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Mães que se vacinam contra a gripe na gestação protegem bebês da doença

Bebês de gestantes imunizadas têm 70% menos chances de ficarem doentes nos primeiros seis meses de vida

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Correio Braziliense Publicação:17/05/2016 08:40Atualização:17/05/2016 08:47
Mulher aguarda dose de vacina contra a gripe: eficácia comprovada na proteção tanto das mães quanto dos filhos (Brian Snyder / Reuters)
Mulher aguarda dose de vacina contra a gripe: eficácia comprovada na proteção tanto das mães quanto dos filhos
Estudo publicado na edição on-line da revista especializada Pediatrics reforça a importância de mulheres grávidas tomarem a vacina contra a gripe, uma recomendação já seguida por vários países, inclusive o Brasil. Segundo o trabalho, bebês cujas mães são imunizadas durante a gestação têm um risco significativamente reduzido de ser infectado pelo vírus influenza durante os seis primeiros meses, época em que ele não podem receber a dose protetora.

A pesquisa é baseada nos atendimentos realizados na Escola de Medicina da Universidade de Utah. Os autores observaram que, entre os bebês de até 6 meses com mães que haviam se vacinado quando estavam grávidas, o número de casos de gripe confirmados era 70% menor, e a hospitalização por gripe nesse grupo foi 80% mais baixa que nas demais crianças da mesma idade. Além disso, os prontuários médicos mostraram que 97% dos casos de gripe em recém-nascidos eram de bebês cujas mães não haviam sido imunizadas no período de gestação.

“Bebês não podem ser imunizados nos primeiros seis meses, então eles precisam contar com os outros para se protegerem da gripe nesse período”, diz, em um comunicado à imprensa, a líder do estudo, Julie H. Shakib. “Quando mulheres grávidas recebem a vacina contra a gripe, há claro benefício para seus filhos”, completa.

Influenza, ou vírus da gripe, é um micro-organismo que provoca uma variedade de sintomas, como dor, calafrio, náusea e diarreia. Há mais de um tipo desse vírus, com diferentes cepas, incluindo o H1N1, que pode levar à morte pessoas mais fragilizadas, principalmente idosos, crianças e gestantes. De acordo com Michael W. Varner, coautor da pesquisa, embora seja mais raro que o vírus infecte grávidas, as mudanças pelos quais o corpo da mulher passa durante a gestação, tendem a ser mais severamente afetadas pelo micro-organismo, uma vez que adoecem.

Comparação
Para constatar a eficácia da vacina, a doutora Shakib e colegas examinaram mais de 245 mil registros médicos de mulheres grávidas e cerca de 249 mil prontuários de bebês relativos a nove temporadas de disseminação da gripe nos Estados Unidos, entre dezembro de 2005 e março de 2014. Apenas 10% das mulheres aproximadamente (23.383) informaram ter sido vacinadas contra a gripe.

Os dados, segundo os cientistas, não deixam dúvidas sobre a capacidade protetora da vacina para os bebês. Dos 685 casos confirmados de gripe em recém-nascidos, 638 foram de filhos de mulheres não vacinadas. Esse grupo de crianças representou ainda 148 dos 151 hospitalizados por causa da influenza.

Para confirmar que a diferença se devia de fato à vacina, os investigadores analisaram também os dados relativos a casos de vírus sincicial respiratório (VSR), infecção do trato respiratório comum em bebês. Nesse caso, a proporção de crianças com esse mal era muito parecida nos dois grupos, evidenciando que a vacina da gripe dada às mães de fato protegeu os filhos.

Na avaliação dos autores, os dados mostram que a vacinação de grávidas é uma importante medida de saúde pública, que ainda fica a desejar nos Estados Unidos. “Cerca de 50% das mulheres grávidas disseram ter se vacinado na última temporada de gripe. Precisamos fazer esse índice se aproximar dos 100%”, diz Carrie L. Byington, autora sênior da pesquisa. “Nós simplesmente esperamos que mais gestantes recebam a vacina”, reforça Shakib.

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