Empresa dos EUA informa que vacina contra zika funciona em ratos
Farmacêutica quer pôr imunizante no mercado até 2016; estudo diz que vírus pode atravessar placenta
Agência Estado
Publicação:19/02/2016 10:14
“Os testes pré-clínicos mostraram que a vacina sintética desencadeia respostas duradouras e imunes, demonstrando o potencial (…) para prevenir e tratar as infecções causadas por esse patógeno”, informa o comunicado técnico. A Inovio disse ainda que as cobaias que receberam seu produto desenvolveram anticorpos e mostraram reação das células-T, que desempenham um papel muito importante na imunização do corpo humano.
“A seguir, deveremos testar a vacina em primatas não humanos e iniciar a fabricação do produto clínico. Planejamos iniciar os testes em humanos antes do fim de 2016”, afirmou o executivo-chefe da Inovio, Joseph Kim.
A vacina de DNA da farmacêutica americana está sendo desenvolvida com a empresa sul-coreana GeneOne Life Sciences e com parceiros acadêmicos, utilizando a tecnologia SynCon. Um dos colaboradores, um canadense, disse à agência de notícias Reuters que o processo científico pode ser acelerado e o teste da vacina em humanos pode começar já em agosto deste ano. Outros especialistas ligados ao processo também indicaram a possibilidade de chegar à última etapa de análises ainda neste ano.
Esse imunizante testado é sintético, ou seja, não utiliza um vírus vivo como outros imunizantes, mas um pedaço de DNA do zika e pode, por isso, ser conservado em um ambiente sem refrigeração durante várias horas - o que facilitaria sua aplicação em várias partes do mundo.
A Inovio, com sede em Plymouth Meeting, Pensilvânia, também disse que pedirá às autoridades reguladoras americanas que acelerem o processo de aprovação da vacina com o objetivo de comercializar o medicamento o mais rapidamente possível. Na Bolsa de Wall Street, as perspectivas positivas fizeram subir de US$ 6,16 para US$ 6,98 as ações da farmacêutica nas primeiras transações.
Anteriormente, ao decretar emergência internacional, a OMS havia estimado em pelo menos 18 meses o prazo para se desenvolver uma vacina contra a zika, considerando trabalhos dos Estados Unidos (dos Institutos Nacionais de Saúde, em parceria com o Brasil) e indianos - a Bharat Biotech destacou há alguns dias que seu imunizante experimental está prestes a ser aplicado em animais.
Microcefalia
Ainda nesta quarta foi publicado mais um estudo sobre zika na revista Lancet. Nesse, a Fundação Oswaldo Cruz do Rio de Janeiro relata que o zika pode atravessar a placenta e contaminar o feto, colocando mais dados na polêmica associação entre o vírus e a malformação congênita em bebês. Os testes para dengue e chikungunya no líquido amniótico foram negativos - e positivos para a zika. No entanto, os próprios autores admitem que ainda são necessárias análises complementares para entender o que está acontecendo no País.
Os pesquisadores brasileiros ainda apresentaram um sequenciamento do vírus, que mostra que ele é muito semelhante ao relatado na Polinésia Francesa em 2013. Também naquele surto houve o registro de casos de má-formação.
Saiba mais...
A farmacêutica Inovio, com sede nos Estados Unidos, informou nesta quarta-feira (17/02) que obteve os primeiros resultados positivos para uma possível vacina contra o vírus da zika. “Houve uma reação robusta e duradoura em ratos”, informou a empresa. Atualmente, pelo menos 15 empresas e grupos acadêmicos informaram a Organização Mundial da Saúde (OMS) que buscam um imunizante para o vírus, que causa um surto nas Américas e estaria ligado à emergência sanitária internacional de microcefalia.- Mães de bebês com microcefalia sofrem com a dor do preconceito
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“Os testes pré-clínicos mostraram que a vacina sintética desencadeia respostas duradouras e imunes, demonstrando o potencial (…) para prevenir e tratar as infecções causadas por esse patógeno”, informa o comunicado técnico. A Inovio disse ainda que as cobaias que receberam seu produto desenvolveram anticorpos e mostraram reação das células-T, que desempenham um papel muito importante na imunização do corpo humano.
“A seguir, deveremos testar a vacina em primatas não humanos e iniciar a fabricação do produto clínico. Planejamos iniciar os testes em humanos antes do fim de 2016”, afirmou o executivo-chefe da Inovio, Joseph Kim.
A vacina de DNA da farmacêutica americana está sendo desenvolvida com a empresa sul-coreana GeneOne Life Sciences e com parceiros acadêmicos, utilizando a tecnologia SynCon. Um dos colaboradores, um canadense, disse à agência de notícias Reuters que o processo científico pode ser acelerado e o teste da vacina em humanos pode começar já em agosto deste ano. Outros especialistas ligados ao processo também indicaram a possibilidade de chegar à última etapa de análises ainda neste ano.
Esse imunizante testado é sintético, ou seja, não utiliza um vírus vivo como outros imunizantes, mas um pedaço de DNA do zika e pode, por isso, ser conservado em um ambiente sem refrigeração durante várias horas - o que facilitaria sua aplicação em várias partes do mundo.
A Inovio, com sede em Plymouth Meeting, Pensilvânia, também disse que pedirá às autoridades reguladoras americanas que acelerem o processo de aprovação da vacina com o objetivo de comercializar o medicamento o mais rapidamente possível. Na Bolsa de Wall Street, as perspectivas positivas fizeram subir de US$ 6,16 para US$ 6,98 as ações da farmacêutica nas primeiras transações.
Anteriormente, ao decretar emergência internacional, a OMS havia estimado em pelo menos 18 meses o prazo para se desenvolver uma vacina contra a zika, considerando trabalhos dos Estados Unidos (dos Institutos Nacionais de Saúde, em parceria com o Brasil) e indianos - a Bharat Biotech destacou há alguns dias que seu imunizante experimental está prestes a ser aplicado em animais.
Microcefalia
Ainda nesta quarta foi publicado mais um estudo sobre zika na revista Lancet. Nesse, a Fundação Oswaldo Cruz do Rio de Janeiro relata que o zika pode atravessar a placenta e contaminar o feto, colocando mais dados na polêmica associação entre o vírus e a malformação congênita em bebês. Os testes para dengue e chikungunya no líquido amniótico foram negativos - e positivos para a zika. No entanto, os próprios autores admitem que ainda são necessárias análises complementares para entender o que está acontecendo no País.
Os pesquisadores brasileiros ainda apresentaram um sequenciamento do vírus, que mostra que ele é muito semelhante ao relatado na Polinésia Francesa em 2013. Também naquele surto houve o registro de casos de má-formação.