Para além da estética, acúmulo de gordura abdominal é questão de saúde

A temida barriga de chope serve de alerta para futuros quadros de diabetes e hipertensão

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Gláucia Chaves - Revista do CB Publicação:07/08/2015 15:00Atualização:07/08/2015 15:14
A ferramenta mais econômica de avaliação é a fita métrica ( AFP PHOTO/JIJI PRESS)
A ferramenta mais econômica de avaliação é a fita métrica
Há muitos ritos de passagem na vida de um homem. O primeiro fio de barba, por exemplo. Mas nada se compara à famigerada “barriga de chope”. A protuberância estomacal pode até ser motivo de piada para alguns, mas é também o principal indício de obesidade visceral — o acúmulo de gordura entre e dentro dos órgãos. De acordo com Hamilton Funes, médico cirurgião geral, gastroenterologista e nutrólogo da Clínica Nuclehum (São José do Rio Preto), o tecido adiposo em si não é um vilão. “Existe um nível de gordura visceral que cumpre uma função importante de proteger os órgãos do aparelho digestivo”, detalha. “O problema se instala quando esse nível passa dos limites.”

Para descobrir se o nível ideal de gordura entre as vísceras está ultrapassando a barreira da normalidade, o médico dá uma dica: a ferramenta mais econômica de avaliação é a fita métrica. “Homens com circunferência abdominal a partir de 102cm devem procurar um médico imediatamente”, completa. Exames específicos, como ressonância magnética do abdome, também são formas de avaliar a região. O médico explica ainda que os homens são mais assombrados pelo fantasma do barrigão por conta da deposição de gordura: neles, o acúmulo ocorre, sobretudo, no abdome. Nas mulheres, essa deposição tende a ser subcutânea.

A tal barriga de chope é mais dura, explica a nutricionista Gabriella Alves. “Isso acontece porque é uma gordura visceral. A (gordura) subcutânea, entre a pele e o músculo, não deixa a barriga tão dura.” A cerveja levou a culpa, mas as bebidas alcoólicas em geral multiplicam esse tipo de gordura. Alimentos que são fonte de gordura animal e com excesso de açúcar e carboidrato também são perigosos. “O organismo não armazena carboidrato. Quando sobra, o corpo o transforma em gordura, que se espalha pelo corpo inteiro, inclusive nas vísceras”, esclarece Gabriella.

Segundo Paulo Rosenbaum, endocrinologista do Hospital Albert Einstein, a gordura visceral deve ser encarada com seriedade, uma vez que é mais perigosa que a obesidade generalizada. “O acúmulo de gordura nessa região faz com que vários mecanismos inflamatórios e de resistência a insulina ocorram, levando a diabetes, aumento da pressão arterial, redução do colesterol bom (HDL) e aumento dos triglicérides”, enumera. “Essas alterações aumentam o risco de infarto e derrame.”

Clique na imagem para ampliá-la e saiba mais  (Valdo Virgo / CB / D.A Press)
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