Estudo afirma que adolescentes que fumam maconha estão mais expostos ao fracasso escolar

Estudo publicado nesta quarta-feira na 'The Lancet Psychiatry' mostra que jovens com menos de 17 anos que fumam maconha todos os dias têm 60% mais chances de não concluir o ensino médio do que os que nunca experimentaram

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AFP - Agence France-Presse Publicação:10/09/2014 12:36
Os adolescentes que fumam regularmente maconha estão muito mais expostos ao fracasso escolar que os outros, segundo os resultados de um estudo publicados nesta quarta-feira na revista médica 'The Lancet Psychiatry'. Os adolescentes de menos de 17 anos que fumam maconha todos os dias correm 60% a mais de riscos de não concluir o ensino médio do que aqueles que nunca fumaram a substância. Além disso, aqueles que fumam diariamente têm sete vezes mais riscos de uma tentativa de cometer suicídio e oito vezes mais riscos de utilizar outras drogas posteriormente, destaca o estudo.

"Estes resultados aparecem no momento oportuno, já que vários estados americanos e países da América Latina tomaram o caminho da descriminalização da maconha, o que poderia tornar mais fácil para os jovens o acesso a esta droga", afirmou Richard Mattick, da Universidade de Nova Gales do Sul (Austrália), um dos autores da pesquisa. A maconha é a droga ilegal mais consumida no mundo. Estatísticas recentes indicam que em alguns países os jovens começam a usar a substância cada vez mais cedo.

O estudo publicado na revista The Lancet tem como base dados obtidos por três pesquisas entre jovens da Austrália e Nova Zelândia. Os cientistas tentaram traçar um paralelo da frequência do consumo de maconha entre os jovens com menos de 17 anos e seus comportamentos na vida posteriormente. Os critérios usados foram o êxito escolar, o uso de drogas ilegais, dependência da maconha, a depressão e as tentativas de suicídio.

Uma relação "clara e consistente" foi encontrada entre a frequência da utilização da maconha antes dos 17 anos e a maioria dos critérios citados, destaca a Lancet. Para o doutor Edmund Silins, outro autor do estudo, os resultados demonstram "de maneira evidente" que a luta contra o consumo precoce da maconha entre os jovens representa "importantes benefícios em termos sociais e de saúde".

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