Ministério da Saúde anuncia acordo para reduzir açúcar em alimentos processados

O consumo médio de açúcares é de 16,3% do total de calorias. Em acordo similar com a indústria alimentícia, Brasil conseguiu reduzir 14 mil de toneladas de sódio em alimentos

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Agência Brasil Publicação:29/06/2016 16:18Atualização:29/06/2016 18:17
A recomendação da Organização Mundial da Saúde é que o consumo não ultrapasse 10% das calorias consumidas, que equivale a cerca de 50 gramas por dia (SXC.hu)
A recomendação da Organização Mundial da Saúde é que o consumo não ultrapasse 10% das calorias consumidas, que equivale a cerca de 50 gramas por dia
O Ministério da Saúde e a Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia) anunciaram nesta quarta-feira (29/06) que estudam um acordo para reduzir a quantidade de açúcar nos alimentos processados, semelhante ao que é feito com o sal.  “Vimos recentemente a indústria de refrigerantes fazendo campanha de produtos com menos açúcar para ganhar mercado e atender demanda da população. E isso será contínuo. Cada vez mais a alimentação saudável vai fazer parte dos protocolos do ministério”, afirmou o ministro da Saúde, Ricardo Barros.

Leia também: Acordo entre indústria e governo reduz 14 mil de toneladas de sódio em alimentos

Segundo a pasta, no Brasil, o consumo médio de açúcares é de 16,3% do total de calorias. A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que esse consumo não ultrapasse 10% das calorias consumidas, que equivale a cerca de 50 gramas por dia.

O anúncio foi feito nesta quarta-feira, durante a divulgação dos resultados do acordo de redução de sódio em alimentos processados, firmado entre o Ministério da Saúde e a Abia. Desde 2011, foram retiradas 14.893 toneladas de sódio dos produtos alimentícios. A meta é que as indústrias promovam a retirada voluntária de 28.562 toneladas de sal das prateleiras até 2020.

Barros destacou que haverá ainda um processo de desenvolvimento e pesquisa a ser feito pela indústria para retirada do açúcar dos produtos, já que, em geral, os alimentos in natura, a matéria-prima das fábricas, têm grande concentração de açúcar.

“O açúcar adicionado aos alimentos representa 19% do açúcar consumido pela população”, informou o ministro. No caso do sal, 75% do que é consumido é adicionado ao prato e à preparação pelas pessoas.

Presidente da Abia, Edmundo Klotz disse que não é uma mudança fácil, pois os alimentos precisam manter a qualidade e o sabor. “O paladar das pessoas já está criado. Não é fácil mudar um paladar, a maneira de consumir aquilo que uma pessoa gosta. E o brasileiro gosta de açúcar e gosta de sal”, acrescentou.

Segundo o ministério, o consumo excessivo de açúcar é fator de risco para o desenvolvimento da obesidade, além de doenças como o diabetes. Mais da metade da população brasileira (53,9%) está acima do peso. Desses, 18,9% são obesos. Entre as crianças de 5 a 9 anos, um terço delas está com sobrepeso.

Já o diabetes atinge atualmente 7,4% da população adulta brasileira, conforme a Vigitel 2015. Em 2006, 5,5% das pessoas tinham a doença. A Vigitel é uma pesquisa feita nas capitais brasileiras por telefone. Em 2015, 54 mil pessoas maiores de 18 anos foram entrevistadas.

A primeira etapa do acordo para redução de açúcar nos alimentos deve começar em 2017, com análise das principais fontes de açúcar na dieta dos brasileiros.

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