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Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda que médicos receitem livros às crianças

Campanha quer "mobilizar pediatras a estimularem a leitura parental para (e com) as crianças de 0 a 6 anos como forma de promover o desenvolvimento infantil integral"

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Da redação Publicação:22/10/2015 13:41Atualização:22/10/2015 14:48

Ler para crianças tem inúmeros benefícios já comprovados cientificamente (Paulo de Araújo/CB/D.A Press)
Ler para crianças tem inúmeros benefícios já comprovados cientificamente
Receite livros. Essa é a recomendação da nova campanha da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) que tem o objetivo de divulgar a importância da leitura para o desenvolvimento infantil. Lançada este mês, a publicação 'Receite um livro: Fortalecendo o desenvolvimento e o vínculo' divulga as evidências científicas atualizadas sobre o impacto da leitura na vida das crianças.  Entre os benefícios da leitura na primeira infância (até 6 anos) a SBP cita:

- o fortalecimento do vínculo da criança com quem lê para ela
- o desenvolvimento da atenção, concentração, vocabulário, memória e o raciocínio

- estímulo à curiosidade, imaginação e criatividade

- ajuda a criança a perceber e a lidar com os sentimentos e as emoções

- possibilita à criança conhecer mais sobre o mundo e as pessoas

- auxilia no desenvolvimento do sentimento de empatia, que é a capacidade de colocar-se no lugar do outro

- ajuda a minimizar problemas comportamentais como agressividade, hiperatividade e comportamento arredio
- auxilia na boa qualidade do sono

- estimula o desenvolvimento da linguagem oral

Leia também: Literatura pode ser aliada para abordar temas 'proibidos' com crianças

Segundo a SBP, os primeiros anos da vida de uma criança são fundamentais para seu desenvolvimento: “É nesse período que a formação de conexões cerebrais é mais propícia. Além disso, há cada vez mais evidências de que a arquitetura do cérebro é construída a partir das experiências vivenciadas. Por isso, é muito importante oferecer cuidado, afeto e estímulos o mais cedo possível à criança, até mesmo durante a gestação, para que ela possa desenvolver de forma plena habilidades como pensar, falar e aprender”.

Recomendação médica
Presidente do Departamento de Pediatria do Desenvolvimento e Comportamento da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Ricardo Halpern diz que um estudo realizado no Brasil com crianças de 2 anos de idade mostrou que entre os principais fatores de risco para atraso no desenvolvimento estavam questões como ausência de materiais de literatura infantil em casa e de alguém que pudesse contar histórias à criança. “As crianças que não tinham livros em casa e aquelas a quem não haviam sido contadas histórias tinham duas vezes mais chance de apresentar atraso no desenvolvimento. Esse risco foi maior do que ter nascido com baixo peso”, afirma o médico na publicação.

Nova campanha da SBP pede que pediatras receitem livros às crianças  (Divulgação / Sociedade Brasileira de Pediatria)
Nova campanha da SBP pede que pediatras receitem livros às crianças
Em 2014, a American Academy of Pediatric (AAP) divulgou uma recomendação para que os pediatras promovam a leitura durante as consultas regulares desde a primeira infância até pelo menos o ingresso das crianças na pré-escola, inclusive com a oferta de livros infantis nos consultórios.

Veja o que a AAP e a SBP sugerem aos pediatras:

- Informem a todos os pais que ler em voz alta para seus filhos desde o nascimento pode enriquecer o relacionamento e as interações entre pais e filhos, o que aumenta o desenvolvimento social e emocional das crianças e, ao mesmo tempo, constrói circuitos cerebrais que as preparam para aprender as habilidades de linguagem e alfabetização.

- Orientem os pais a mostrar as ilustrações para a criança e depois deixar que ela mesma manuseie o livro. Isso enriquece o seu repertório e auxilia no desenvolvimento motor.

- Aconselhem a todos os pais que realizem atividades de leitura adequadas ao desenvolvimento de cada criança de forma que sejam prazerosas para os pais e aos filhos e que ofereçam uma rica exposição à linguagem e à escrita.

Na publicação, a entidade orienta também como incluir o estímulo à leitura na prática clínica. Clique aqui e acesse o documento na íntegra.

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