Novo exame se mostra mais eficaz para identificar câncer de próstata
Cientistas testaram o método chamado STHLM3 em 58.818 homens. Exame analisa seis marcadores de proteína, mais de 200 indicativos genéticos, além dos dados clínicos dos pacientes, como idade, histórico familiar e biópsias anteriores da próstata
Correio Braziliense
Publicação:16/11/2015 12:00Atualização: 16/11/2015 10:36
Os cientistas testaram o método, chamado STHLM3, em 58.818 homens de Estocolmo com idade entre 50 e 69 anos, de 2012 a 2014. O exame analisa seis marcadores de proteína, mais de 200 indicativos genéticos, além dos dados clínicos dos pacientes, como idade, histórico familiar e biópsias anteriores da próstata. Perceberam que o exame conseguiu encontrar tumores agressivos mesmo em homens com valores baixos de PSA e diminuir o número de biópsias em 30%. O procedimento é adotado para certificar a existência do câncer.
“O PSA perde muitos cânceres agressivos. Por isso, decidimos desenvolver um teste mais preciso que potencialmente poderiam substituí-lo”, destacou Henrik Grönberg, professor de epidemiologia no Instituto Karolinska e um dos autores do estudo. “Além disso, os homens que não têm câncer e os com uma forma da doença que não precisa de tratamento são submetidos hoje a um procedimento desnecessário, doloroso e, às vezes, perigoso para o tratamento”, complementou, fazendo referência ao exame de toque.
Os resultados positivos, detalhados na edição desta semana da revista britânica The Lancet Oncology, animaram a equipe de estudiosos, que acredita que o novo método poderá ser usado clinicamente. “Certamente, são resultados promissores. Se pudermos introduzir uma forma mais precisa de testes para o câncer de próstata, vamos poupar o paciente de sofrimentos desnecessários e economizar recursos”, defende Grönberg. Segundo ele, o STHLM3 estará disponível na Suécia em março do próximo ano. “Vamos, agora, começar a validá-lo em outros países e em grupos étnicos”, adiantou o cientista.
Menos comuns
Alguns tumores da próstata podem crescer de forma rápida, se espalhando para outros órgãos e levando à morte do paciente. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), porém, a grande maioria desses carcinomas cresce de forma tão lenta — leva cerca de 15 anos para atingir 1cm³ — que não chega a dar sinais durante a vida nem a ameaçar a saúde do homem. A estimativa do instituto é de que, no ano passado, foram descobertos 68.800 casos da doença. No ano anterior, 13.772 homens morreram em decorrência dela.
Saiba mais...
Um novo exame para diagnosticar o câncer de próstata mostrou-se mais eficaz na identificação da doença que o teste laboratorial adotado atualmente. Hoje, por meio de uma amostra de sangue, é analisada a quantidade do antígeno prostático específico (PSA), uma substância produzida pelas células da glândula e que, em grande quantidade, pode indicar altas chances de existência do tumor. Pesquisadores suecos sugerem um método que leva em conta mais marcadores biológicos no líquido corporal, tornando, segundo eles, a sondagem mais detalhada.- Sete brasileiros são diagnosticados com câncer de próstata a cada hora; veja como se prevenir
- Pesquisa desvincula reposição de testosterona ao aumento do risco de desenvolvimento do câncer de próstata
- Tratamento de hormônios apresenta avanços contra o câncer de próstata
- Nem todo paciente com câncer de próstata precisa fazer terapia convencional
- Publicada lei que garante detecção precoce do câncer de próstata pelo SUS
- Câncer de próstata: risco de morte nos primeiros 10 anos depois do diagnóstico é pequeno
- Veja quais são os efeitos no organismo da tensão antes de exames
- Câncer ainda carrega estigma mesmo com tratamentos cada vez mais eficazes
Os cientistas testaram o método, chamado STHLM3, em 58.818 homens de Estocolmo com idade entre 50 e 69 anos, de 2012 a 2014. O exame analisa seis marcadores de proteína, mais de 200 indicativos genéticos, além dos dados clínicos dos pacientes, como idade, histórico familiar e biópsias anteriores da próstata. Perceberam que o exame conseguiu encontrar tumores agressivos mesmo em homens com valores baixos de PSA e diminuir o número de biópsias em 30%. O procedimento é adotado para certificar a existência do câncer.
“O PSA perde muitos cânceres agressivos. Por isso, decidimos desenvolver um teste mais preciso que potencialmente poderiam substituí-lo”, destacou Henrik Grönberg, professor de epidemiologia no Instituto Karolinska e um dos autores do estudo. “Além disso, os homens que não têm câncer e os com uma forma da doença que não precisa de tratamento são submetidos hoje a um procedimento desnecessário, doloroso e, às vezes, perigoso para o tratamento”, complementou, fazendo referência ao exame de toque.
Os resultados positivos, detalhados na edição desta semana da revista britânica The Lancet Oncology, animaram a equipe de estudiosos, que acredita que o novo método poderá ser usado clinicamente. “Certamente, são resultados promissores. Se pudermos introduzir uma forma mais precisa de testes para o câncer de próstata, vamos poupar o paciente de sofrimentos desnecessários e economizar recursos”, defende Grönberg. Segundo ele, o STHLM3 estará disponível na Suécia em março do próximo ano. “Vamos, agora, começar a validá-lo em outros países e em grupos étnicos”, adiantou o cientista.
Menos comuns
Alguns tumores da próstata podem crescer de forma rápida, se espalhando para outros órgãos e levando à morte do paciente. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), porém, a grande maioria desses carcinomas cresce de forma tão lenta — leva cerca de 15 anos para atingir 1cm³ — que não chega a dar sinais durante a vida nem a ameaçar a saúde do homem. A estimativa do instituto é de que, no ano passado, foram descobertos 68.800 casos da doença. No ano anterior, 13.772 homens morreram em decorrência dela.