Nove em cada dez pais querem que filhos sigam carreiras tradicionais
Medicina, Engenharia e Direito são os favoritos. A maioria dos pais também acredita que um diploma universitário é essencial
Agência Estado
Publicação:15/07/2015 17:00Atualização: 15/07/2015 17:07
Nove em cada dez pais brasileiros gostariam que os filhos seguissem carreiras tradicionais, como Medicina, Engenharia e Direito. A preferência por essas áreas é maior no Brasil do que a média mundial, que foi de 83% dos pais entrevistados, segundo pesquisa realizada em 16 países pelo banco HSBC, nos meses de março e abril deste ano.
Dentre os pais que disseram ter preferência para as carreiras tradicionais, 23% disseram que gostariam que os filhos cursassem Medicina, 18% disseram preferir Engenharia e 12%, Direito. Além disso, 83% dos pais disseram querer que os filhos tenham uma profissão diferente da sua.
A pesquisa também apontou que para 89% dos pais brasileiros considera que ter um diploma universitário é "essencial" para atingir "metas importantes na vida", sendo que 88% dos pais no Brasil também disseram estar dispostos a contribuir financeiramente para a graduação dos filhos. A média global é de 95% dos pais. "Os pais, realmente, desejam que os filhos sejam bem sucedidos em suas carreiras, mas poucos executam um plano financeiro para que a criança possa estudar no país ou fora", disse Miranda.
Poupança para a educação
Levantamento realizado pelo banco no ano passado apontou que os pais brasileiros são os que menos poupam para a educação dos filhos. Apenas 42% dos entrevistados economizava para os estudos dos filhos, enquanto a média global era de 64%. Em países asiáticos, onde a cultura da poupança é maior, a economia chegava a 85% dos pais na Malásia e 81% na China.
A pesquisa atual mostrou que grande parte reconhece que uma educação de nível superior significa altos investimentos. Sete em cada 10 (70%) brasileiros consideram a universidade inacessível para a maioria das pessoas. Um estudo feito pelo banco estimou entre R$ 500 mil e R$ 1 milhão (levando em consideração mensalidades, transporte, alimentação, cursos de idiomas, uniformes, material didático, entre outros) o investimento em educação para uma criança, do ensino infantil ao superior.
Larissa Albuquerque de Oliveira, 19 anos, estava cursando o terceiro ano no curso preparatório do Anglo para o vestibular de Medicina, quando decidiu mudar e cursar História. "Eu tive muito medo da reação dos meus pais. Ficou claro que eles ficaram um pouco decepcionados com a mudança, mas disseram que me apoiariam."
Ela contou ainda que a remuneração mais alta para médicos e a oferta de vagas no mercado de trabalho foram os motivos apontados pelos pais para justificar a preferência. "Mas eu sei que tem também a questão do status da profissão", disse a estudante.
Arles Maisa Silva, 18 anos, disse que os pais nunca a pressionaram para escolher a carreira, mas que ficaram "aliviados" quando ela decidiu que prestaria o vestibular para Medicina. A jovem, que veio da Bahia para estudar no Cursinho da Poli, em São Paulo, disse que os pais a incentivaram financeira e emocionalmente por ser uma profissão com maior estabilidade.
Felicidade
Ainda de acordo com a pesquisa, para 62% dos pais brasileiros a felicidade deve ser a meta de vida dos filhos. O número está abaixo da média mundial, que foi de 64% dos pais. Ter dinheiro o suficiente para ter uma vida confortável foi apontada como a principal meta para 35% e ter uma carreira de sucesso foi apontada por 32%.
A pesquisa O Valor da Educação entrevistou 5.500 pais, com filhos com menos de 23 anos, em 16 países.
Nove em cada dez pais brasileiros gostariam que os filhos seguissem carreiras tradicionais, como Medicina, Engenharia e Direito. A preferência por essas áreas é maior no Brasil do que a média mundial, que foi de 83% dos pais entrevistados, segundo pesquisa realizada em 16 países pelo banco HSBC, nos meses de março e abril deste ano.
Dentre os pais que disseram ter preferência para as carreiras tradicionais, 23% disseram que gostariam que os filhos cursassem Medicina, 18% disseram preferir Engenharia e 12%, Direito. Além disso, 83% dos pais disseram querer que os filhos tenham uma profissão diferente da sua.
Saiba mais...
De acordo com Augusto Miranda, diretor de Gestão e Patrimônio do HSBC, a preferência está ligada à falta de organização financeira dos brasileiros. "As carreiras mais populares entre os pais são as mais conservadoras, aquelas com mercado de trabalho já consolidado e com menos riscos. No Brasil, ainda não temos uma cultura de organização financeira, por isso, eles querem que os filhos sigam essas profissões para ter mais segurança."- Especialistas reforçam que trocar de curso ou de profissão não é um problema; apoio familiar é muito importante
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A pesquisa também apontou que para 89% dos pais brasileiros considera que ter um diploma universitário é "essencial" para atingir "metas importantes na vida", sendo que 88% dos pais no Brasil também disseram estar dispostos a contribuir financeiramente para a graduação dos filhos. A média global é de 95% dos pais. "Os pais, realmente, desejam que os filhos sejam bem sucedidos em suas carreiras, mas poucos executam um plano financeiro para que a criança possa estudar no país ou fora", disse Miranda.
Poupança para a educação
Levantamento realizado pelo banco no ano passado apontou que os pais brasileiros são os que menos poupam para a educação dos filhos. Apenas 42% dos entrevistados economizava para os estudos dos filhos, enquanto a média global era de 64%. Em países asiáticos, onde a cultura da poupança é maior, a economia chegava a 85% dos pais na Malásia e 81% na China.
A pesquisa atual mostrou que grande parte reconhece que uma educação de nível superior significa altos investimentos. Sete em cada 10 (70%) brasileiros consideram a universidade inacessível para a maioria das pessoas. Um estudo feito pelo banco estimou entre R$ 500 mil e R$ 1 milhão (levando em consideração mensalidades, transporte, alimentação, cursos de idiomas, uniformes, material didático, entre outros) o investimento em educação para uma criança, do ensino infantil ao superior.
Larissa Albuquerque de Oliveira, 19 anos, estava cursando o terceiro ano no curso preparatório do Anglo para o vestibular de Medicina, quando decidiu mudar e cursar História. "Eu tive muito medo da reação dos meus pais. Ficou claro que eles ficaram um pouco decepcionados com a mudança, mas disseram que me apoiariam."
Ela contou ainda que a remuneração mais alta para médicos e a oferta de vagas no mercado de trabalho foram os motivos apontados pelos pais para justificar a preferência. "Mas eu sei que tem também a questão do status da profissão", disse a estudante.
Arles Maisa Silva, 18 anos, disse que os pais nunca a pressionaram para escolher a carreira, mas que ficaram "aliviados" quando ela decidiu que prestaria o vestibular para Medicina. A jovem, que veio da Bahia para estudar no Cursinho da Poli, em São Paulo, disse que os pais a incentivaram financeira e emocionalmente por ser uma profissão com maior estabilidade.
Felicidade
Ainda de acordo com a pesquisa, para 62% dos pais brasileiros a felicidade deve ser a meta de vida dos filhos. O número está abaixo da média mundial, que foi de 64% dos pais. Ter dinheiro o suficiente para ter uma vida confortável foi apontada como a principal meta para 35% e ter uma carreira de sucesso foi apontada por 32%.
A pesquisa O Valor da Educação entrevistou 5.500 pais, com filhos com menos de 23 anos, em 16 países.