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Método DeRose ensina a controlar o estresse e adquirir boa forma

O Saúde Plena experimentou uma aula da prática que tem feito a cabeça de executivos e atletas, como Lyoto Machida, e conta todos os detalhes na reportagem a seguir

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Alessandra Alves - Saúde Plena Publicação:31/10/2013 09:00Atualização:31/10/2013 10:40

A instrutora Laura Generoso e um dos alunos da turma avançada (Thiago Ventura/EM/D.A.Press)
A instrutora Laura Generoso e um dos alunos da turma avançada

Nem ioga, nem terapia, mas um estilo de vida. Uma combinação de exercícios que ajudam a melhorar a respiração, administrar o estresse, aumentar o tônus muscular e a flexibilidade, mas também uma rede de compartilhamento de cultura, boas maneiras e boa alimentação. O Método DeRose traz uma proposta diferente para quem busca aliar autoconhecimento à boa forma.

A proposta surgiu na década de 1960 no Brasil, pelo comendador DeRose, e hoje conta com cerca de 1 milhão de praticantes, distribuídos principalmente aqui, na França, Inglaterra, Escócia, Itália, Espanha, Portugal, Chile, Argentina e Estados Unidos. Em Belo Horizonte existe uma escola, que conta com cerca de 60 alunos, divididos em turmas iniciantes, intermediárias e avançadas.

 

Veja mais fotos da aula para iniciantes do Método DeRose

 

Raquel Martins, de 35 anos, frequenta a turma de iniciantes. Ela procurou o método por indicação do noivo, que mora no interior do Paraná e, apesar de não frequentar as aulas, é um amante da prática. Enfermeira por formação, Raquel agora estuda para prestar vestibular de medicina e, antes das aulas tinha dificuldade para concentrar e controlar a ansiedade. Após um mês e meio de prática, ela diz que não pretende parar. “Minha vida melhorou em tudo. Hoje tenho mais energia para estudar, minha ansiedade diminuiu horrores, tenho mais força, melhorei minha postura e minha respiração. É inacreditável”, afirma.

Um dos movimentos realizados pela turma de iniciantes do Método DeRose (Thiago Ventura/EM/D.A.Press)
Um dos movimentos realizados pela turma de iniciantes do Método DeRose

O lutador de MMA, Lyoto Machida e o instrutor Fabiano Gomes, da unidade de Porto Alegre/RS (Reprodução/Facebook)
O lutador de MMA, Lyoto Machida e o instrutor Fabiano Gomes, da unidade de Porto Alegre/RS
Lyoto Machida, lutador de MMA e quinto lugar no ranking do UFC na categoria peso médio, também é praticante do método. Ele é aluno do Centro Fabiano Gomes, em Porto Alegre/RS. Assim como ele, Graciele Herrmann, nadadora da seleção brasileira, e uma diversidade de outros esportistas, entre ciclistas, lutadores de artes marciais e triatletas, buscam a técnica no intuito de aumentar o poder de concentração no esporte. Dentre os conceitos trabalhados, está a necessidade de despertar o máximo potencial do atleta, ampliando assim o seu desempenho.

Mas a técnica não é válida somente para atletas e estudantes. Engenheiros, advogados, médicos, empresários, executivos e artistas também fazem parte do perfil de praticantes do Método DeRose. Segundo Laura Generoso, instrutora da escola e praticante há oito anos, na maior parte das vezes essas pessoas buscam o método para aliviar o estresse do dia-a-dia. “A gente trabalha muito o ganho de consciência, então você começa a ter mais controle das suas emoções. Quando sente um pouco de nervosismo ou ansiedade, por exemplo, está apto a perceber esse sentimento e começa a controla-lo, principalmente, através da respiração”, afirma.

Segundo a instrutora, um dos principais objetivos atingidos pela maioria dos alunos iniciantes é a diminuição do estresse, seja pela quantidade de estudo ou de trabalho. “O maior ganho dos alunos nos primeiros dois meses de prática é dizer: eu estou muito menos estressado no trabalho, muito mais seguro e confiante”, diz. Ela conta sobre um aluno que bateu o carro e no dia seguinte chegou ao estúdio contando, orgulhoso, como não havia ficado agitado e como soube lidar de forma tranquila com a situação, o que antigamente, não seria possível. Para Laura, este é um reflexo da incorporação das técnicas ensinadas em aula na rotina do dia-a-dia.

E a boa forma? Como é adquirida? Questionada, Laura responde, sem titubear: “A boa forma é apenas uma consequência da prática”. Além das técnicas utilizadas para o autoconhecimento, o Método DeRose também propõe uma mudança cultural. Com uma programação que engloba atividades ligadas à gastronomia, filosofia, teatro, cinema e literatura, os praticantes adquirem uma nova visão de mundo, experimentando novos conceitos e aumentando a rede de relações pessoais. Seguir uma alimentação saudável é parte inerente ao processo.

Quem pode fazer

O Método DeRose é indicado a homens e mulheres a partir dos 18 anos. Apesar da maioria dos alunos da sede Belo Horizonte ser do sexo masculino e estar na faixa dos 28 aos 45 anos, Laura diz que, contanto que a pessoa goze de boa saúde, não há restrições para a prática da atividade.

 (Soraia Piva/EM/D.A.Press)

Cheguei à escola pouco antes do horário marcado, tão ansiosa quanto receosa. O gelo, no entanto, foi quebrado assim que a porta se abriu. Fui recebida na entrada, com um abraço e voto de boas-vindas. Como ainda havia tempo até que a aula começasse, fui convidada a conhecer o espaço, impecável e muito cheiroso. Neste momento, me senti à vontade.

Parece fácil, mas sustentar o corpo apoiada em uma das mãos exige força e equilíbrio (Thiago Ventura/EM/D.A.Press)
Parece fácil, mas sustentar o corpo apoiada em uma das mãos exige força e equilíbrio
Antes de chegar lá, havia perguntado à Laura se havia alguma restrição em relação à roupa. Ela aconselhou que eu usasse algo confortável. Como saí do trabalho direto para a escola, levei a roupa em uma mochila e me troquei por lá mesmo. O vestiário feminino era bastante acolhedor. Em uma estante havia chinelos limpos, creme hidratante, elástico para o cabelo e desodorante, tudo disponível para as alunas. Peguei um elástico emprestado, amarrei os cabelos e me troquei. Levei um pequeno susto quando a porta se abriu e a instrutora e uma aluna entraram para se trocar. Sou um pouco tímida e apesar de já estar vestida, confesso que levei um pequeno choque ao vê-las trocar de roupa na minha frente. Mais tarde, ao relembrar a experiência, cheguei à conclusão de que, se todas as coisas ali eram compartilhadas, por que não dividir o vestiário?

Mas foi ainda naquele espaço que tomei o segundo choque: a instrutora, que havia me recebido com uma roupa um pouco mais larga, agora vestia um macacão muito colado ao corpo, que deixava a mostra um corpo perfeito, sem nada além ou aquém. Bonito e natural. Pensei: “Se isto foi resultado da prática, tô dentro”.

Saí do vestiário animada para a aula. Neste dia, estávamos somente eu e uma aluna. Antes de entrar na sala, higienizamos pés e mãos com uma espuma disponível na entrada. O fotógrafo que acompanhou a aula e registrou todos os momentos, fez o mesmo.

Os primeiros exercícios trabalhavam a respiração. Sentada sob as pernas, fui instruída a inspirar e expirar várias vezes, da forma mais rápida que eu pudesse. Falhei em todos os quesitos, já que a dor nas pernas me impedia de concentrar no exercício.

A próxima atividade trabalhou a flexibilidade e os músculos. Eu e minha colega fomos instruídas a testar algumas posições. Ela, com alguma facilidade, eu com nenhuma, e a professora com total destreza. Comecei a sentir algumas dores nas costas e muita vergonha pelo meu desempenho. Ainda assim, procurei seguir os movimentos que me eram passados.

Ao fim da aula, a luz baixou, uma música mais calma começou a tocar e eu finalmente pude relaxar. Nunca achei que fosse possível me desligar dessa forma, nem mesmo durante as aulas de teatro que fiz na adolescência. Mas neste dia, a sensação que tive foi que meu corpo descansava. Ainda ouvia a voz da Laura, sentia vergonha pela presença do fotógrafo – o único que não fazia o exercício -, mas levantei relaxada e satisfeita. Uma sensação difícil de explicar.

Com apenas uma aula, os resultados demonstrados foram poucos, mas as necessidades de aprendizado se mostraram muitas. Descobri que controlar minha respiração é o maior obstáculo. Apesar de não ter conseguido permanecer nas posições por muito tempo, senti que com a prática, aquele desafio seria possível.


Aluno da turma avançada demonstra uma das posições do Método DeRose (Thiago Ventura/EM/D.A.Press)
Aluno da turma avançada demonstra uma das posições do Método DeRose

Sentiu vontade de experimentar?

O quê? Método DeRose – Unidade Ouro
Onde? Rua do Ouro, 304, Serra – 31 3225-6581
Preço? Consulta individual e local
Investimento em equipamentos? Nenhum. Para fazer as aulas, basta usar uma roupa confortável. De ginástica, por exemplo.
Pré-requisitos? Ter boa saúde.

Oportunidade: Uma vez por mês, a unidade de Belo Horizonte oferece uma aula gratuita na Praça JK. Entre em contato para conhecer a próxima data.

 

A série Manual do Iniciante vai fazer um 'test drive' de atividades ligadas à saúde e ao bem-estar. Se você quiser sugerir um tema, mande uma mensagem para saudeplenauai@gmail.com

    • 31/10/2013
    • Manual do Iniciante: Método DeRose
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