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Você acha que bater educa? Veja como é possível superar esse pensamento

Lançado em junho, o livro 'Educar sem violência - criando filhos sem palmadas' é uma oportunidade para quem acredita que bater é a única forma de ensinar limites às crianças ver o que a ciência diz sobre a eficácia e as consequências da violência física ou verbal e conhecer histórias de pessoas que superaram o ciclo de violência nas famílias

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Valéria Mendes - Saúde Plena Publicação:16/07/2014 08:30Atualização:17/07/2014 10:39
A ciência mostra que, além de não ser mais eficaz em estimular a obediência quando comparada a outros métodos, a violência pode gerar depressão, ansiedade, sentimento de melancolia e abuso de drogas  no comportamento do adulto (Ilustração: Soraia Piva)
A ciência mostra que, além de não ser mais eficaz em estimular a obediência quando comparada a outros métodos, a violência pode gerar depressão, ansiedade, sentimento de melancolia e abuso de drogas no comportamento do adulto
Um pé de amora, três crianças e um varal de roupas limpas estendidas no quintal de uma residência em João Monlevade, interior de Minas Gerais. A mistura desses ingredientes que daria um belo enquadramento para o cinema terminou com o pedido de desculpas de uma mãe arrependida diante de seus filhos. Leonardo, 10 anos, Sofia, 8, e Isabela, 6, estavam em casa enquanto pai e mãe trabalhavam. A funcionária da família estava ausente do emprego há alguns dias e Ana Maria Martins da Costa Rodrigues chamou uma lavadeira para ajudá-la com as roupas da família já que tinha que conciliar a rotina das crianças, as tarefas domésticas e a profissão. E era essa profissional que acompanhava o trio naquela manhã. “Eu esperava que as crianças já estivessem prontas para ir à escola quando chegasse em casa”, relembra a professora aposentada de 68 anos. No entanto, o que ela encontrou foi o varal no chão e todas as roupas sujas novamente. “As crianças subiram no pé de amora, uma galha caiu e as derrubou em cima do varal. A lavadeira dizia que não faria tudo de novo, eu iria me atrasar para uma reunião que já estava marcada, peguei uma pequena vara e bati nos três”, recorda-se.


Cada uma à sua maneira, as três crianças reagiram. “A Sofia ficou tão indignada que disse: ‘vou escrever um livro mostrando que não vale a pena os pais castigarem os filhos’. Temos até hoje esse livrinho. O Leo, que sempre aprontava quietinho, falou que minha reação daria até cadeia”, relembra a mãe. A professora disse que quando caiu na real, pensou ‘por que fiz essa doideira?’. Foi aí que ela decidiu se desculpar e ouviu da caçula que ela descreve como uma menina extremamente doce: ‘Nossa, mamãe, mas você foi tão violenta’. Hoje, avó de João Gabriel, de 12 anos, e à espera da segunda netinha, Teresa, ambos filhos de Sofia, reflete: “A palmada não vale a pena. Se bater valesse, o mundo estaria muito diferente. O castigo piora o ser humano. Sempre é tempo de mudar”.

O livrinho que a escritora Sofia Fada, 34 anos, elaborou naquele dia não foi o primeiro e está longe de ser o último. Autora de ‘O Menino Revirado’, inspirado no próprio filho, ela quebrou o ciclo e não bate por que ‘apanhou e sobreviveu’, como argumentam muitos adultos que se posicionam contra a Lei Menino Bernardo, em vigor desde o mês passado no Brasil.

O episódio deu uma certeza para Sofia que se recorda de pensar que nunca bateria nos filhos que viesse a ter. “Lembro que a gente chorou muito, conseguimos uma pessoa para colocar o varal no lugar, mas ficou uma sensação de insegurança. Tive muito claro para mim que não faria isso com meu filho. Não acredito em palmada, não se educa com coerção, mas com exemplo e amor, explicando para a criança por que ela não deve fazer tal coisa. Acredito na conversa, as crianças têm que fazer ou não alguma coisa por que aprendem o que é certo e não por que estão com medo. Tenho um filho muito questionador que, quando acredita em alguma coisa, defende o ponto de vista de dele. Acho isso muito bom, ele saberá defender as ideias dele no futuro”, resume Sofia.

O curioso é que Ana Maria, mãe de Sofia, não apanhou na infância, apesar de ter tido uma educação rígida. “Somos nove filhos, meu pai faleceu quando eu tinha 2 anos e minha mãe estava grávida da caçula. Ela era muito severa, mas não batia, ela colocava de castigo. Fui feliz, mas tive colegas que apanharam muito. Se ela falasse que a gente tinha que fazer alguma coisa, pronto e acabou, a gente obedecia. Mas o dia a dia vai ensinando a gente muita coisa, aprendi muito com meus alunos”, diz.




Não tenha medo

Apesar de a própria ciência mostrar os efeitos negativos do castigo físico no presente das crianças e também na vida adulta, por que o ciclo de violência continua a ser reproduzido? A neurocientista Andréia C. K. Mortensen e a doutora em ciências e doutoranda em saúde coletiva Ligia Moreiras Sena apontam no 'Educar sem violência – criando filhos sem palmadas', lançado em junho, que a cultura alimenta a reprodução da educação recebida. No entanto, e apesar disso, mostram como é possível ensinar limites às crianças sem bater. O Saúde Plena lista abaixo alguns pontos abordados na publicação para iniciar pais e mães na discussão que tem se mostrado cada vez mais urgente para a sociedade brasileira. A mãe de João Gabriel e Teresa, Sofia Fada, não é uma exceção, mas apenas um exemplo de que, sim, é possível quebrar o ciclo e encontrar outras maneiras de educar as novas gerações. “Partindo do princípio de que as palmadas ainda são, infelizmente, muito utilizadas, sabemos que apenas levantar essa discussão não basta. É preciso mostrar que educar sem bater é verdadeiramente possível”, afirmam as autoras na apresentação do livro.
Quebrar o ciclo é possível. Apesar de ter levado umas palmadas e 'sobrevivido', a escritora Sofia Fada (à esquerda), mãe de João Gabriel (ao centro) e grávida de Teresa, confia no diálogo para guiar a educação de seu filho. A professora aposentada Ana Maria (à direita) acredita que é possível mudar de opinião: 'Se bater valesse, o mundo estaria muito diferente' (Arquivo Pessoal)
Quebrar o ciclo é possível. Apesar de ter levado umas palmadas e 'sobrevivido', a escritora Sofia Fada (à esquerda), mãe de João Gabriel (ao centro) e grávida de Teresa, confia no diálogo para guiar a educação de seu filho. A professora aposentada Ana Maria (à direita) acredita que é possível mudar de opinião: "Se bater valesse, o mundo estaria muito diferente"

O que diz a ciência
A neurociência também consegue explicar a naturalização dessa violência na educação de meninos e meninas. “Poucos indivíduos que sofreram alguma violência na infância se indignam, se revoltam e passam a lutar contra essa violência. Grande parte naturaliza a violência, tornando-a de alguma forma aceitável. Quando somos crianças, nosso cérebro não consegue vincular nada de negativo à própria mãe – ou ao indivíduo que faz o papel da mãe. A amígdala simplesmente não faz essa associação em um mecanismo biológico evolutivamente selecionado. Como resultado, as crianças que apanham, apesar de terem medo da punição, não acham que a mãe seja má ou esteja errada. Assim, se torna um adulto que acha que apanhou “porque mereceu” e passa a legitimar a prática da violência, a achar que dar palmadas é correto. Considerar que é errado, inaceitável, equivaleria a julgar como errada a ação da mãe. Assim, segue o exemplo recebido e passa a bater nos próprios filhos, perpetuando o círculo vicioso”, explicam Andréia e Ligia no livro.

ENQUETES:

Você apanhou dos seus pais quando criança?

Você acredita que bater ensina limites?

Um estudo canadense que analisou pesquisas realizadas em duas décadas sobre castigos físicos infantis e divulgado em 2013 na revista científica Canadian Medical Association Journal (CMAJ) pelo editor John Fletcher mostra que, pelo menos no Canadá, a crença de que um tapa na hora certa ensina sobre o que é certo e errado é compartilhada por 90% dos pais, 70% dos médicos de família e 60% dos pediatras.

Para além de julgar as famílias que batem como “maus pais” e as que não batem de “bons pais”, o artigo vai no cerne da questão: bater é eficaz? Quais as consequências? Os autores do trabalho intitulado ‘Physical punishment of children: Lessons from 20 years os research’ revelam que a punição física está associada ao aumento dos níveis de agressão infantil, além de não ser mais eficaz em estimular a obediência quando comparada a outros métodos. E mais: depressão, ansiedade, sentimento de melancolia e abuso de drogas estão presentes no comportamento do adulto vítima de palmada. Foram esses resultados que motivaram as pesquisadoras a escreverem este livro.

Birras: a criança é essencialmente boa, não se esqueça
Crianças não são seres terríveis, impossíveis de controlar, manipuladoras ou dominadoras. Ao contrário do mito socialmente construído, especialistas de diversas áreas da infância concordam que elas são essencialmente boas. Ora, se não são más, o que explica o fato de um bebê se jogar no chão e espernear num comportamento intitulado como birra? A ciência também já consegue responder a essa pergunta. “Um bebê e uma criança bem novinha fazem birra como resultado de uma frustração e de não saber o que fazer com ela. Não estão agindo assim para aborrecer os pais. Eles sequer têm aparato neurobiológico para planejar uma ação de ‘aborrecimento dos pais’. Agem assim porque não têm elementos para expressar seus sentimentos de outra forma”, explicam Andréia e Ligia no livro.

Assim, é fácil entender porque a palmada não resolve. Segundo as autoras, o que as crianças precisam é de acolhimento para sair do estágio de hiperagitação. “A birra nada mais é que um estado de hiperagitação, hiperestimulação, uma resposta a algo que está fora da rotina ou que está desagradando, tal como fome, sede, desconforto físico, cansaço, tédio, angústia, medo. A criança não precisa de repreensão”, esclarecem as pesquisadoras.

Para elas, é importante que os pais tenham em mente que não é possível exigir algo que não se pode obter. “Não por maldade ou má vontade da criança, mas por incapacidade natural”, escrevem.



Entendendo o cérebro da criança
'Educar sem violência – criando filhos sem palmadas' mostra que uma das explicações para essas explosões de comportamento é que o cérebro infantil não está completamente desenvolvido e pode, com frequência, entrar em “curta-circuito”. As autoras explicam que o cérebro pode ser dividido em duas grandes áreas que elas chamam de ‘cérebro reptiliano’ e ‘cérebro mamífero’. O primeiro é a parte mais antiga do cérebro humano e é basicamente igual em todos os vertebrados, a região regula funções básicas de sobrevivência como fome e respiração. O segundo, é mais complexo e foi sendo moldado ao longo da evolução, se relaciona a habilidades de convivência, à construção de relações sociais, à regulação de sentimentos e reações emocionais, capacidade de relacionar problemas, criatividade e imaginação. “O bebê já nasce com a parte reptiliana que se desenvolve quando ainda está no útero da mãe. Já o cérebro mamífero, racional (composto de neocórtex, lobos frontais) vai de desenvolvendo durante o crescimento da criança, atingindo a maturidade na vida adulta”, explicam as pesquisados.

Ou seja, é simplesmente impossível esperar controle emocional de uma criança porque ela não tem habilidade para tomar decisões equilibradas, não tem noções claras de ética. “Uma criança que está fazendo birra por angústia está experimentando um sentimento genuíno, desagradável, que a faz sofrer em maior ou menor grau, e precisa de muita calma e compaixão por parte da mãe, do pai ou do cuidador”, alertam as especialistas. Por tudo isso, essas explosões podem ser uma boa oportunidade para ajudar a criança a desenvolver conexões essenciais no cérebro que a ajudarão a lidar com a pressão no futuro.

Abuse do sim
Quantos ‘nãos’ você já disse ao seu filho hoje? Sabia que é possível mudar a estratégia? Focar no sim não significa permitir que seu filho ou filha faça tudo que ele quiser, mas oferecer opções. E acredite: pode ser muito mais eficiente do que se possa imaginar. As autoras dão um exemplo: “Quando você diz ‘filha, não pule no sofá’, ela continua a pular. Se você disser, ‘filha, venha pular aqui neste tapete ou nesta pilha de travesseiros, ou nesta grama’, isso fará mais sentido para ela”.

Na fase dos 2 anos, as autoras salientam que a vontade da criança em fazer alguma coisa é imensa, muito maior que a capacidade que ela tem em entender uma negativa dos pais ou dos cuidadores e sugerem: “Dialogar, conversar é sempre melhor do que bater porque as palmadas nem sempre levam à criança o motivo de terem acontecido. A criança sabe, apenas, que não quer voltar a levá-las. Quando ela deixa de fazer aquilo pelo que foi punida com a palmada, deixou apenas por medo, não por entendimento”, reforçam as pesquisadoras. Ligia é autora do blog ‘Cientista que virou mãe’ e mãe de Clara, de 4 anos. Andréia é mãe de Lucas, 11, e de Isabella, 7. Ela também é integrante do grupo “Crescer sem violência”.

O importante é a criança entender a relação do erro-consequência. “Sujou o sofá? Diga que precisará ajudar a limpar. Não diga que ficará sem brincar com seu brinquedo favorito porque não há relação entre os fatos”, sugerem as especialistas. Bater, numa situação como essa, entra na mesma lógica já que a criança deixaria de sujar por medo da punição e não por que aprendeu.
Não se esqueça: a criança não está testando 'você', ela testa o mundo para  entender como as coisas funcionam e até onde pode ir (SXC.hu/Banco de Imagens)
Não se esqueça: a criança não está testando 'você', ela testa o mundo para entender como as coisas funcionam e até onde pode ir

Testando limites
Outro ponto importante abordado no livro é a sensação que muitos pais têm de que os filhos os estão desafiando: “Crianças passam por fases de afirmação de personalidade e de conquista de espaço no mundo. Isso tem a ver com testar limites, afinal, se quero saber qual o meu espaço no mundo é natural que eu esteja curioso sobre até onde ele vai. Ela está testando, sim, mas não somente você, ela testa o mundo a fim de entender como as coisas funcionam e até onde pode ir. Nessas horas, a pior coisa que pode haver é uma criança aprender que seus limites vão até onde aparece uma palmada, um xingamento, uma surra, sobretudo porque isso não lhe diz nada sobre limite, mas sobre opressão, violência e, novamente, medo”. Ensinar limites é mostrar para a criança causa e consequência. “Não machuco meu amigo, porque as pessoas não devem se machucar, todas merecem carinho e atenção, e não porque minha mãe ou meu pai me bateu”, exemplificam as autoras.

Conexão perigosa
Por que é perigoso associar amor e violência? “Quem bate em um filho, dizendo que foi por amor, está ensinado a ele que é possível apanhar e, ainda assim, amar. Ou bater e, ainda assim, amar. E – sim! – esse pode ser um dos reforçadores de violência doméstica futura ou da criação de laços amorosos doentios”, ressaltam Ligia e Andréia. Para elas, ainda que os pais acreditem que a palmada educa, é importante que eles saibam que estão produzindo na criança o sentimento de culpa. “Ela se sente culpada pela própria agressão que sofreu. Quantas crianças se encolhem ou recuam, colocando a mão sobre as cabecinhas, como que para se proteger, ainda que o pai ou a mãe estejam apenas tentando afagá-las? Elas já não sabem quando a mão estendida é para acariciar ou dar um tapa. E não sabem por dois motivos: estão confundindo violência com amor e não entenderam o motivo pelo qual apanharam”, pontuam.
 (Reprodução Internet)

Resiliência
É extremamente comum ouvirmos adultos dizerem que apanharam e não percebem nenhum tipo de problema nas próprias vidas. É o famoso “apanhei e sobrevivi”. O ser humano consegue, sim, elaborar e superar traumas. O livro 'Educar sem violência – criando filhos sem palmadas' discute o conceito de resiliência para explicar por que algumas pessoas levam uma vida normal mesmo tendo sido submetidas à violência quando crianças, ao passo que outras desenvolvem problemas emocionais severos: “Ser resiliente significa ter a habilidade de se adaptar, com êxito, a eventos estressantes, seria conseguir se recuperar de uma adversidade. Existem indivíduos mais resilientes, outros menos e alguns nada. Por que essa diferença? É também uma questão de desenvolvimento neurobiológico, entre outros fatores. Como saber se uma criança será mais resiliente ou menos resiliente? Não é possível uma resposta simples a essas perguntas, mas uma coisa é certa: mais resilientes ou menos resilientes, ambas sofrerão com as lembranças da violência a que foram submetidas”.

Violência emocional
No livro, as autoras ainda alertam sobre a gravidade da violência emocional que, por ser velada, é mais difícil de ser detectada precocemente. Ligia Moreiras Sena e Andréia C.K. Mortensen mesclam ainda depoimentos de famílias que adotaram a disciplina positiva para educar seus filhos e relatos de adultos que foram vítimas de violência quando crianças e que hoje são pais. A linguagem do livro é simples, direta, uma verdadeira conversa entre mães ou entre mães e pais. A publicação ainda é uma oportunidade para os adultos entenderem de onde vem a agressividade parental, por que se descontrolam e refletirem sobre os preceitos religiosos que servem de argumento para algumas famílias perpetuarem a palmada. 'Educar sem violência – criando filhos sem palmadas' pode ser adquirido pela internet. Preço sugerido: R$ 37,90.


Leia abaixo o depoimento de uma mãe que está no livro:


"Eu fui vítima de vários tipos de violência na infância - desde castigos de dias até surras de cinto e ofensas verbais fortíssimas. Quando meu filho fez dois anaos, em alguns momentos em que eu gritava e quase chegava a bater nele, eu me sentia péssima e tinha crises de choro. Pensava que odiava ser como minha mãe. Fiz uma sessão com uma psicóloga que me perguntou: "Você odeia se ver como sua mãe ou se ver sem seu filho?". Então, descobri que o que me incomodava era ver, nele, a criança oprimida, sofrida, ofendida e violentada que fui. Então, muita oração do perdão, muito colo para a minha criança interna e muito trabalho mental. Ainda há momentos em que grito, que falo o que não devo, que sou obrigada a pedir perdão a meu filho, mas acho que já venci o ciclo da violência e que crio meu filho de uma forma muito mais amorosa e respeitosa".

Pesquisa canadense mostra que a crença de que um tapa na hora certa ensina sobre o que é certo e errado é compartilhada por 90% dos pais, 70% dos médicos de família e 60% dos pediatras (SXC.hu/Banco de Imagens)
Pesquisa canadense mostra que a crença de que um tapa na hora certa ensina sobre o que é certo e errado é compartilhada por 90% dos pais, 70% dos médicos de família e 60% dos pediatras

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