Cesariana anterior é fator de risco para o acretismo placentário, doença de Kim Kardashian
Socialite norte-americana está grávida de 6 meses e pode precisar remover o útero
Valéria Mendes - Saúde Plena
Publicação:11/09/2015 14:39Atualização: 11/09/2015 14:51
Grávida do segundo filho, Kim Kardashian, 34 anos, revelou recentemente que foi diagnosticada com acretismo placentário. A doença gestacional se manifesta pela penetração anômala da placenta no útero que pode ser discreta ou grave. A esposa do rapper Kanye West já é mãe da pequena North, de 2 anos, e, na primeira gravidez também foi diagnosticada com o problema. Por isso, a chance de a celebridade precisar retirar o útero é grande dessa vez.
Ginecologista e membro da Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais (SOGIMIG), Clóvis Antônio Bacha afirma que, apesar de não existirem levantamentos comparativos, o excesso de cesarianas desnecessárias indiretamente aumenta a incidência de acretismo placentário em relação a países com taxas menores de cesárea. Isso por que os fatores de risco aumentam em 30% nos casos de cesariana anterior (em razão da cicatriz que se faz no útero após a cirurgia) e placenta prévia.
Clóvis Antônio Bacha explica que a incidência da doença é variável dependendo do que se analisa. Em termos gerais, é de uma gestação para cada 200 ou 300, mas quando se fala em acretismo placentário mais agressivo esse número passa de uma a cada 1000. Os casos graves são aqueles em que a penetração da placenta é mais profunda podendo ultrapassar a parede uterina e alcançar órgãos adjacentes como a bexiga e o intestino.
Geralmente, quando o grau de acretismo placentário é discreto, o diagnóstico não é feito durante o pré-natal e a condição é descoberta no momento do parto em razão da dificuldade de a placenta sair. Quando a penetração é mais profunda, o ultrasson consegue detectar o problema. Em casos de dúvida, pode ser solicitada uma ressonância magnética.
O especialista ressalta que não existe nenhum tratamento possível para o acretismo placentário, a não ser o cirúrgico à época do parto que deve ser realizado em um hospital bem instrumentalizado, com equipe completa, UTI materna e banco de sangue. O risco maior do acretismo placentário grave é a hemorragia que pode levar a mulher à morte. Em algumas situações, a gestante pode precisar de 100 bolsas de sangue em razão do volume do sangramento. Por tudo isso, é importante reforçar a necessidade do pré-natal e de como o diagnóstico pode fazer diferença.
Em situações em que faltam recursos – sejam eles de estrutura ou profissionais -, o médico Clóvis Antônio Bacha recomenda que o especialista assista o parto, deixe a placenta dentro do útero e transfira a gestante para uma unidade de saúde de referência.
Outra informação importante é que o acretismo placentário não tem sintoma. “O que acontece geralmente é o sangramento em razão do diagnóstico da placenta prévia, que é fator de risco para o acretismo”, explica Bacha. Para o bebê, a doença gestacional não tem implicações.
Kim Kardashian, 34 anos, já é mãe de North, 2
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Nunca se falou tanto no Brasil das implicações de uma cesariana desnecessária, sem indicação médica, em um país em que mais da metade dos nascimentos se dá pela via cirúrgica frente a uma recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) de não ultrapassar 15%. A cesárea eletiva aumenta em três vezes o risco de mortalidade materna e a cirurgia é também um dos fatores de risco para o problema relatado pela socialite norte-americana. Ginecologista e membro da Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais (SOGIMIG), Clóvis Antônio Bacha afirma que, apesar de não existirem levantamentos comparativos, o excesso de cesarianas desnecessárias indiretamente aumenta a incidência de acretismo placentário em relação a países com taxas menores de cesárea. Isso por que os fatores de risco aumentam em 30% nos casos de cesariana anterior (em razão da cicatriz que se faz no útero após a cirurgia) e placenta prévia.
Clóvis Antônio Bacha explica que a incidência da doença é variável dependendo do que se analisa. Em termos gerais, é de uma gestação para cada 200 ou 300, mas quando se fala em acretismo placentário mais agressivo esse número passa de uma a cada 1000. Os casos graves são aqueles em que a penetração da placenta é mais profunda podendo ultrapassar a parede uterina e alcançar órgãos adjacentes como a bexiga e o intestino.
Geralmente, quando o grau de acretismo placentário é discreto, o diagnóstico não é feito durante o pré-natal e a condição é descoberta no momento do parto em razão da dificuldade de a placenta sair. Quando a penetração é mais profunda, o ultrasson consegue detectar o problema. Em casos de dúvida, pode ser solicitada uma ressonância magnética.
O especialista ressalta que não existe nenhum tratamento possível para o acretismo placentário, a não ser o cirúrgico à época do parto que deve ser realizado em um hospital bem instrumentalizado, com equipe completa, UTI materna e banco de sangue. O risco maior do acretismo placentário grave é a hemorragia que pode levar a mulher à morte. Em algumas situações, a gestante pode precisar de 100 bolsas de sangue em razão do volume do sangramento. Por tudo isso, é importante reforçar a necessidade do pré-natal e de como o diagnóstico pode fazer diferença.
Em situações em que faltam recursos – sejam eles de estrutura ou profissionais -, o médico Clóvis Antônio Bacha recomenda que o especialista assista o parto, deixe a placenta dentro do útero e transfira a gestante para uma unidade de saúde de referência.
Outra informação importante é que o acretismo placentário não tem sintoma. “O que acontece geralmente é o sangramento em razão do diagnóstico da placenta prévia, que é fator de risco para o acretismo”, explica Bacha. Para o bebê, a doença gestacional não tem implicações.
Kim Kardashian pode perder o útero em razão da doença gestacional