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Solidariedade reúne pessoas que querem resgatar o verdadeiro sentido do Natal

Alheios ao corre-corre que parece dominar o mês e gerar uma verdadeira onda de estresse e angústia, algumas pessoas buscam se desvencilhar do forte apelo consumista da data e retomar o sentido original da celebração

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Paula Takahashi - Estado de Minas Publicação:02/12/2013 15:00Atualização:21/02/2014 07:54
Solidariedade, crescimento espiritual, união familiar e reflexão pessoal dão o mote da festa para aqueles que seguem corrente inversa à enaltecida nas lojas (istockphoto)
Solidariedade, crescimento espiritual, união familiar e reflexão pessoal dão o mote da festa para aqueles que seguem corrente inversa à enaltecida nas lojas
Os próximos dias prometem ser os mais intensos do ano. Para muitos, é hora de ir às compras para garantir os presentes que serão distribuídos na noite de Natal, bater as metas estipuladas pela empresa, planejar as férias e preparar a casa para as comemorações que tomam conta da última semana de dezembro. Alheios ao corre-corre que parece dominar o mês e gerar uma verdadeira onda de estresse e angústia, algumas pessoas buscam se desvencilhar do forte apelo consumista da data e retomar o sentido original da celebração. Solidariedade, crescimento espiritual, união familiar e reflexão pessoal dão o mote da festa para aqueles que seguem corrente inversa à enaltecida nas lojas.


Empenhados em dar às crianças carentes a chance de ter um Natal mágico como o de tantas outras, a assistente social Wanda Lúcia de Paiva e o dentista Renato Magno dos Santos, ambos de 39 anos, estão em uma verdadeira empreitada, mas não na compra de brinquedos, e sim na coleta de doações. Ela pretende levar alegria a 100 jovens do Aglomerado da Serra, enquanto ele planeja ajudar 300 crianças de três creches. “Natal para mim é poder estender a mão para o outro. Entregar esses brinquedos é o meu maior presente e faz com que me sinta abençoada”, garante Wanda.

Renato vê na atitude uma forma de passar valores importantes para a filha Elisa Soares de Souza dos Santos, de 9 anos, que o acompanha desde os 6 na distribuição das doações. “Acredito que vou ensiná-la a dividir, respeitar o próximo e ser uma pessoa simples, sem materialismo e ganância”, afirma. Ensinamentos que dom Luiz Gonzaga Fechio, bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte, reconhece que devem ser enaltecidos neste período do ano. “Precisamos nos aproximar de valores como bondade, perdão, humanidade e paz e refletir sobre a presença deles em nossas vidas”, afirma.

Estreitar os laços familiares e dar ao presente um significado que vai além do valor material foi uma proposta da dentista Patrícia Carvalho, de 45, aos parentes e amigos. Sugestão que acabou virando tradição na noite do dia 24. “O Natal celebra a ideia do nascimento de Jesus e sempre relaciono esse sentido ao despertar da consciência. E essa consciência, que esquecemos no dia a dia, buscamos retomar nesta data”, conta. Leitura de textos e dinâmicas são o ápice da confraternização. Iniciativas que preenchem a existência e suprem o vazio que muitos sentem com a chegada deste período para uns nostálgico e para outros melancólico.

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