Crianças respondem menos aos antirretrovirais
Os pesquisadores acompanharam voluntários com 7 a 16 anos em 14 cidades norte-americanas e descobriram que 74% tinham desenvolvido resistência a pelo menos um tipo de medicamento e 30%, a no mínimo duas classes de remédio para o combate do vírus
Correio Braziliense
Publicação:02/06/2014 13:00
As crianças que nascem com o HIV são mais propensas a reagir negativamente aos antirretrovirais do que os adultos infectados. A constatação é de um estudo desenvolvido na Universidade de Tulane, nos Estados Unidos, com 450 garotos e garotas participantes do Cohort Study Pediatric HIV/Aids, um dos maiores projeto de acompanhamento de soropositivos menores de idade no país. Os pesquisadores acompanharam voluntários com 7 a 16 anos em 14 cidades norte-americanas e descobriram que 74% tinham desenvolvido resistência a pelo menos um tipo de medicamento e 30%, a no mínimo duas classes de remédio para o combate do vírus da Aids. No caso dos adultos, as porcentagens são de 36% e 12%, respectivamente.
O trabalho enfatiza a importância da adesão ao tratamento das drogas em crianças e adolescentes, um grupo que costuma ser menos atendido pelas ações governamentais de combate à Aids e apresentar mais recusa para dar prosseguimento à terapia. “Você desenvolve resistência quando tira alguns medicamentos, mas não todos. Assim, a pessoa tem um vírus que está replicando mesmo tomando a medicação”, explica Dyke.
O Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) estima que haja, no mundo, 3,3 milhões de pessoas com até 15 anos que têm o vírus da Aids, sendo que apenas 650 mil, o equivalente a 19%, recebem o tratamento com antirretroviral. A maioria das crianças com Aids vive no continente africano. No planeta, segundo dados também da Unaids, há 35 milhões de pessoas soropositivas, sendo que 25 milhões vivem na África Subsaariana e 1,5 milhão na América Latina.
Menina soropositiva é atendida em hospital de Chicago: a resistência aos remédios preocupa especialistas
Saiba mais...
“O problema com a resistência aos medicamentos é que, depois de desenvolvê-la, ela nunca vai embora”, observa Russell Van Dyke, líder do estudo. “Alguns pacientes nessa condição não têm opções de tratamento eficazes. O vírus resistente é a principal razão para a morte entre os jovens com HIV perinatal.” Dyke ressalta que a maioria das crianças estudadas respondia bem aos antirretrovirais mais recentes. Apenas uma tinha resistência a todos os tipos de medicamentos disponíveis.O trabalho enfatiza a importância da adesão ao tratamento das drogas em crianças e adolescentes, um grupo que costuma ser menos atendido pelas ações governamentais de combate à Aids e apresentar mais recusa para dar prosseguimento à terapia. “Você desenvolve resistência quando tira alguns medicamentos, mas não todos. Assim, a pessoa tem um vírus que está replicando mesmo tomando a medicação”, explica Dyke.
O Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) estima que haja, no mundo, 3,3 milhões de pessoas com até 15 anos que têm o vírus da Aids, sendo que apenas 650 mil, o equivalente a 19%, recebem o tratamento com antirretroviral. A maioria das crianças com Aids vive no continente africano. No planeta, segundo dados também da Unaids, há 35 milhões de pessoas soropositivas, sendo que 25 milhões vivem na África Subsaariana e 1,5 milhão na América Latina.