França quer proibir por lei modelos muito magras nas passarelas
A ministra da Saúde, Marisol Touraine, explica que as agências serão obrigadas a apresentar um atestado médico que estabeleça que o Índice de Massa Corporal (IMC) de cada modelo seja superior a um determinado valor
AFP - Agence France-Presse
Publicação:17/03/2015 10:02Atualização: 17/03/2015 10:23
Uma das emendas apresentadas pelo deputado Olivier Veran quer proibir que as agências contratem modelos diagnosticadas em estado de desnutrição. Com esse objetivo, Veran propõe modificar o Código de Trabalho para obrigar as agências a apresentar um atestado médico que estabeleça que o Índice de Massa Corporal (IMC) de cada modelo seja superior a um determinado valor.
Segundo o projeto, o descumprimento da lei será passível de uma pena de seis anos de prisão e de uma multa de 75.000 euros.
O Sindicato Nacional de Agências de Modelos (SYNAM) da França, que reúne 40 empresas, lamentou que esta proposta leve em conta apenas a situação francesa.
As agências francesas "estão em concorrência permanente com suas colegas europeias. Portanto, é indispensável um enfoque europeu", declarou o SYNAM.
Alguns países, como Espanha, Itália, Bélgica, Chile e Israel, já votaram leis ou decretaram regulamentos sobre o tema.
A segunda emenda estabelece um "crime de valorização da magreza excessiva" e quer proibir os sites que fazem "apologia à anorexia".
Olivier Veran estima que na França há "entre 30.000 e 40.000 pessoas" que sofrem de anorexia mental.
"São adolescentes, em 90% dos casos. O impacto social da imagem transmitida pela moda, segundo a qual as mulheres devem ser magras a um nível patológico para ser bonitas e poder desfilar, é muito forte", disse Veran.
A iniciativa conta com o apoio de Gerald Marie, ex-diretor da agência Elite na Europa.
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Uma das emendas apresentadas pelo deputado Olivier Veran quer proibir que as agências contratem modelos diagnosticadas em estado de desnutrição. Com esse objetivo, Veran propõe modificar o Código de Trabalho para obrigar as agências a apresentar um atestado médico que estabeleça que o Índice de Massa Corporal (IMC) de cada modelo seja superior a um determinado valor.
Segundo o projeto, o descumprimento da lei será passível de uma pena de seis anos de prisão e de uma multa de 75.000 euros.
O Sindicato Nacional de Agências de Modelos (SYNAM) da França, que reúne 40 empresas, lamentou que esta proposta leve em conta apenas a situação francesa.
As agências francesas "estão em concorrência permanente com suas colegas europeias. Portanto, é indispensável um enfoque europeu", declarou o SYNAM.
Alguns países, como Espanha, Itália, Bélgica, Chile e Israel, já votaram leis ou decretaram regulamentos sobre o tema.
A segunda emenda estabelece um "crime de valorização da magreza excessiva" e quer proibir os sites que fazem "apologia à anorexia".
Olivier Veran estima que na França há "entre 30.000 e 40.000 pessoas" que sofrem de anorexia mental.
"São adolescentes, em 90% dos casos. O impacto social da imagem transmitida pela moda, segundo a qual as mulheres devem ser magras a um nível patológico para ser bonitas e poder desfilar, é muito forte", disse Veran.
A iniciativa conta com o apoio de Gerald Marie, ex-diretor da agência Elite na Europa.