Técnicas avançadas de fertilização in vitro permitem seleção de embrião
Apenas um em cada 10 embriões de mulheres de 20 anos apresentam número incorreto de cromossomos. Já nas que passaram dos 40 anos, o risco é de 75% de embriões alterados
Flávia Duarte - Revista do CB
Publicação:06/05/2016 13:00
Se elas precisam recorrer à fertilização in vitro, uma das possibilidades para gerar um bebê perfeito é fazer o diagnóstico genético pré-implantacional (PGD/PGS), que identificará os embriões com mutações genéticas e selecionará aqueles com maiores chances de vingar. “Entre 2% e 3% de todas as crianças que nascem, fatalmente, vão ter alguma deficiência física ou mental. Cerca 50% dessas malformações não têm causa definida e não há como evitar. Os outros 50% são causados por fatores genéticos, hereditários, que, hoje, são preveníveis, com certeza absoluta”, esclarece o doutor em genética reprodutiva Ciro Martinhago.
O tema foi discutido no Workshop Internacional de Genética Reprodutiva, em São Paulo. Apesar de eficiente para o sucesso da fertilização em mulheres mais velhas, ou para a gravidez saudável quando há presença de doenças genéticas no pai ou na mãe, a seleção de embriões é um assunto delicado e precisa seguir algumas regras. “A biópsia é uma técnica de diagnóstico que deve ser usada para seleção embrionária. Para as mulheres mais jovens, o procedimento não fez diferença, mas, acima dos 35 anos, os resultados foram melhores. As vantagens da biópsia são: maior chance de gestação, menor chance de abortamento, análise de aneuploidias, melhor selecionamento do embrião”, esclarece o médico especialista em reprodução humana assistida, Edson Borges Júnior, um dos palestrantes do congresso. “Acima dos 42 anos, a mulher tem 70% de chance de não seguir o tratamento de fertilidade porque não tem o embrião de qualidade para transferir. Cerca de 60% dos abortos são resultantes de problemas cromossômicos. Se os embriões fossem selecionados, os riscos diminuiriam”, acrescenta, o médico.
Uma vez descobertas alterações em alguns embriões, eles não deveriam ser utilizados. A correção deles ainda não é permitida no Brasil, assim como a escolha do futuro bebê pelo sexo, também é proibida. “O medo da edição dos genes é a volta da eugenia”, pondera Edson Borges.
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Maternidade cada vez mais adiada, depois dos 35 anos são inevitáveis o envelhecimento dos óvulos e as complicações para engravidar ou ter um bebê saudável. Para se ter uma ideia das limitações que surgem com o tempo, apenas um em cada 10 embriões de mulheres de 20 anos apresentam número incorreto de cromossomos. Já nas futuras mães que passaram dos 40 anos, o risco é de 75% de embriões alterados.Se elas precisam recorrer à fertilização in vitro, uma das possibilidades para gerar um bebê perfeito é fazer o diagnóstico genético pré-implantacional (PGD/PGS), que identificará os embriões com mutações genéticas e selecionará aqueles com maiores chances de vingar. “Entre 2% e 3% de todas as crianças que nascem, fatalmente, vão ter alguma deficiência física ou mental. Cerca 50% dessas malformações não têm causa definida e não há como evitar. Os outros 50% são causados por fatores genéticos, hereditários, que, hoje, são preveníveis, com certeza absoluta”, esclarece o doutor em genética reprodutiva Ciro Martinhago.
O tema foi discutido no Workshop Internacional de Genética Reprodutiva, em São Paulo. Apesar de eficiente para o sucesso da fertilização em mulheres mais velhas, ou para a gravidez saudável quando há presença de doenças genéticas no pai ou na mãe, a seleção de embriões é um assunto delicado e precisa seguir algumas regras. “A biópsia é uma técnica de diagnóstico que deve ser usada para seleção embrionária. Para as mulheres mais jovens, o procedimento não fez diferença, mas, acima dos 35 anos, os resultados foram melhores. As vantagens da biópsia são: maior chance de gestação, menor chance de abortamento, análise de aneuploidias, melhor selecionamento do embrião”, esclarece o médico especialista em reprodução humana assistida, Edson Borges Júnior, um dos palestrantes do congresso. “Acima dos 42 anos, a mulher tem 70% de chance de não seguir o tratamento de fertilidade porque não tem o embrião de qualidade para transferir. Cerca de 60% dos abortos são resultantes de problemas cromossômicos. Se os embriões fossem selecionados, os riscos diminuiriam”, acrescenta, o médico.
Uma vez descobertas alterações em alguns embriões, eles não deveriam ser utilizados. A correção deles ainda não é permitida no Brasil, assim como a escolha do futuro bebê pelo sexo, também é proibida. “O medo da edição dos genes é a volta da eugenia”, pondera Edson Borges.