Luz solar estimula a produção da vitamina D, fundamental para a saúde dos ossos
Pesquisa publicada na revista científica The Lancet revelou que as mudanças de luminosidade ao longo do ano alteram os níveis de algumas substâncias produzidas pelo cérebro, entre elas a serotonina
Paula Takahashi - Estado de Minas
Publicação:09/05/2013 14:00Atualização: 09/05/2013 15:26
Acordar, abrir a janela e ver que o sol brilha lá fora dão o ânimo que o aposentado Adelmo Tolentino, de 65 anos, precisa para sair de casa todos os dias de manhã e ir para a Praça JK, em Belo Horizonte. “Ando pelo menos uma hora e meia, e depois tomo um solzinho para a pele não ficar tão branca”, brinca. Sempre com protetor solare boné, ele conta que se preocupa com a exposição excessiva para evitar o câncer de pele. Mas garante que não vê os raios ultravioleta apenas como inimigos. “Quando tem sol, a gente fica mais alegreeposso fazer minhas caminhadas, que é uma coisa de que gosto muito”, afirma.
Com a chegada do inverno, os dias tendem a ficar do jeito que Anselmo gosta: ensolarados. A baixa umidade relativa do ar deve atravessar os próximos quatro meses e os dias prometem ficar mais bonitos com céu claro, sol a pino e temperaturas amenas. Prato cheio para o bom humor. Na dose certa, a luz solar é uma das grandes aliadas da saúde não apenas da mente, como também do corpo. Pesquisas já revelaram o papel fundamental que o astro tem na produção de vitamina D, responsável pelo bom funcionamento do organismo. Sua principal atuação está relacionada ao metabolismo do cálcio, item essencial na prevenção de doenças como osteoporose e raquitismo. Mais do que benefícios biológicos, o sol pode garantir sensações de bem-estar e prazer.
“Além de alterações no padrão do sono, a falta de sol pode causar desconforto, apatia e desânimo. No caso dos idosos, pode trazer, além de prejuízos físicos para os ossos, quadros de isolamento social e de perda de vontade para iniciar novas atividades”, observa a especialista.
Pesquisa publicada na revista científica The Lancet – especializada em oncologia, neurologia e doenças infecciosas – revelou que as mudanças de luminosidade ao longo do ano alteram os níveis de algumas substâncias produzidas pelo cérebro, entre elas a serotonina.
A serotonina tem papel fundamental nos transtornos emocionais e de temperamento, em especial a síndrome do outono e inverno. Segundo o pesquisador responsável pelo estudo, a luz ativa os neurônios para liberação de maior quantidade desse neurotransmissor. A verdade é que a falta de luminosidade induz estados emocionais mais inibidos. “A vida ao ar livre, com presença de luz e ar puro, sempre está relacionada a um ambiente mais saudável”, observa Velasquez.
PARCIMÔNIA
O dermatologista e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Gabriel Gontijo, é categórico: “Com sol a gente vive melhor”. Mas tudo depende da dose. “Até as 10h da manhã e comprotetor solar fator 30 e boné”, aconselha o também professor de dermatologia da Faculdade de Medicina da UFMG.
A polêmica que sempre rondou o uso de protetor solar e a produção de vitamina D deve ser esquecida. “Sabemos que, para produzir essa vitamina, em um país tropical como o nosso, basta a exposição de cinco a 10 minutos todos os dias numa área muito pequena, correspondente às mãos e ao rosto”, observa Gontijo. Como poucas são as pessoas que passam o protetor de forma correta e por todo o corpo, qualquer exposição, como ir ao supermercado, já é suficiente.
BENEFÍCIOS
O aposentado Adelmo Tolentino se sente muito mais disposto com o sol, mas não abre mão do protetor solar e do boné
Com a chegada do inverno, os dias tendem a ficar do jeito que Anselmo gosta: ensolarados. A baixa umidade relativa do ar deve atravessar os próximos quatro meses e os dias prometem ficar mais bonitos com céu claro, sol a pino e temperaturas amenas. Prato cheio para o bom humor. Na dose certa, a luz solar é uma das grandes aliadas da saúde não apenas da mente, como também do corpo. Pesquisas já revelaram o papel fundamental que o astro tem na produção de vitamina D, responsável pelo bom funcionamento do organismo. Sua principal atuação está relacionada ao metabolismo do cálcio, item essencial na prevenção de doenças como osteoporose e raquitismo. Mais do que benefícios biológicos, o sol pode garantir sensações de bem-estar e prazer.
Saiba mais...
Não é por acaso que em países com baixo índice de luminosidade a incidência de depressão e até de suicídio é alta. “Existe um tipo de depressão chamada de sazonal, causada por longos períodos sem sol, que atinge mais os países de clima temperado”, observa a doutora em ciência da saúde e professora de neurociência e psicologia cognitiva Rute Velasquez. Regulado pelo ciclo de luz e sombra, o funcionamento do corpo pode ser comprometido caso haja desequilíbrio entre esses dois elementos.- Vitamina C não cura gripe e nem alivia sintomas
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“Além de alterações no padrão do sono, a falta de sol pode causar desconforto, apatia e desânimo. No caso dos idosos, pode trazer, além de prejuízos físicos para os ossos, quadros de isolamento social e de perda de vontade para iniciar novas atividades”, observa a especialista.
Pesquisa publicada na revista científica The Lancet – especializada em oncologia, neurologia e doenças infecciosas – revelou que as mudanças de luminosidade ao longo do ano alteram os níveis de algumas substâncias produzidas pelo cérebro, entre elas a serotonina.
A serotonina tem papel fundamental nos transtornos emocionais e de temperamento, em especial a síndrome do outono e inverno. Segundo o pesquisador responsável pelo estudo, a luz ativa os neurônios para liberação de maior quantidade desse neurotransmissor. A verdade é que a falta de luminosidade induz estados emocionais mais inibidos. “A vida ao ar livre, com presença de luz e ar puro, sempre está relacionada a um ambiente mais saudável”, observa Velasquez.
PARCIMÔNIA
O dermatologista e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Gabriel Gontijo, é categórico: “Com sol a gente vive melhor”. Mas tudo depende da dose. “Até as 10h da manhã e comprotetor solar fator 30 e boné”, aconselha o também professor de dermatologia da Faculdade de Medicina da UFMG.
A polêmica que sempre rondou o uso de protetor solar e a produção de vitamina D deve ser esquecida. “Sabemos que, para produzir essa vitamina, em um país tropical como o nosso, basta a exposição de cinco a 10 minutos todos os dias numa área muito pequena, correspondente às mãos e ao rosto”, observa Gontijo. Como poucas são as pessoas que passam o protetor de forma correta e por todo o corpo, qualquer exposição, como ir ao supermercado, já é suficiente.
BENEFÍCIOS
- Estimula a produção de vitamina D, fundamental no metabolismo do cálcio e consequentemente na prevenção de doenças como osteoporose e raquitismo
- A vitamina D ainda protege contra infecções, infartos e derrames, diabetes e alguns tipos de câncer
- Ativa a produção de serotonina, hormônio que garante bem-estar