Descoberta relação entre perda de sono e diabetes
Estudo é o primeiro a examinar o impacto da perda de sono sobre os níveis de ácidos graxos no sangue durante 24 horas
Bruna Sensêve - Correio Braziliense
Publicação:04/03/2015 11:00
O estudo é o primeiro a examinar o impacto da perda de sono sobre os níveis de ácidos graxos no sangue durante 24 horas, e soma-se à evidência emergente de que esse problema pode perturbar o metabolismo da gordura e reduzir a capacidade de insulina para regular o açúcar no sangue. Participaram da pesquisa 19 homens saudáveis, com 18 a 30 anos. Eles foram monitorados em dois cenários de forma aleatória. Em um deles, tiveram uma noite inteira de sono — cerca de 8,5 horas na cama, com média de 7,8 horas realmente dormindo por quatro noites consecutivas. No outro, gastaram apenas 4,5 horas na cama (com média de 4,3 horas dormindo) pelo mesmo período.
Foram medidas as taxas de ácidos graxos, hormônio de crescimento (GH), glicose, insulina, noradrenalina e cortisol dos voluntários. Após três noites de apenas quatro horas de sono, os níveis sanguíneos de ácidos graxos, que geralmente têm um pico e recuam durante a noite, permaneceram elevados das 4h às 9h. Enquanto os níveis de ácidos graxos mantiveram-se elevados, a capacidade de insulina para regular o açúcar no sangue foi reduzida. O grupo que dormiu quatro horas ficou com níveis de ácidos graxos até 30% mais altos que o normal. A capacidade da insulina de regular os níveis de glicose no sangue diminuiu 23% após uma noite mal dormida.
Segundo Esra Tasali, um dos autores, atitudes simples como dormir o suficiente pode ajudar a neutralizar as epidemias atuais de diabetes e obesidade. “Vários estudos têm relatado conexões entre o sono restrito, o ganho de peso e o diabetes tipo 2. Estudos de laboratório experimentais, como o nosso, nos ajudam a desvendar os mecanismos que podem ser responsáveis”, avalia. A relação entre perna do sono, resistência à insulina e aumento do risco do diabetes tipo 2 foi detectada pela primeira vez há 15 anos por estudiosos da Universidade de Chicago.
Segundo cientistas, dormir pouco aumenta a taxa dos ácidos graxos, que interferem na ação da insulina
Saiba mais...
Uma inusitada ligação entre a perda de sono e o desenvolvimento do diabetes é descrita na edição deste mês da revista da Associação Europeia para o Estudo do Diabetes. De acordo com a equipe da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, a falta de sono pode elevar os níveis de ácidos graxos livres no sangue, além de levar homens jovens saudáveis a condições pré-diabéticas temporárias. Com o tempo, a complicação pode evoluir para a doença metabólica.- Estudo confirma que tempo na frente da tela compromete qualidade do sono
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O estudo é o primeiro a examinar o impacto da perda de sono sobre os níveis de ácidos graxos no sangue durante 24 horas, e soma-se à evidência emergente de que esse problema pode perturbar o metabolismo da gordura e reduzir a capacidade de insulina para regular o açúcar no sangue. Participaram da pesquisa 19 homens saudáveis, com 18 a 30 anos. Eles foram monitorados em dois cenários de forma aleatória. Em um deles, tiveram uma noite inteira de sono — cerca de 8,5 horas na cama, com média de 7,8 horas realmente dormindo por quatro noites consecutivas. No outro, gastaram apenas 4,5 horas na cama (com média de 4,3 horas dormindo) pelo mesmo período.
Foram medidas as taxas de ácidos graxos, hormônio de crescimento (GH), glicose, insulina, noradrenalina e cortisol dos voluntários. Após três noites de apenas quatro horas de sono, os níveis sanguíneos de ácidos graxos, que geralmente têm um pico e recuam durante a noite, permaneceram elevados das 4h às 9h. Enquanto os níveis de ácidos graxos mantiveram-se elevados, a capacidade de insulina para regular o açúcar no sangue foi reduzida. O grupo que dormiu quatro horas ficou com níveis de ácidos graxos até 30% mais altos que o normal. A capacidade da insulina de regular os níveis de glicose no sangue diminuiu 23% após uma noite mal dormida.
Segundo Esra Tasali, um dos autores, atitudes simples como dormir o suficiente pode ajudar a neutralizar as epidemias atuais de diabetes e obesidade. “Vários estudos têm relatado conexões entre o sono restrito, o ganho de peso e o diabetes tipo 2. Estudos de laboratório experimentais, como o nosso, nos ajudam a desvendar os mecanismos que podem ser responsáveis”, avalia. A relação entre perna do sono, resistência à insulina e aumento do risco do diabetes tipo 2 foi detectada pela primeira vez há 15 anos por estudiosos da Universidade de Chicago.