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Hormônio do amor pode tratar a depressão pós-parto

Níveis elevados de ocitocina são associados ao fortalecimento de atitudes ligadas ao entrosamento entre pais e filhos, como a vontade de acariciar o bebê

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Correio Braziliense Publicação:20/01/2016 14:00Atualização:20/01/2016 14:19
Crianças cuidadas por mães que sofrem de depressão pós-parto sofrem risco aumento de complicações, como distúrbios psiquiátricos e problemas de desenvolvimento (SXC.hu)
Crianças cuidadas por mães que sofrem de depressão pós-parto sofrem risco aumento de complicações, como distúrbios psiquiátricos e problemas de desenvolvimento
Com incidência estimada entre 20% e 40%, a depressão pós-parto pode ser combatida com a ocitocina, o hormônio ligado à sensação de prazer, bem-estar físico e emocional. É o que propõem pesquisadores da Austrália na revista Harvard Review of Psychiatry, após fazerem uma revisão científica de 13 pesquisas. Segundo eles, níveis elevados de ocitocina são associados ao fortalecimento de atitudes ligadas ao entrosamento entre pais e filhos, como a vontade de acariciar o bebê.

“Acreditamos que a ocitocina tem potencial para melhorar comportamentos de mães com depressão pós-parto, mas é necessário mais investigação para estabelecer a sua segurança devido ao impacto incerto desse hormônio sobre o humor materno”, destacou, em comunicado, Beth Mah, pesquisadora do Hunter Medical Research Institute e integrante do estudo.

Entre os estudos revistos, dois mostraram que grávidas com níveis baixos de ocitocina têm chances mais elevadas de desenvolverem sintomas depressivos após o nascimento dos bebês. Outro, porém, utilizou o hormônio do bem-estar para tratar mulheres com depressão pós-parto e não atingiu o resultado esperado. Em alguns, houve até o desencadeamento do transtorno psiquiátrico. Os resultados divergentes, dizem os pesquisadores, indicam a necessidade de análises futuras.

Crianças cuidadas por mães que sofrem de depressão pós-parto sofrem risco aumento de complicações, como distúrbios psiquiátricos e problemas de desenvolvimento. “Em comparação com as não depressivas, as mães com o problema interagem com os bebês com menos sensibilidade, relatam se sentir menos competentes e com menos frequência escolhem estratégias recomendadas de parentalidade “, diz Mah.

Segundo a pesquisadora, o efeito benéfico do uso do hormônio é o mais esperado. Há, inclusive, a possibilidade de o hormônio ser usado no tratamento de outros problemas psiquiátricos que possam ser desencadeados pela depressão pós-parto. “Talvez, o desafio mais importante seja determinar se a ocitocina poderia ser usada como tratamento coadjuvante para melhorar as relações entre a mãe e o bebê que são afetadas pela depressão pós-parto, e também outras condições psiquiátricas”, completa Mah.

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