OMS diz que envelhecimento populacional dominará políticas de saúde no mundo
Em 2050, a população acima dos 60 anos será de dois bilhões de pessoas (uma em cada cinco) contra os 841 milhões atuais
AFP - Agence France-Presse
Publicação:06/11/2014 10:25
Os sistemas de saúde terão que fazer frente ao desafio que representa o envelhecimento da população, em particular nos países mais pobres, adverte a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta quinta-feira (6/11), em uma série de estudos publicados na respeitada revista médica The Lancet.
"Nos países com renda baixa ou média, os serviços de saúde não são formados para tratar de pessoas idosas", observou o doutor Tiers Boerma, diretor do departamento de estatísticas da OMS. Ele destacou que os problemas de saúde destas pessoas são múltiplos e crônicos, citando por ordem de causas de óbito o câncer, as doenças respiratórias, a artrose, problemas mentais e neurológicos. O número de pessoas afetadas por demência, por exemplo, deve passar dos atuais 44 milhões para 135 milhões em 2050.
Uma das soluções será o desenvolvimento da "cobertura universal de saúde", que a OMS preconiza, mas que pode ser diferente de um país para o outro. "Não existe um modelo único", disse o doutor Boerma.
As medidas não precisam, obrigatoriamente, ser caras, como por exemplo, a redução do consumo de sal e a política contra o tabagismo, destacaram os especialistas. Outras medidas consistem em criar clínicas móveis para as populações rurais, ampliar a difusão das vacinas e dar orientações para uma vida saudável.
Em 2020, pela primeira vez na história, o número de pessoas com 60 anos ou mais no mundo superará o de crianças com menos de cinco anos
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Em 2020, pela primeira vez na história, o número de pessoas com 60 anos ou mais no mundo superará o de crianças com menos de cinco anos. Uma em cada sete pessoas será idosa, então. Em 2050, a população acima dos 60 anos será de dois bilhões de pessoas (uma em cada cinco) contra os 841 milhões atuais, destacou o departamento de estatísticas da OMS neste estudo. "O envelhecimento dominará a ordem do dia das políticas de saúde", declarou à imprensa, em Genebra, o doutor Sommath Chatterji, coordenador do estudo.- Envelhecimento: tão importante quanto cuidar do corpo é cuidar da mente
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"Nos países com renda baixa ou média, os serviços de saúde não são formados para tratar de pessoas idosas", observou o doutor Tiers Boerma, diretor do departamento de estatísticas da OMS. Ele destacou que os problemas de saúde destas pessoas são múltiplos e crônicos, citando por ordem de causas de óbito o câncer, as doenças respiratórias, a artrose, problemas mentais e neurológicos. O número de pessoas afetadas por demência, por exemplo, deve passar dos atuais 44 milhões para 135 milhões em 2050.
Uma das soluções será o desenvolvimento da "cobertura universal de saúde", que a OMS preconiza, mas que pode ser diferente de um país para o outro. "Não existe um modelo único", disse o doutor Boerma.
As medidas não precisam, obrigatoriamente, ser caras, como por exemplo, a redução do consumo de sal e a política contra o tabagismo, destacaram os especialistas. Outras medidas consistem em criar clínicas móveis para as populações rurais, ampliar a difusão das vacinas e dar orientações para uma vida saudável.