Neozelandesa publica série de fotos para mostrar como é a barriga pós-parto 'real'
Contra as grávidas saradas, Julie Bhosale saiu em defesa da propagação da imagem de um corpo pós-gravidez mais próximo do real
Gabriella Pacheco - Saúde Plena
Publicação:20/07/2015 12:57Atualização: 20/07/2015 13:13
“Você também é uma mãe. Você também está cansada, exausta, quebrada, dolorida, tem dobrinhas, pneuzinhos, marcas e partes que balançam. Você também vive em um mundo que julga como você aparece. Não como você se sente. Não quem você realmente é e o que você sacrificou… e continua sacrificando. Você vive em uma sociedade que te enfia imagens diariamente de mulheres que deram à luz e simplesmente “voltaram ao normal” - bom para elas (realmente, isso é ótimo, Kate Middleton, você é incrível!). Mas essa é uma minoria. Para a maioria de nós, nosso corpo muda, e muda muito. É assustador, é difícil, pode ser repugnante e perturbador, mas é real e normal”, diz o manifesto.
A postagem acompanha o período desde as primeiras 24 horas até 14 semanas após o parto e mostra as mudanças que aconteceram com mãe e bebê. As imagens têm tanta força quanto as palavras da nutricionista. A mensagem é clara: inchaço, marcas, pele murcha e balançando, um bebê crescendo no colo e um sorriso sempre no rosto.
A jornada foi dividida em períodos e cada novo momento relatado, a mãe repetia para suas leitoras: “Você é linda, você é incrível, você é uma mãe”. A mensagem solidária é completa no final da postagem: “Seja bondosa com você mesma e com seu corpo, você vai parecer como deveria quando você se sentir bem. Pode demorar um pouco. Demorou muito mais comigo após o nascimento do meu primeiro filho que dessa vez. Não existe ninguém com quem você deva se comparar. Ninguém está no seu lugar ou lida com as coisas que você lida. Você será julgada. Eu sou julgada diariamente e existem pessoas me julgando agora. Fazer o que é melhor para você e sua família exige coragem e força e, como uma mãe, você tem ambas. Ame de dentro para fora e nunca se esqueça: você é linda, você é incrível, você é uma mãe”.
Até quatro meses
A barriga “real” que permanece após o nascimento tem explicação. Ela é uma consequência da expansão do útero, que demora para voltar ao seu tamanho normal. Ginecologista, obstetra e membro da Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais (Sogimig), Maurílio Trigueiro afirma que a recuperação pós-parto é variável, mas as mudanças corporais são fixas. “A tendência é que o inchaço e os edemas diminuam logo após o parto, mas também podem demorar até um mês para que a mulher se recupere desses incômodos”, afirma.
O tipo de parto, segundo o especialista, não tem influência no tamanho do útero após o nascimento dos bebês. “A involução natural do útero pode levar até quatro meses”, explica. Até lá, a mulher precisa conviver com a barriga e amamentar, pois é a sucção do bebê que vai fazer com que o útero regrida e volte ao tamanho normal. “Quando o neném mama, o estímulo da sucção produz o hormônio ocitocina que ajuda na contração do útero no pós-parto”, detalha. (Com informações de Valéria Mendes)
Julie mostra o processo pós-parto desde o dia seguinte até 14 semanas depois do nascimento de seu segundo filho
Saiba mais...
Em uma sociedade que nos enche de fotos de famosas grávidas saradas, cada vez mais mulheres têm saído em defesa da propagação de uma imagem corporal pré e pós parto mais próxima do real. Uma dessas militantes conseguiu chamar a atenção do mundo recentemente. Cansada da cultura do corpo perfeito, a nutricionista e blogueira neozelandesa Julie Bhosale postou uma série de fotos em seu blog que acompanharam o processo pelo qual seu corpo passou após o nascimento de seu segundo filho. A postagem, feita no começo de maio, viralizou nos últimos dias, ultrapassando a marca de 70 mil curtidas e se tornando exemplo para mulheres de todo o mundo.- Parto na água é experiência prazerosa e encontro com a natureza do corpo feminino
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“Você também é uma mãe. Você também está cansada, exausta, quebrada, dolorida, tem dobrinhas, pneuzinhos, marcas e partes que balançam. Você também vive em um mundo que julga como você aparece. Não como você se sente. Não quem você realmente é e o que você sacrificou… e continua sacrificando. Você vive em uma sociedade que te enfia imagens diariamente de mulheres que deram à luz e simplesmente “voltaram ao normal” - bom para elas (realmente, isso é ótimo, Kate Middleton, você é incrível!). Mas essa é uma minoria. Para a maioria de nós, nosso corpo muda, e muda muito. É assustador, é difícil, pode ser repugnante e perturbador, mas é real e normal”, diz o manifesto.
A postagem acompanha o período desde as primeiras 24 horas até 14 semanas após o parto e mostra as mudanças que aconteceram com mãe e bebê. As imagens têm tanta força quanto as palavras da nutricionista. A mensagem é clara: inchaço, marcas, pele murcha e balançando, um bebê crescendo no colo e um sorriso sempre no rosto.
Antes e depois do parto: o útero demora até quatro meses para voltar ao normal
Até quatro meses
A barriga “real” que permanece após o nascimento tem explicação. Ela é uma consequência da expansão do útero, que demora para voltar ao seu tamanho normal. Ginecologista, obstetra e membro da Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais (Sogimig), Maurílio Trigueiro afirma que a recuperação pós-parto é variável, mas as mudanças corporais são fixas. “A tendência é que o inchaço e os edemas diminuam logo após o parto, mas também podem demorar até um mês para que a mulher se recupere desses incômodos”, afirma.
O tipo de parto, segundo o especialista, não tem influência no tamanho do útero após o nascimento dos bebês. “A involução natural do útero pode levar até quatro meses”, explica. Até lá, a mulher precisa conviver com a barriga e amamentar, pois é a sucção do bebê que vai fazer com que o útero regrida e volte ao tamanho normal. “Quando o neném mama, o estímulo da sucção produz o hormônio ocitocina que ajuda na contração do útero no pós-parto”, detalha. (Com informações de Valéria Mendes)