Fina ou grossa? Depilada na linha ou na pinça? Preparamos um guia da sobrancelha
Saiba como tomar as decisões acertadas para o equilíbrio do seu rosto
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O clichê é certo: as sobrancelhas são a moldura do olhar. Sem elas, fica difícil marcar as expressões — tanto que, na época do cinema mudo, as sobrancelhas eram desenhadas para ajudar na interpretação das atrizes e para diferenciar as mocinhas das vilãs. E a importância delas é enxergada a olho nu. Um desenho limpo consegue mudar o rosto de uma pessoa. “É possível fazer praticamente um lifting mudando a sobrancelha. Às vezes, só mudar o desenho já dá aquela levantada no olhar”, conta Gabriela.
Hoje, levantamos a bandeira do cuidado com as sobrancelhas e contamos tudo o que é preciso saber sobre o assunto. O primeiro passo? Procure um especialista, que vai medir seu rosto e criar o desenho ideal. Acredite, seu rosto não é tão simétrico quanto você acha — e mudar o formato das sobrancelhas pode restabelecer o equilíbrio.
As sobrancelhas já mudaram muito ao longo dos anos. Na época do cinema mudo, as atrizes raspavam todos os pelos e pintavam para ajudar nas expressões e na caracterização das personagens. As mocinhas tinham sobrancelhas mais curtas, enquanto as vilãs tinham sobrancelhas longas e arqueadas. Os anos 1940 vieram com pelos naturais, arqueados e desenhados com as pontas mais finas. A década seguinte trouxe sobrancelhas mais grossas, triangulares.
Nos anos 1960, a moda em sobrancelhas se espelhava na modelo Twiggy: finas e arqueadas, tanto que as mulheres voltaram a raspar todos os pelos e optavam por um desenho de lápis. Aos poucos, as sobrancelhas foram engrossando, até chegar à década de 1980, quando os fios deviam ser fartos e volumosos. Já em 1990, voltou-se a optar por sobrancelhas finas, apesar de mais naturais do que as dos anos 1960.
Os tipos de pinça
Ponta reta
- A mais comum, é indicada para retirar pelos longos ou médios. Consegue remover mais de um por vez. Serve para limpar o contorno da sobrancelha sem mudar o desenho.
Ponta diagonal ou chanfrada
- Retira pelos médios e curtos pela raiz, com precisão e praticidade. As chanfradas mais arredondadas são indicadas para fios delicados.
Ponta fina ou bisturi
- Indicada para pelos curtos, finos ou encravados e desenha formatos mais delicados nas sobrancelhas. Exige habilidade, pois pode machucar a pele.
Existe moda em todos os segmentos da vida. Roupas, sapatos, maquiagem, comida, cabelo e, claro, sobrancelhas. Hoje, a moda é aceitá-las como são. Não adianta pedir para o profissional imitar as sobrancelhas de Cara Delevigne —elas só funcionam na modelo. Para cada pessoa, o designer deve definir um desenho que se adeque às medidas do rosto. E o jeito de descobrir onde a sua deve começar e terminar passa por um instrumento chamado paquímetro (o nome é feio, mas é um tipo de régua). Daí, baseado nas medidas de cada um, o profissional faz seu trabalho.
“Muita gente não entende que não temos o rosto proporcional, não temos as medidas perfeitas. Com o paquímetro, conseguimos mostrar que uma sobrancelha não é gêmea da outra. São irmãs, e sempre tem uma mais rebelde. Trabalhamos o máximo da igualdade, mas elas nunca vão ser perfeitamente idênticas”, explica Gabriela. Além disso, as expressões forçam os músculos da testa e acabam interferindo nas sobrancelhas. Quem consegue levantar só uma, por exemplo, provavelmente a terá mais alta do que a outra.
Mas, para desenhá-las, é preciso ter pelos suficientes. Se, nos anos 1990, a moda era tirar ao máximo, agora passamos por uma fase de “cultivo”. Estão disponíveis no mercado vários produtos voltados ao fortalecimento os fios — de medicamentos poderosos a soluções caseiras e à base de extratos naturais.
“Existe uma tendência por sobrancelhas angulosas, quanto à espessura. Se fina, média ou grossa, é mais uma questão pessoal do que moda. Buscamos naturalidade”, explica Jane Muniz. Há coisa de 10 anos, as mulheres mudavam de sobrancelha como quem faz luzes no cabelo. O indicado hoje é aceitar o que se tem e evitar tirar muito, mantendo um ângulo para levantar o olhar.
Em termos de técnica, a famigerada pinça nunca sai de cena, já que é com ela que se faz o desenho. Mas a linha é um procedimento indispensável para alcançar sobrancelhas perfeitas. “A linha arranca o pelo pela raiz, sem cortá-lo, além de manter a pele mais forte, firme e esfoliada. A cera acaba queimando a pele e acelerando o processo de flacidez”, compara Alessandro Ramalho, master franqueado da Sobrancelhas Design. Por remover quase 95% dos pelos, a linha é aliada na limpeza do desenho e, a longo prazo, diminui o crescimento de pelos na região.
Nada de definitivo
Se os pelos não crescem o suficiente, a definitiva surge como um recurso. Semelhante a uma tatuagem nas camadas mais superiores da pele, se propõe a preencher os vazios com tinta. “Os três métodos mais conhecidos são a definitiva, a fio a fio e a 3D. São considerados procedimentos agressivos, porque, ao perfurar a pele, as agulhas também danificam o folículo dos pelos, enfraquecendo-os a ponto de não nascerem mais”, explica Alessandro Ramalho.
Outro problema é a questão da aparência artificial: é difícil encontrar a cor certa e até as técnicas que se dizem temporários demoram a sair. “Recebo muitas clientes que já fizeram há mais de dois anos e continuam com as sobrancelhas pintadas. O desenho sai, mas a tinta só desbota ou fica avermelhada”, explica Gabriela Fontenelle. “Só aconselho para quem tem alopécia, calvície ou cicatrizes.” Alessandro Ramalho confirma que o procedimento é desaconselhado pela maioria dos dermatologistas, uma vez que existem outros tratamentos menos agressivos e mais eficientes.
Há duas opções não definitivas com resultados melhores do que as tatuagens: a henna e as tinturas à base de água. O lado bom das duas técnicas é que preenchem com perfeição e saem em, no máximo, um mês após a aplicação. “O que fazemos agora é uma técnica ombré, que é mais leve no começo das sobrancelhas e vai escurecendo. Se um dia a moda mudar e todo mundo resolver voltar a usar sobrancelha fina, temos como fazer. Quem faz definitiva não tem mais essa opção: fica presa àquele desenho para sempre”, afirma Gabriela.
Sugestão de produtos:
Eyebrow Lipocils, da Talika, é um gel para o crescimento das sobrancelhas (R$ 184)
Gel para sobrancelha, da Quem Disse Berenice? (R$ 41,90)
Para um olhar marcante, realce as sobrancelhas com Instant Lift for Brows, da Clinique. Em um produto só, ele preenche as falhas e ilumina (R$ 99)
Pinça dupla chanfrada e fina, da Marco Boni (R$ 7)
Pinça chanfrada animal print, da Marco Boni (R$ 5)
Caneta sobrancelha, da Quem disse Berenice? (R$ 41,90)
Duo Perfect para Sobrancelhas, da Contém 1g (R$ 81)
Nutrifix, do Spa das Sobrancelhas, é um gel que alinha, nutre e modela os pelos (R$ 45)
Solução para Sobrancelha Make B., de O Boticário (R$ 41,99)
Gloss para sobrancelhas, do Spa das Sobrancelhas (R$ 39)
Um tipo de maquiagem
Quem prefere um preenchimento ainda mais fugaz, a maquiagem costuma funcionar. “Sombra é sempre a melhor opção”, afirma Gabriela Fontenelle. Segundo ela, os lápis de sobrancelha que contêm cera enfraquecem a raiz do pelo. A dica é ficar de olho na composição e optar pelo lápis só nas áreas com falhas pontuais. “Mas a sombra resolve bem, fica mais natural, preenche o que precisa”, completa.
Antes de tudo, a sobrancelha deve estar bem cuidada e com o desenho limpo. “Quando o design é projetado e estudado, é fácil identificar os pontos de aplicação da maquiagem”, explica Jane. Para aumentar a densidade dos fios, uma boa opção é optar por um gloss que torne a sobrancelha mais encorpada. “E, para realçar o desenho da sobrancelha, use o lápis iluminador na extremidade inferior da sobrancelha e esfume”, ensina.