OMS alerta que cesarianas só devem ser feitas quando há indicação médica
A cesariana pode ser necessária quando o parto vaginal coloca em risco a vida da mãe e do bebê
Agência Brasil
AFP - Agence France-Presse
Publicação:10/04/2015 10:45Atualização: 10/04/2015 16:24
De acordo com a entidade, a cesariana pode ser necessária quando o parto vaginal coloca em risco a vida da mãe e do bebê, como em casos de trabalho de parto prolongado, sofrimento fetal ou quando o bebê está em uma posição pouco comum.
Leia também:
Entenda a relação entre cesariana marcada e o risco de prematuridade
Excesso de cesariana está entre os motivos que impedem Brasil de atingir meta de redução da mortalidade materna
Hospital público de BH será referência para redução de cesarianas na rede privada do Brasil
A OMS destaca que as cesarianas podem provocar complicações como incapacidades ou morte, particularmente quando não há instalações adequadas para os procedimentos cirúrgicos de forma segura ou para tratar possíveis complicações.
Desde 1985, a comunidade médica internacional defende que a taxa ideal de cesarianas esteja entre 10% e 15%. Segundo a OMS, estudos recentes indicam que quando as taxas se aproximam de 10% a mortalidade materna e entre recém-nascidos é menor. Mas, quando a taxa supera os 10%, não há evidências de melhoria nos índices.
Diante da ausência de um sistema de classificação internacionalmente aceito para monitorar e comparar dados relativos a cesarianas, a OMS defende que seja adotado o Sistema Robson, que classifica mulheres internadas para parto em grupos baseados em características como número de gestações anteriores, posição do bebê, idade gestacional, cicatrizes uterinas e número de bebês.
O outro lado
Ainda segundo a OMS, outras grávidas com reais necessidades médicas de fazer este procedimento simplesmente não têm acesso à cirurgia. "Se um país tem uma taxa abaixo de 10%, você vai ver que há mais mães e bebês morrendo por (falta de) acesso", disse a diretora do departamento de saúde reprodutiva da OMS, Marleen Temmerman. "Vemos mulheres morrendo em alguns países porque não conseguem ser operadas a tempo", afirmou.
Segundo cifras de 2008 da Organização Mundial da Saúde, cerca de 23% das crianças vieram ao mundo na Europa por cesariana. A prática corresponde a 35% dos partos nas Américas do Norte e do Sul e 24% no Pacífico ocidental. No Brasil, a incidência é de 53%.
Apenas a África e o Sudeste asiático, com taxas de 3,8% e 8,8%, parecem estar livres dessa "epidemia". As recomendações feitas nesta sexta-feira foram o primeiro apelo específico feito pela OMS para reduzir o número de partos por cesariana exceto quando há necessidade médica para tal. "Eu penso que esta é a primeira vez que estamos sendo tão explícitos a esse respeito", disse a especialista perinatal da OMS, Metin Gulmezoglu.
Comunidade médica internacional defende que a taxa ideal de cesarianas esteja entre 10% e 15%
Saiba mais...
A cesariana é uma das cirurgias mais comuns no mundo, com taxas crescendo sobretudo em países de média e alta renda. Embora possa salvar vidas, o procedimento é comumente adotado sem indicação médica e coloca a saúde de mulheres e de seus bebês em risco. O alerta foi feito nesta sexta-feira (10/04) pela Organização Mundial da Saúde (OMS).- Pesquisa sugere que bebês nascidos de cesariana entrem em contato com fluidos vaginais para reforçar sistema imunológico
- Nascer em BH: 75% dos partos da rede particular são cesáreas
- Ministério da Saúde estuda permitir cesariana sem presença de pediatra
- Dona Flor e seus 300 filhos: parteira é tema de documentário que retrata o processo natural do nascimento
De acordo com a entidade, a cesariana pode ser necessária quando o parto vaginal coloca em risco a vida da mãe e do bebê, como em casos de trabalho de parto prolongado, sofrimento fetal ou quando o bebê está em uma posição pouco comum.
Leia também:
Entenda a relação entre cesariana marcada e o risco de prematuridade
Excesso de cesariana está entre os motivos que impedem Brasil de atingir meta de redução da mortalidade materna
Hospital público de BH será referência para redução de cesarianas na rede privada do Brasil
A OMS destaca que as cesarianas podem provocar complicações como incapacidades ou morte, particularmente quando não há instalações adequadas para os procedimentos cirúrgicos de forma segura ou para tratar possíveis complicações.
Desde 1985, a comunidade médica internacional defende que a taxa ideal de cesarianas esteja entre 10% e 15%. Segundo a OMS, estudos recentes indicam que quando as taxas se aproximam de 10% a mortalidade materna e entre recém-nascidos é menor. Mas, quando a taxa supera os 10%, não há evidências de melhoria nos índices.
Diante da ausência de um sistema de classificação internacionalmente aceito para monitorar e comparar dados relativos a cesarianas, a OMS defende que seja adotado o Sistema Robson, que classifica mulheres internadas para parto em grupos baseados em características como número de gestações anteriores, posição do bebê, idade gestacional, cicatrizes uterinas e número de bebês.
O outro lado
Ainda segundo a OMS, outras grávidas com reais necessidades médicas de fazer este procedimento simplesmente não têm acesso à cirurgia. "Se um país tem uma taxa abaixo de 10%, você vai ver que há mais mães e bebês morrendo por (falta de) acesso", disse a diretora do departamento de saúde reprodutiva da OMS, Marleen Temmerman. "Vemos mulheres morrendo em alguns países porque não conseguem ser operadas a tempo", afirmou.
Segundo cifras de 2008 da Organização Mundial da Saúde, cerca de 23% das crianças vieram ao mundo na Europa por cesariana. A prática corresponde a 35% dos partos nas Américas do Norte e do Sul e 24% no Pacífico ocidental. No Brasil, a incidência é de 53%.
Apenas a África e o Sudeste asiático, com taxas de 3,8% e 8,8%, parecem estar livres dessa "epidemia". As recomendações feitas nesta sexta-feira foram o primeiro apelo específico feito pela OMS para reduzir o número de partos por cesariana exceto quando há necessidade médica para tal. "Eu penso que esta é a primeira vez que estamos sendo tão explícitos a esse respeito", disse a especialista perinatal da OMS, Metin Gulmezoglu.