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Tabaco sem fumaça mata 260 mil por ano

É a primeira vez que o impacto global do consumo de tabaco sem fumaça em adultos é avaliado

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Correio Braziliense Publicação:27/08/2015 15:00
Não precisa queimar o tabaco para começar a agredir o próprio corpo. Estudo da Universidade de York, no Reino Unido, mostra que as versões da substância para mascar ou inalar matam anualmente mais de 260 mil usuários no planeta, além de encurtarem a vida de “milhões de pessoas por problemas de saúde”, complementam os estudiosos no artigo publicado na última edição da revista BMC Medicine.

Os autores chegaram ao número após compilarem dados de 113 países. Segundo eles, é a primeira vez que o impacto global do consumo de tabaco sem fumaça em adultos é avaliado. Conforme a análise dos dados, em 2010, essa versão do tabagismo resultou em mais de 62 mil mortes por câncer de boca, faringe e esôfago e foi responsável por cerca de 200 mil mortes por complicações cardíacas.

Kamran Siddiqi, professor de epidemiologia e saúde pública do Departamento de Ciências da Saúde da universidade inglesa e um dos integrantes do estudo, acredita, inclusive, que os números estejam aquém da realidade. “É possível que sejam subestimados. Estudos futuros poderão revelar que o impacto é ainda maior. Precisamos de um esforço global para tentar resolver e controlar o tabaco sem fumaça”, defende.

O Sudeste Asiático é a região que concentra a maior parte das vítimas, diz Kamran Siddiqi, especialmente na Índia, que responde por 74% da carga global do problema. “O tabaco sem fumaça é usado por quase um quarto dos usuários de tabaco e a maioria deles vive no sudeste asiático, mas há comunidades no leste de Londres, Leicester, Birmingham, Leeds, Bradford e Birmingham (todas cidades do Reino Unido), que usam também”, complementa Siddiqi.

No Brasil, há o hábito de mascar o fumo de rolo. O de inalar o tabaco, o famoso rapé, foi mais forte até o início do século 20. Hoje, ainda é difundido na Região Norte do país, principalmente por conta da prática existir entre indígenas antes mesmo da chegada dos colonizadores.

Para reduzir o impacto desse tipo de tabagismo, a equipe de pesquisadores, que contou com estudiosos da Universidade de Edimburgo e do Imperial College, defende que os governos e os organismos de saúde pública considerem a incorporação do regulamento de tabaco sem fumaça nos quadros políticos. “Não temos nenhuma política internacional sobre como regular a produção, a composição, a venda, a rotulagem, a embalagem e a comercialização do tabaco sem fumaça. O quadro internacional não parece trabalhar para controlar esse produto, que não recebe o mesmo regulamento que os cigarros”, compara Siddiqi.

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