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Corrida de rua não só diminui as chances de morte como aumenta a expectativa de vida

Acompanhamento especializado é essencial para aproveitar os benefícios da atividade

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Carolina Cotta - Estado de Minas Publicação:08/10/2015 10:00Atualização:05/10/2015 14:56
O arborizado Parque Municipal recebe a segunda edição da Corrida e Caminhada Ciências Médicas - MG na manhã do dia 17 (Athos Souza/Divulgação)
O arborizado Parque Municipal recebe a segunda edição da Corrida e Caminhada Ciências Médicas - MG na manhã do dia 17
Emagrece, fortalece, socializa, melhora o bem-estar e agora até promove a longevidade. Estudo australiano publicado no Journal of the American Medical Association acompanhou mais de 200 mil adultos por seis anos para avaliar os benefícios da corrida. Segundo os pesquisadores, a corrida de rua em ritmo moderado diminui as chances de morte em até 44% e aumenta a expectativa de vida em cerca de seis anos em homens e em cinco anos em mulheres. Isso ocorre por causa da melhoria na absorção de oxigênio e a redução da pressão arterial, assim como melhora as funções cardíaca e respiratória. Nos corredores acompanhados pelo estudo, houve, ainda, diminuição das taxas do mau colesterol (LDL), estímulo da produção do bom colesterol (HDL), prevenção da osteoporose, diminuição da ansiedade e controle do estresse.

Mas despreparo faz mal. O fato de a corrida de rua ser uma prática democrática, que não exige mensalidades e testes de aptidão, é também um dos motivos para abusos que transformam possíveis benefícios em problemas. Segundo o fisioterapeuta e doutor em ciência da reabilitação Rafael Duarte Silva, coordenador do curso de fisioterapia da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, a principal causa de lesão em corrida é exatamente o despreparo. “Para correr uma prova de cinco quilômetros ou 10 quilômetros, a pessoa tem que treinar essa distância algumas vezes antes”, alerta o especialista. Segundo Frederico, os treinos devem começar com quilometragens menores, que podem ser aumentadas à medida que a pessoa vai treinando. “Mas as pessoas calçam o tênis e querem sair correndo sem ter feito qualquer atividade física antes, sem qualquer aconselhamento”, condena.

Para os interessados nas corridas de rua, inclusive com o intuito de participar de provas recreativas, Rafael indica preparação. “Não é interessante ser corredor de fim de semana. Quem quer correr no sábado ou no domingo precisa investir no treino durante a semana. Os treinos precisam ser progressivos e graduais”, alerta. Pessoa de grupo de risco, como aquelas acima do peso, com hipertensão e/ou diabetes, ou mesmo com casos dessas doenças na família, é essencial procurar um médico antes. Quem tiver alguma dor diagnosticada é importante procurar também um fisioterapeuta. O aconselhamento de um nutricionista, sobre o que comer antes e depois, também pode melhorar o rendimento. “Alterações posturais e excesso de peso são os principais impedimentos. Essas pessoas até conseguem fazer uma caminhada ou corridinha pequena, mas correr uma prova sobrecarrega”, explica.

PARQUE MUNICIPAL
A principal área verde da região central de BH receberá a 2ª Corrida e Caminhada Ciências Médicas – MG no dia 17. O Parque Municipal Américo Renné Giannetti será aberto a todos os amantes do esporte que poderão escolher entre caminhada (uma volta, equivalente de 1.600m), corrida de cinco quilômetros (três voltas) e corrida de 10 quilômetros (seis voltas). O percurso será demarcado a cada quilômetro e acompanhado por alunos e professores da faculdade, responsáveis por garantir o bem-estar dos atletas. Cada participante receberá um kit com sacola, camisa, toalha e squeeze. No momento da prova, todos terão acesso a um chip eletrônico que controlará o tempo e as voltas. O evento contará ainda com tendas interdisciplinares, onde os alunos da faculdade farão atendimento ao público, como medição de dados vitais, aplicação de bandagens elásticas, alongamentos e muitas outras atividades.


Frank Nunes, cardiologista e maratonista

Caminhada ou corrida
Vários trabalhos compararam se há benefícios adicionais da atividade física de intensidade vigorosa em relação à atividade física de intensidade moderada, caso, por exemplo, de trocar a caminhada pela corrida. Está comprovado que para o emagrecimento a corrida é melhor, mas em relação à redução do risco cardiovascular, diversos estudos mostram que quanto mais intensa a atividade física maior a proteção. Artigo publicado há poucos meses, com mais de 600 mil participantes acompanhados por 14 anos, mostrou que realizar de três a 10 vezes o mínimo de atividade física semanal recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) pode levar a uma redução de mortalidade de 39%, tanto nas mortes por doença cardiovascular quanto por câncer. A OMS preconiza o mínimo de 150 minutos de atividade física aeróbica de intensidade moderada ou 75 minutos de intensidade vigorosa por semana, mas trabalhos recentes mostram que mesmo 15 minutos de atividade por dia ou 90 minutos por semana podem ser benéficos, reduzindo a mortalidade. Apesar dos benefícios, a atividade física de intensidade vigorosa não é isenta de riscos. Há mais chance de uma lesão muscular ou óssea na atividade de maior intensidade do que na leve ou moderada. É muito importante que o atleta tenha paciência e que faça gradualmente a progressão da intensidade e/ou volume de sua atividade física para minimizar o risco de lesões, com ajuda de uma assessoria de corrida, por exemplo. O ideal é que se tenha uma equipe multidisciplinar com médico do esporte, nutricionista, profissional de educação física e fisioterapeuta cuidando do atleta corredor. A corrida não se resume àqueles minutos em que o corredor está na rua ou no parque praticando esporte. A corrida exige um estilo de vida saudável que envolve bons hábitos alimentares, descanso adequado, controle de peso e do consumo de bebidas alcoólicas.


2ª Corrida e Caminhada Ciências Médicas
Data: 17/10
Horário: das 7h às 12h
Mais informações: www.corridacienciasmedicasmg.com.br

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