Alergia ao anticoncepcional? Saiba como lidar com o problema
Condição não é comum, mas existe e pode se manifestar em relação a diversas formas de uso do medicamento
Letícia Orlandi - Saúde Plena
Publicação:23/12/2013 09:00Atualização: 20/12/2013 14:25
A médica Rivia Lamaita, presidente do Comitê de Reprodução Humana da Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais (Sogimig), explica que as pílulas mais utilizadas são compostas por dois tipos de hormônio, o estrogênio e a progesterona. A quantidade e o tipo de estrogênio e progesterona variam, podendo se aproximar mais ou menos das substâncias produzidas naturalmente pelo organismo. E existem ainda as versões que utilizam apenas uma das substâncias, como a Gestodene, que não inclui o estrógeno e promete reduzir alguns efeitos colaterais do uso da pílula.
A especialista explica que é possível apresentar alergia ao composto oral e não manifestar a mesma reação ao tipo injetável, vaginal ou transdérmico (adesivo colado à pele). Se forem observados os sintomas mais comuns da farmacodermia – vermelhidão pelo corpo, coceira, brotoejas – há duas opções mais indicadas: optar por métodos não hormonais, como a camisinha e alguns tipos de dispositivos intra-uterinos (DIU); ou tentar outras versões do método contraceptivo. “Não é porque você já toma há bastante tempo que não corre o risco de desenvolver uma reação alérgica. E toda reação medicamentosa deve ser observada com cuidado”, aponta Rivia.
A médica explica que algumas pílulas mais novas utilizam compostos de estrogênio bem próximos ao que é produzido pela mulher, o que pode até reduzir a possibilidade de reação adversa, mas isso não quer dizer que as mais antigas são menos eficazes. “O que altera a eficácia são os erros no uso, principalmente a irregularidade, quando a mulher esquece de tomar em vários dias ao longo do mês. Mas o preço, por exemplo, não indica uma pílula mais ou menos eficaz. Um medicamento mais caro pode trazer consigo mais tecnologia associada, minimizando efeitos colaterais e aumentando a praticidade, mas o mais barato tem a mesma confiabilidade”, esclarece a especialista.
Mitos
A presidente do Comitê de Reprodução Humana da Sogimig relata que, apesar de as adolescentes e mulheres já chegarem ao consultório muito bem informadas sobre o uso da pílula e de outros métodos anticoncepcionais, alguns mitos permanecem. “O papel do médico é fundamental para instruir a forma correta de uso e o método mais indicado para cada uma”, ensina.
Um dos mitos mais comuns é de que a pílula atrapalha a fertilidade futura. “O uso prolongado do anticoncepcional não prejudica a capacidade de a mulher engravidar”, afirma a médica. Outro engano frequente é achar que, após interromper o uso da pílula, o organismo leva um tempo para se tornar apto à gestação. “Assim que o uso do medicamento é interrompido, a mulher está exposta ao risco da gravidez. No caso das versões injetáveis, pode haver um período de ação prolongado após a interrupção, mas isso só pode ser avaliado e informado pelo médico”, define Rivia.
Não só para tirar as dúvidas sobre uma possível reação alérgica, que povoam fóruns de sites médicos no Brasil e em vários países, como também por causa desses mitos, a escolha do melhor método contraceptivo não deve vir da indicação de amigas ou parentes, mas sim do ginecologista.
Saiba mais...
As alergias podem se manifestar em qualquer época da vida, basta que você tenha sido exposto à substância. Os anticoncepcionais não escapam disso. Embora seja um dos efeitos colaterais menos comuns deste medicamento, as reações alérgicas reforçam a recomendação de que a escolha do método deve ser individualizada.-
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A médica Rivia Lamaita, presidente do Comitê de Reprodução Humana da Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais (Sogimig), explica que as pílulas mais utilizadas são compostas por dois tipos de hormônio, o estrogênio e a progesterona. A quantidade e o tipo de estrogênio e progesterona variam, podendo se aproximar mais ou menos das substâncias produzidas naturalmente pelo organismo. E existem ainda as versões que utilizam apenas uma das substâncias, como a Gestodene, que não inclui o estrógeno e promete reduzir alguns efeitos colaterais do uso da pílula.
Embora seja um dos efeitos colaterais menos comuns deste medicamento, as reações alérgicas reforçam a recomendação de que a escolha do método deve ser individualizada
A médica explica que algumas pílulas mais novas utilizam compostos de estrogênio bem próximos ao que é produzido pela mulher, o que pode até reduzir a possibilidade de reação adversa, mas isso não quer dizer que as mais antigas são menos eficazes. “O que altera a eficácia são os erros no uso, principalmente a irregularidade, quando a mulher esquece de tomar em vários dias ao longo do mês. Mas o preço, por exemplo, não indica uma pílula mais ou menos eficaz. Um medicamento mais caro pode trazer consigo mais tecnologia associada, minimizando efeitos colaterais e aumentando a praticidade, mas o mais barato tem a mesma confiabilidade”, esclarece a especialista.
Mitos
A presidente do Comitê de Reprodução Humana da Sogimig, Rivia Lamaita, relata que, apesar de as mulheres já chegarem ao consultório muito bem informadas, alguns mitos permanecem
Um dos mitos mais comuns é de que a pílula atrapalha a fertilidade futura. “O uso prolongado do anticoncepcional não prejudica a capacidade de a mulher engravidar”, afirma a médica. Outro engano frequente é achar que, após interromper o uso da pílula, o organismo leva um tempo para se tornar apto à gestação. “Assim que o uso do medicamento é interrompido, a mulher está exposta ao risco da gravidez. No caso das versões injetáveis, pode haver um período de ação prolongado após a interrupção, mas isso só pode ser avaliado e informado pelo médico”, define Rivia.
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