Uma taça de vinho é o suficiente para combater o câncer
Estudo comprova que 250ml da bebida tem o necessário de resveratrol para combater a doença
Isabela de Oliveira - Correio Braziliense
Publicação:03/08/2015 10:30
Nem mais nem menos: para a medicina, melhor a dose certa. Um estudo publicado na revista Science Translational Medicine determina qual é essa quantidade em se tratando do resveratrol, substância presente no vinho tinto e no suco integral de uva com possíveis efeitos anticancerígenos. Não precisa de muito para obter o melhor do composto. Apenas 250ml, o equivalente a uma taça, segundo os pesquisadores da Universidade de Leicester, no Reino Unido.
Estudos anteriores apostaram que doses elevadas de resveratrol purificado teriam potencial para prevenir o câncer. Eles, no entanto, não encontraram correlações positivas. Segundo Karen Brown, principal autora da nova pesquisa, esta é a primeira vez que os efeitos de uma dose diária inferior é comparada a uma quantidade 200 vezes superior.
Experimentos envolvendo ratos com câncer de intestino mostraram que aqueles que receberam a dose menor tiveram redução de 50% no tamanho do tumor, especialmente os animais alimentados com uma dieta rica em gordura. A dose maior, por outro lado, proporcionou uma regressão de 25% das estruturas doentes.
“Nesse sentido, menos é mais”, comenta Igor Morbeck, médico do Centro de Oncologia Hospital Sírio-Libanês – Unidade Brasília. Doses diferentes de resveratrol também foram aplicadas em amostras de tumores humanos de câncer de intestino. Nesse caso, quantidades ainda mais baixas conseguiram entrar nas células cancerosas e retardar o crescimento do tumor.
O resveratrol é encontrado na casca da uva vermelha. Ainda que estudos de laboratório sugiram que ele tem propriedades anticancerígenas, testes com humanos são inconclusivos. Igor Morbeck, também professor da Universidade Católica de Brasília, conta que o composto foi estudado pela primeira vez em 1940. Porém, somente na década de 1990, o assunto ganhou notoriedade. Apesar disso, há indícios fortes dos benefícios, especialmente nas populações mediterrâneas, grandes consumidoras de vinho.
“O estudo é interessante, um dos milhares que existem hoje. Não muda ainda a vida de ninguém, até porque não sabemos qual é a dose ideal, o que nos impede de criar remédios com o composto isolado. Mas, às vezes, e dependendo do paciente, recomendo o consumo moderado de vinho tinto, além de frutas e verdura. A uva tannat do Uruguai talvez seja a mais rica do mundo nessa substância”, acrescenta o médico brasileiro.
Ele frisa, contudo, que, embora os indícios apontem para os benefícios, a recomendação é não consumir a bebida alcoólica indiscriminadamente. Até porque o excesso abre porta para o aparecimento de cânceres. “O segredo é uma dieta equilibrada com nutrientes protetores de maneira geral. Não se recomenda dieta com altas doses de vitamina para substituir as refeições. O melhor remédio mesmo está na natureza”.
Estudos anteriores apostaram que doses elevadas de resveratrol purificado teriam potencial para prevenir o câncer. Eles, no entanto, não encontraram correlações positivas. Segundo Karen Brown, principal autora da nova pesquisa, esta é a primeira vez que os efeitos de uma dose diária inferior é comparada a uma quantidade 200 vezes superior.
Experimentos envolvendo ratos com câncer de intestino mostraram que aqueles que receberam a dose menor tiveram redução de 50% no tamanho do tumor, especialmente os animais alimentados com uma dieta rica em gordura. A dose maior, por outro lado, proporcionou uma regressão de 25% das estruturas doentes.
“Nesse sentido, menos é mais”, comenta Igor Morbeck, médico do Centro de Oncologia Hospital Sírio-Libanês – Unidade Brasília. Doses diferentes de resveratrol também foram aplicadas em amostras de tumores humanos de câncer de intestino. Nesse caso, quantidades ainda mais baixas conseguiram entrar nas células cancerosas e retardar o crescimento do tumor.
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O resveratrol é encontrado na casca da uva vermelha. Ainda que estudos de laboratório sugiram que ele tem propriedades anticancerígenas, testes com humanos são inconclusivos. Igor Morbeck, também professor da Universidade Católica de Brasília, conta que o composto foi estudado pela primeira vez em 1940. Porém, somente na década de 1990, o assunto ganhou notoriedade. Apesar disso, há indícios fortes dos benefícios, especialmente nas populações mediterrâneas, grandes consumidoras de vinho.
“O estudo é interessante, um dos milhares que existem hoje. Não muda ainda a vida de ninguém, até porque não sabemos qual é a dose ideal, o que nos impede de criar remédios com o composto isolado. Mas, às vezes, e dependendo do paciente, recomendo o consumo moderado de vinho tinto, além de frutas e verdura. A uva tannat do Uruguai talvez seja a mais rica do mundo nessa substância”, acrescenta o médico brasileiro.
Ele frisa, contudo, que, embora os indícios apontem para os benefícios, a recomendação é não consumir a bebida alcoólica indiscriminadamente. Até porque o excesso abre porta para o aparecimento de cânceres. “O segredo é uma dieta equilibrada com nutrientes protetores de maneira geral. Não se recomenda dieta com altas doses de vitamina para substituir as refeições. O melhor remédio mesmo está na natureza”.