Substância encontrada no cacau pode conter deterioração cognitiva relacionada à idade
A deterioração gradativa da memória começa na idade adulta, mas não é percebida antes dos 50 ou 60 anos
AFP - Agence France-Presse
Publicação:28/10/2014 13:30Atualização: 28/10/2014 16:53
Para estudar o impacto dos flavonóis do cacau, cientistas da Universidade de Columbia (EUA) submeteram a testes 37 voluntários com idades entre os 50 e os 69 anos. Esses voluntários foram distribuídos em dois grupos que, durante três meses, ingeriram diariamente bebidas com altas doses de flavonóis - uma delas, contendo 900 mg, e a outra, com uma dose baixa da substância, de 10 mg. As bebidas foram preparadas por um fabricante americano de chocolates, que desenvolveu uma técnica para extrair os flavonóis do cacau e que financiou parcialmente a pesquisa.
Ao final do teste, os cérebros dos voluntários foram observados com técnicas de imagem cerebral, que permitiram mostrar o aumento sensível do volume sanguíneo de uma região conhecida como giro dentado do hipocampo nos voluntários do primeiro grupo. O giro dentado desempenha um papel na memória, mas os resultados diminuem com a idade.
Os voluntários do primeiro grupo apresentaram melhores aptidões de memorização do que os do segundo, em um exercício de reconhecimento de formas com 20 minutos de duração. "Depois de três meses, um participante, que tinha a memória de um sexagenário no começo do estudo, apresentou desempenho típico de alguém com 30, ou 40 anos", afirmou Scott Small, principal autor do estudo, publicado na edição deste domingo da revista "Nature Neuroscience".
O pesquisador destacou, porém, que os resultados preliminares terão de ser confirmados por novos estudos, com um número maior de pessoas. Ele também advertiu que não foi possível concluir a necessidade de se ingerir mais chocolate, pois a "quantidade de flavonóis encontrada no chocolate é minúscula em comparação com a consumida" pelos voluntários do estudo.
Os flavonóis também podem ser encontrados no chá, nas uvas e em muitos outros frutos e legumes e poderiam, segundo outros estudos, ser benéficos também para o coração.
Uma outra pesquisa, feita por cientistas australianos, com o apoio de outro fabricante de chocolate, já teria demonstrado, em 2012, que os flavonóis do cacau poderiam aumentar a capacidade do cérebro.
Durante três meses voluntários entre 50 e 69 anos ingeriram diariamente bebidas com altas doses de flavonóis (presente no cacau)
Saiba mais...
Um regime rico em flavonóis, subgrupo dos flavonoides, substâncias naturais encontradas no cacau e em outros frutos, pode controlar a deterioração cognitiva relacionada com a idade - afirmam cientistas. O processo de envelhecimento costuma ser acompanhado por uma dificuldade maior de aprender, ou de lembrar de alguns nomes, ou lugares. A deterioração gradativa da memória começa na idade adulta, mas não é percebida antes dos 50, ou 60 anos.-
Veja mais fotos
Consumido na quantidade certa, chocolate não é vilão - Nada de suplementos após o treino; estudo indica que o melhor é leite com chocolate
- Você sabe a quantidade de açúcar que tem nos achocolatados em pó?
- Pressão alta depois dos 50 prejudica também a memória
- Você não precisa abrir mão do chocolate na Páscoa; especialista explica qual a melhor forma de consumir essa delícia
- Entenda como um fungo e o ebola podem fazer o chocolate acabar
Para estudar o impacto dos flavonóis do cacau, cientistas da Universidade de Columbia (EUA) submeteram a testes 37 voluntários com idades entre os 50 e os 69 anos. Esses voluntários foram distribuídos em dois grupos que, durante três meses, ingeriram diariamente bebidas com altas doses de flavonóis - uma delas, contendo 900 mg, e a outra, com uma dose baixa da substância, de 10 mg. As bebidas foram preparadas por um fabricante americano de chocolates, que desenvolveu uma técnica para extrair os flavonóis do cacau e que financiou parcialmente a pesquisa.
Ao final do teste, os cérebros dos voluntários foram observados com técnicas de imagem cerebral, que permitiram mostrar o aumento sensível do volume sanguíneo de uma região conhecida como giro dentado do hipocampo nos voluntários do primeiro grupo. O giro dentado desempenha um papel na memória, mas os resultados diminuem com a idade.
Os voluntários do primeiro grupo apresentaram melhores aptidões de memorização do que os do segundo, em um exercício de reconhecimento de formas com 20 minutos de duração. "Depois de três meses, um participante, que tinha a memória de um sexagenário no começo do estudo, apresentou desempenho típico de alguém com 30, ou 40 anos", afirmou Scott Small, principal autor do estudo, publicado na edição deste domingo da revista "Nature Neuroscience".
O pesquisador destacou, porém, que os resultados preliminares terão de ser confirmados por novos estudos, com um número maior de pessoas. Ele também advertiu que não foi possível concluir a necessidade de se ingerir mais chocolate, pois a "quantidade de flavonóis encontrada no chocolate é minúscula em comparação com a consumida" pelos voluntários do estudo.
Os flavonóis também podem ser encontrados no chá, nas uvas e em muitos outros frutos e legumes e poderiam, segundo outros estudos, ser benéficos também para o coração.
Uma outra pesquisa, feita por cientistas australianos, com o apoio de outro fabricante de chocolate, já teria demonstrado, em 2012, que os flavonóis do cacau poderiam aumentar a capacidade do cérebro.
-
- 22/04/2013
- Consumido na quantidade certa, chocolate não é vilão
- AUMENTAR
- TODAS AS FOTOS
- FOTO 1/15
descrição