Número de cirurgias plásticas em adolescentes preocupa
Entre 2008 e 2012 o número de cirurgias em adolescentes aumentou 141%, segundo dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP)
Agência Estado
Publicação:01/07/2013 09:30Atualização: 01/07/2013 10:38
O número de cirurgias plásticas em adolescentes entre 14 e 18 anos mais do que dobrou em quatro anos - saltou de 37.740 procedimentos em 2008 para 91.100 em 2012 (141% a mais), segundo dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). No mesmo período, o número total de plásticas em adultos subiu 38 6% (saindo de 591.260 para 819.900 procedimentos) - o que significa que as cirurgias no público jovem cresceram em um ritmo 3,5 vezes maior. Além de estar num crescimento acelerado, a participação de jovens no total de cirurgias (911 mil procedimentos), também cresceu: saltou de 6% em 2008 para 10% em 2012.
O Brasil é o segundo País do mundo em número de cirurgias plásticas - fica atrás apenas dos Estados Unidos. A lipoaspiração é a cirurgia mais feita (foram 211 mil procedimentos só em 2011), seguida do implante de silicone nas mamas. A regra vale tanto para adultos quanto para adolescentes. Nos meninos, os procedimentos mais procurados são a ginecomastia (redução das mamas que crescem demais) e a cirurgia para corrigir a orelha de abano.
De acordo com o cirurgião José Horácio Aboudib, presidente da SBCP, não existe uma norma que defina qual a idade mínima para se submeter à cirurgia plástica. “Não há idade mínima, cada caso tem de ser avaliado separadamente. A idade não é o mais importante. O mais importante é avaliar a evolução física do paciente”, diz.
Maturação
Segundo Aboudib, há adolescentes com 14 anos que já possuem corpo biológico de adulto. “O que temos de avaliar é o nível de crescimento e maturação de cada um. Na menina, em geral isso acontece dois a três anos depois da primeira menstruação. No menino é mais difícil definir o início da puberdade, por isso é preciso avaliar cada caso.”
Para Maurício de Souza Lima, médico hebiatra (especializado no atendimento de adolescentes) do Hospital Sírio-Libanês, a decisão de fazer plástica na adolescência é polêmica.
“Nessa idade, os jovens estão em fase de transformação, mas na maioria das vezes ainda não é hora de mudar. Tem jovens que preferem uma cirurgia em vez de uma festa de 15 anos. É um exagero”, avalia. “O adolescente é muito imediatista e isso inclui a ansiedade por mudanças no corpo”, diz.
Banalizada
O psicólogo Marco Antônio de Tommaso, especialista em transtornos da imagem, vê exagero em realizar cirurgias entre adolescentes. Para ele, há uma banalização desse tipo de procedimento. “Hoje em dia existe até consórcio de cirurgia plástica.” De acordo com ele, os adolescentes vivem as pressões do padrão de beleza pelo corpo magro e perfeito. E eles têm uma visão distorcida de si mesmos e da sua imagem corporal.
“Eles vivem um sentimento de inferioridade e acham que resolverão seus problemas fazendo a cirurgia plástica. Não estamos falando de um caso de orelha de abano ou de um nariz quebrado num acidente. Estamos falando de cirurgias absolutamente estéticas ”, avalia Tommaso, que tem uma paciente que queria fazer uma lipoaspiração nos joelhos por achar que havia excesso de gordura naquela região. “Ela não usa saia.”
Para o psicólogo, por conta do bombardeamento de estímulos de beleza tanto na internet quanto na televisão, a tendência é cada vez mais os jovens procurarem a cirurgia plástica para atingirem esse padrão de beleza. “O risco é criar uma expectativa em relação à plástica que pode não ser atingida.”
Os procedimentos mais feitos entre meninas são a lipoaspiração e implante de silicone nos seios. Entre meninos é mais frequente a ginecomastia (redução das mamas que crescem demais) e a cirurgia para corrigir a orelha de abano
O Brasil é o segundo País do mundo em número de cirurgias plásticas - fica atrás apenas dos Estados Unidos. A lipoaspiração é a cirurgia mais feita (foram 211 mil procedimentos só em 2011), seguida do implante de silicone nas mamas. A regra vale tanto para adultos quanto para adolescentes. Nos meninos, os procedimentos mais procurados são a ginecomastia (redução das mamas que crescem demais) e a cirurgia para corrigir a orelha de abano.
Saiba mais...
Segundo dados da SBCP, nessa época do ano - inverno associado às férias escolares - a procura pelas cirurgias aumenta em média 60%. “Isso acontece porque o frio torna o pós-operatório mais confortável, favorecendo a recuperação mais rápida. Além disso, é recomendado não tomar sol após a cirurgia para evitar manchas” diz o cirurgião Gustavo Tilmann.- Especialista destaca o que deve ser considerado na hora de se decidir pela cirurgia plástica
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De acordo com o cirurgião José Horácio Aboudib, presidente da SBCP, não existe uma norma que defina qual a idade mínima para se submeter à cirurgia plástica. “Não há idade mínima, cada caso tem de ser avaliado separadamente. A idade não é o mais importante. O mais importante é avaliar a evolução física do paciente”, diz.
Maturação
Segundo Aboudib, há adolescentes com 14 anos que já possuem corpo biológico de adulto. “O que temos de avaliar é o nível de crescimento e maturação de cada um. Na menina, em geral isso acontece dois a três anos depois da primeira menstruação. No menino é mais difícil definir o início da puberdade, por isso é preciso avaliar cada caso.”
Para Maurício de Souza Lima, médico hebiatra (especializado no atendimento de adolescentes) do Hospital Sírio-Libanês, a decisão de fazer plástica na adolescência é polêmica.
“Nessa idade, os jovens estão em fase de transformação, mas na maioria das vezes ainda não é hora de mudar. Tem jovens que preferem uma cirurgia em vez de uma festa de 15 anos. É um exagero”, avalia. “O adolescente é muito imediatista e isso inclui a ansiedade por mudanças no corpo”, diz.
Banalizada
O psicólogo Marco Antônio de Tommaso, especialista em transtornos da imagem, vê exagero em realizar cirurgias entre adolescentes. Para ele, há uma banalização desse tipo de procedimento. “Hoje em dia existe até consórcio de cirurgia plástica.” De acordo com ele, os adolescentes vivem as pressões do padrão de beleza pelo corpo magro e perfeito. E eles têm uma visão distorcida de si mesmos e da sua imagem corporal.
“Eles vivem um sentimento de inferioridade e acham que resolverão seus problemas fazendo a cirurgia plástica. Não estamos falando de um caso de orelha de abano ou de um nariz quebrado num acidente. Estamos falando de cirurgias absolutamente estéticas ”, avalia Tommaso, que tem uma paciente que queria fazer uma lipoaspiração nos joelhos por achar que havia excesso de gordura naquela região. “Ela não usa saia.”
Para o psicólogo, por conta do bombardeamento de estímulos de beleza tanto na internet quanto na televisão, a tendência é cada vez mais os jovens procurarem a cirurgia plástica para atingirem esse padrão de beleza. “O risco é criar uma expectativa em relação à plástica que pode não ser atingida.”