Ao contrário do que se costuma pensar, a recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre os benefícios da amamentação não se restringe aos seis meses de vida quando se indica que o bebê se alimente exclusivamente no seio da mãe. Nem água é necessário. Em termos de nutrição, o leite produzido pelo corpo feminino é tudo que uma criança precisa no primeiro semestre de vida. No entanto, pouco ainda se fala da importância da amamentação prolongada: dois anos ou mais. Para se ter uma ideia de quanto esse assunto é um desafio, a média brasileira de aleitamento materno exclusivo é de 54 dias.

Clique aqui e veja as fotos do ensaio 'Lactancia Infinita'

A taxa bem abaixo da recomendada pela OMS ajuda a compreender a razão de as mães que prolongam o aleitamento materno serem vítimas de desinformação e preconceito. Além de serem julgadas como mulheres que estão criando filhos dependentes, a sociedade, em geral, não reconhece a importância do leite materno para a saúde das crianças.



O fotógrafo espanhol Gaby Riva traz o assunto para discussão com um ensaio intitulado ‘Lactancia Infinita’ (em tradução livre, Amamentação Infinita). Ele, que é pai de uma menina de 6 anos e de um menino de 20 meses conta que a mais velha mama até hoje. “É uma luta constante contra o bombardeio de opiniões gratuitas e de crenças e juízos sem fundamentos”, afirma Riva na apresentação do trabalho. Ainda em seu site, o autor diz que o “objetivo é mostrar que existe [a amamentação prolongada], que é natural e como vivem quem a pratica”.

A série é composta por imagens de 14 mães com seus filhos de mais de dois anos mamando em atitudes do cotidiano.

Pesquisa realizada no primeiro semestre de 2014 pela Lansinoh ouviu mais de 13 mil mães e gestantes em nove países sobre aleitamento materno. No Brasil, 2 mil foram entrevistadas. Uma das perguntas realizadas foi ‘Se você visse uma mãe amamentando o seu filho de 2 anos em público, o que você pensaria?’. Enquanto 44% das brasileiras disseram que achariam ´fantástico’, 3% declarou que ‘ela não deveria fazer isso’, 27% falou ‘ela é um modelo de mãe, mas é muito pra mim’ e 26% afirmou que ‘o bebê é muito grande’. Veja o resultado em outros países: