Babá sabe-tudo: cada vez mais qualificadas, profissionais passam segurança às famílias
As novas babysitters são altamente qualificadas e oferecem serviço diferenciado para a felicidade das crianças e dos pais
Renata Rusky - Revista do CB
Publicação:06/12/2014 10:00Atualização: 01/12/2014 15:53
Rachel Botelho, psicóloga, 37 anos, e o marido diplomata estão de volta ao Brasil depois de terem morado em Santiago, no Chile, e em Washington, nos EUA. Nesses países, não tinham problema em manter uma vida social ativa e comparecer aos diversos eventos noturnos do trabalho dele, mesmo com duas crianças em casa — Pedro, 5, e Laura, 4. Quando souberam que morariam em Brasília, começaram a se preocupar. “Sabíamos que, no Brasil, esse serviço era bem mais difícil”, conta Rachel. Os dois não teriam com quem deixar as crianças em dias de compromisso.
Aqui, ainda é um filão pequeno, mas em ascensão, prestado por pessoas qualificadas — o tempo que passam com a criança é de estímulo constante. As novas cuidadoras diferem das babás tradicionais por investirem em ensino superior e cursos de especialização ligados a infância, o que transmite mais segurança aos pais. Isso tem um custo, evidentemente.
As babysitters supercapacitadas foram a salvação de Rachel. No caso, ela entrou em contato com a empresa das jovens psicólogas Lorena Menezes, 25 anos, e Laís David Melo, 26. Antes do primeiro serviço, elas fazem uma reunião para identificar as necessidades da família. Foi assim que souberam da condição de Pedro, que é autista. Estudaram a respeito e, já na primeira visita, tiveram uma ótima ligação com as crianças.
Lorena e Laís abriram a empresa há pouco mais de um ano. No primeiro mês, foram apenas seis serviços. Atualmente, são cerca de 15 por semana. A equipe ganhou reforços, todos estudantes universitários. “Deu muito certo porque, claro, pouca gente faz esse serviço e porque Brasília é uma cidade com muita gente sem família aqui”, conta Lorena.
Hoje, Rachel recorre à dupla tanto para ter uma folga quanto para a alegria das crianças. No dia a dia, os dois vão à escola e têm diversas atividades extras, como natação e fonoaudióloga. Nos pequenos intervalos, ficam em casa com a empregada doméstica. “Não é a mesma coisa que deixar com asbabysitters. A atenção é outra”, reconhece.
“Nós sempre levamos uma caixa de brinquedos e todo o tempo que estamos com as crianças é dando atenção, nada de deixar no parquinho e ficar assistindo de longe. Respeitamos a vontade delas também. Se estiverem cansadas e só quiserem ver tevê, deixamos, mas sempre conversando sobre o que estamos vendo e tentando estimulá-las”, explica Laís. Os brinquedos não são nada convencionais: linha, corda, fita. Tudo para que os pequenos usem a criatividade.
Do ponto de vista dos adultos, sem dúvida, vale a pena. “Chegamos a conhecer casais que já estavam há mais de um ano sem sair de casa sozinhos”, conta Lorena. “Em dia de evento, a demanda é enorme. No dia do show do Paul McCartney, na semana passada, por exemplo, não conseguimos atender todas as famílias que nos procuraram”, completa Laís. Nas férias, a procura é maior ainda. Embora nunca tenha sido a intenção da Dimdom, no ano passado, uma das clientes acabou reunindo um grupo de crianças para que elas cuidassem. “Foi como uma colônia de férias”, contam as jovens.
Ivelise Calvete, servidora pública, 31 anos, e o marido eram desses pais sem tempo para ser um casal. Sem parentes na capital e sem ter com quem deixar Júlia, 2, o tempo livre era dedicado exclusivamente à filha. A rotina da pequena é dividida entre a companhia da empregada doméstica, pela manhã, e a creche, à tarde. O problema é que a empregada, às vezes, tem imprevistos. Nesses momentos, ter com quem contar para ficar com Júlia é essencial. Nos fins de semana, os programas eram sempre infantis. De vez em quando, um amigo se disponibilizava a ficar com a menina para que os dois pudessem fazer algo diferente, como ir ao cinema, jantar etc.
Foi assim até conhecerem Carolina Campos, 26, pedagoga. Ela trabalhava na creche em que Júlia é matriculada e os pais sempre perguntavam se alguma funcionária se disponibilizaria a ficar com crianças durante o fim de semana ou a noite. A escola não permitia. Carol viu a demanda das famílias, trocou de emprego — um que permitisse o trabalho extra — e começou a trabalhar como babysitter nas horas vagas.
Ela foi um alento para Ivelise e o marido, que agora podem ter noites a dois. É um momento de lazer para os pais e eles têm certeza de que para Júlia também. “É importante pra nós termos esse tempo sozinhos, ainda que, muitas vezes, os assuntos girem em torno dela. E, para ela, ficar com a Carol também é bom. Graças à formação dela, as brincadeiras são diferentes e, mesmo quando veem tevê, o estímulo é constante”, conta Ivelise.
Rachel (centro) com os filhos, Laura e Pedro, e as babysitters Laís e Lorena
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A possibilidade de sair à noite com os amigos ou de ter um momento em casal: é isso que tantas famílias procuram e tão poucos profissionais oferecem. Lá fora, o serviço de babysitting (nome em inglês para “babá ocasional”) é bem comum e, geralmente, prestado por jovens universitárias que pretendem ganhar um dinheiro extra.- Pais distribuem brinde em voo para prevenir passageiros sobre possível choro de bebê: atitude simpática ou sintoma de intolerância?
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Aqui, ainda é um filão pequeno, mas em ascensão, prestado por pessoas qualificadas — o tempo que passam com a criança é de estímulo constante. As novas cuidadoras diferem das babás tradicionais por investirem em ensino superior e cursos de especialização ligados a infância, o que transmite mais segurança aos pais. Isso tem um custo, evidentemente.
As babysitters supercapacitadas foram a salvação de Rachel. No caso, ela entrou em contato com a empresa das jovens psicólogas Lorena Menezes, 25 anos, e Laís David Melo, 26. Antes do primeiro serviço, elas fazem uma reunião para identificar as necessidades da família. Foi assim que souberam da condição de Pedro, que é autista. Estudaram a respeito e, já na primeira visita, tiveram uma ótima ligação com as crianças.
Lorena e Laís abriram a empresa há pouco mais de um ano. No primeiro mês, foram apenas seis serviços. Atualmente, são cerca de 15 por semana. A equipe ganhou reforços, todos estudantes universitários. “Deu muito certo porque, claro, pouca gente faz esse serviço e porque Brasília é uma cidade com muita gente sem família aqui”, conta Lorena.
Hoje, Rachel recorre à dupla tanto para ter uma folga quanto para a alegria das crianças. No dia a dia, os dois vão à escola e têm diversas atividades extras, como natação e fonoaudióloga. Nos pequenos intervalos, ficam em casa com a empregada doméstica. “Não é a mesma coisa que deixar com asbabysitters. A atenção é outra”, reconhece.
“Nós sempre levamos uma caixa de brinquedos e todo o tempo que estamos com as crianças é dando atenção, nada de deixar no parquinho e ficar assistindo de longe. Respeitamos a vontade delas também. Se estiverem cansadas e só quiserem ver tevê, deixamos, mas sempre conversando sobre o que estamos vendo e tentando estimulá-las”, explica Laís. Os brinquedos não são nada convencionais: linha, corda, fita. Tudo para que os pequenos usem a criatividade.
Do ponto de vista dos adultos, sem dúvida, vale a pena. “Chegamos a conhecer casais que já estavam há mais de um ano sem sair de casa sozinhos”, conta Lorena. “Em dia de evento, a demanda é enorme. No dia do show do Paul McCartney, na semana passada, por exemplo, não conseguimos atender todas as famílias que nos procuraram”, completa Laís. Nas férias, a procura é maior ainda. Embora nunca tenha sido a intenção da Dimdom, no ano passado, uma das clientes acabou reunindo um grupo de crianças para que elas cuidassem. “Foi como uma colônia de férias”, contam as jovens.
A pequena Júlia adora os momentos que passa ao lado da pedagoga Carol
Ivelise Calvete, servidora pública, 31 anos, e o marido eram desses pais sem tempo para ser um casal. Sem parentes na capital e sem ter com quem deixar Júlia, 2, o tempo livre era dedicado exclusivamente à filha. A rotina da pequena é dividida entre a companhia da empregada doméstica, pela manhã, e a creche, à tarde. O problema é que a empregada, às vezes, tem imprevistos. Nesses momentos, ter com quem contar para ficar com Júlia é essencial. Nos fins de semana, os programas eram sempre infantis. De vez em quando, um amigo se disponibilizava a ficar com a menina para que os dois pudessem fazer algo diferente, como ir ao cinema, jantar etc.
Foi assim até conhecerem Carolina Campos, 26, pedagoga. Ela trabalhava na creche em que Júlia é matriculada e os pais sempre perguntavam se alguma funcionária se disponibilizaria a ficar com crianças durante o fim de semana ou a noite. A escola não permitia. Carol viu a demanda das famílias, trocou de emprego — um que permitisse o trabalho extra — e começou a trabalhar como babysitter nas horas vagas.
Ela foi um alento para Ivelise e o marido, que agora podem ter noites a dois. É um momento de lazer para os pais e eles têm certeza de que para Júlia também. “É importante pra nós termos esse tempo sozinhos, ainda que, muitas vezes, os assuntos girem em torno dela. E, para ela, ficar com a Carol também é bom. Graças à formação dela, as brincadeiras são diferentes e, mesmo quando veem tevê, o estímulo é constante”, conta Ivelise.