilogia A encantadora de bebês, e Pamela Duckerman, de Crianças francesas não fazem manha, ambos best-sellers.

Ao todo, serão sete palestrantes, que abordarão temas como sono, educação, alimentação dos filhos, vida familiar e a relação sexual com a chegada do bebê.

ESTUDOS APONTAM

O Brasil é o país onde mais se realizam cesáreas no mundo
» 84% no sistema privado
» 40% no Sistema Único de Saúde (SUS)
» 15% é o índice recomendado pela OMS
» Número de óbitos maternos é 10 vezes maior em cesáreas que em partos normais

Fonte: Organização Mundial da Saúde e American Journal of Obstetrics and Ginecology

Principais causas de prematuridade de bebês (parto espontâneo, antes de 37 semanas)
» Gravidez múltipla (24 vezes mais risco)
» Encurtamento do colo (seis vezes mais risco)
» Má-formação fetal (cinco vezes mais risco)
» Sangramento vaginal (duas vezes mais risco)
» Número inferior a seis consultas de pré-natal (1,5 vez mais risco)
» Infecções urinárias (1,2 vez mais risco)

Fonte: Estudo Multicêntrico de Investigação em Prematuridade (EMIP): Prevalência e Fatores Associados com Parto Prematuro Espontâneo

SERVIÇO:
Seminário Internacional de Mães
Dia 11/7 – das 8h às 19h
Hotel Ouro Minas
www.seminariodemaes.com.br

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