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Cara de um, focinho do outro: entenda por que alguns pets se parecem com os donos

Convivência muito próxima entre dono e animal pode levar o segundo a apresentar semelhanças comportamentais e de personalidade

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Ludymilla Sá Publicação:14/11/2015 10:00Atualização:12/11/2015 13:28
Leila Sampaio , empresária (Arquivo pessoal)
Leila Sampaio , empresária
Será que a convivência pode tornar o animal de estimação parecido com o dono? Sem exitar, a empresária Leila Sampaio afirma que sim. Tutora de Romeu, buldogue francês, ela conta que a personalidade do melhor amigo está cada vez mais parecida com a sua. “Ele é dócil, muito tranquilo, folgado e preguiçoso. Se deixar, dorme o dia inteiro e ainda é atrevido e egoísta, como eu.”

Romeu chegou à casa de Leila aos 2 meses de vida. Hoje, ele tem 2 anos e domina a casa a ponto de brigar com o rottweiler Hulk, outro membro da família, pelo espaço. “O Hulk é muito maior, mas isso não intimida o Romeu. A casa é dele e pronto e acabou”, relata a empresária.

Assim como Leila, especialista e empresários acreditam que a convivência determina a personalidade do animal. Embora o instinto seja, predominantemente, comportamental, hábitos são construídos no dia a dia e moldam a personalidade do cão. Pesquisa realizada pela Universidade Eötvös Loránd, na Hungria, indica que os cachorros imitam as atitudes de seus donos e guardam as informações para repetições futuras.

Oito animais foram testados. Na primeira parte da pesquisa eles foram incitados pelos tutores a repetir suas ações, como andar em volta de um cone por exemplo. Em seguida, foram distraídos com outras atividades e, ao ser submetidos à situação inicial, conseguiram repetir os movimentos dos donos sem receber instruções.

RELAÇÃO
Para esclarecer essa relação afetiva, o psicanalista e veterinário homeopata lançou mão da psicanálise em seu livro Cara de um focinho do outro, publicado pela Butterfly Editora. Segundo o especialista, é comum animais apresentarem comportamentos ou doenças semelhantes aos de seus tutores, fenômeno explicado por meio do que ele chama de campos morfológicos. “A compreensão da relação entre homem e animal é essencial para que possamos entender como as pessoas influenciam nas doenças dos animais, minimizando-as ou potencializando-as. Muitas vezes, há muito sofrimento por causa da falta de entendimento de que a questão não está, exclusivamente, no animal”, acrescenta.

• Tecnologia em favor da segurança dos animais
O Backhome é um identificador eletrônico que pode ser aplicado em cães, gatos e equinos. Não é rastreador, mas contém todos os dados mais importantes sobre o animal, como nome, endereço, telefone, histórico de vacinações, medicamentos de uso crônico, vermifugações, doenças e alergias, além dos contatos do dono, criador e veterinário responsável. É possível inserir também uma foto do animal com alguma característica individual, como mancha ou cicatriz, o que facilita ainda mais a identificação. Segundo Fabiana Zerbini, gerente técnica da linha de pequenos animais da Virbac, a usabilidade é total. “A leitura exige apenas um leitor de microchip universal. Qualquer clínica veterinária, por exemplo, pode identificar o pet.” O identificador conta com aplicador esterilizado, com microchips testados individualmente, sistema clique antirretorno, que impede o chip de retornar ao aplicador, e agulha especial, que minimiza a dor e permite a aplicação sem anestesia.

 (Irandyr Ribas/Agência Tribuna de santos/Agência o globo)

• Campanha Adote um animal com deficiência se torna mensal
A campanha Adote um pet com deficiência, que ocorre em São Paulo, passará a ter evento fixo mensal de adoção. O objetivo é que, além de ser realizada em todos os meses, a campanha ocorra de forma itinerante, como explica Lívia Clozel, da comunicação e estratégia da Uhelp.com, idealizadora da campanha. Além dos eventos de adoção, a campanha segue angariando doações, que servirão para que a ONG Luiz Proteção Animal e outras organizações semelhantes possam continuar realizando seu trabalho, que é de recolher, abrigar, vacinar, castrar e vermifugar os animais.

• Brasiliense avança em pesquisa
sobre comportamento canino
Cada pet tem sua personalidade e seu modo de agir com os donos, visitas e desconhecidos. Com o intuito de entender mais sobre o comportamento dos cães, a pesquisadora Sofia Bethlem, mestranda da Universidade de Brasília (UnB), está promovendo pesquisa, com o objetivo de validar para contexto brasileiro um método desenvolvido nos Estados Unidos. “Na ciência, não basta apenas sabermos algo, temos que transformar em números, analisar os resultados e, a partir daí, tirar conclusões.” Sofia resolveu promover a pesquisa pelo Instituto de Psicologia da UnB, que tem como objetivo coletar dados comportamentais do maior número possível de cães em todo o território nacional. O estudo é feito com base em um questionário desenvolvido e validado nos Estados Unidos em 2003 pelos pesquisadores Yuying Hsu e James Serpell – o Canine Behavioral Assessment & Research Questionnaire (C-BARQ). No Brasil, a pesquisadora inova ao tentar compreender a grande diversidade de cães presente no país. Será possível estudar as relações entre o comportamento canino e as características individuais e ambientais em que o cão vive. O questionário está disponível no site www.surveymonkey.com/r/cbarq-brasil.

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