Prática da ioga vem fazendo sucesso com as crianças
Atividade ajuda a aliviar o estresse precoce além de favorecer concentração e flexibilidade
Zulmira Furbino
Publicação:12/08/2015 09:30Atualização: 10/08/2015 10:54
De acordo com a presidente da Associação Mineira de Yoga (Amyoga), Fátima Macedo, que tem ensinado a técnica por 10 minutos a crianças no início da aula de algumas turmas da instituição, a prática ajuda na concentração e ensina os baixinhos a se manterem focados no momento presente. “A criança já nasce um iogue por natureza, mas, aos poucos, vai perdendo essa condição. Com a ioga, ela aprende a conhecer o seu corpo e aumenta a flexibilidade. Algumas crianças não conseguem parar quietas, qualquer coisa rouba sua atenção. Com a ioga, elas se tornam capazes de sentar e fazer o que precisam fazer, mesmo com o irmão chorando e a mãe gritando ao lado”, sustenta. De acordo com ela, a prática é uma atividade de “dentro pra fora” e dá para sentir mudanças já na primeira semana.
A professora de ioga Ana Virgínia Azevedo dá aula para adultos e crianças. Ela se diz encantada com os pequenos. “Os principais benefícios são concentração e aquietação. Isso ajuda muito no aprendizado escolar”, afirma. De acordo com ela, as aulas dirigidas às crianças são mais lúdicas do que as dos adultos. A ideia é levar as crianças a fazer as posturas, envolvendo-as com brincadeiras. “Brincamos de adivinhar o nome da postura e de explicar os benefícios e efeitos que cada uma tem, como equilíbrio e força. Crianças e adultos terão os mesmos ganhos com a ioga, mas, no caso das primeiras, o tempo de permanência em cada postura é menor”, explica. Outro atrativo é a própria denominação dada às posturas, já que elas têm nomes de animais e de elementos da natureza ou que se relacionam com a natureza. “Quando as crianças fazem o 'barco', brinco que estamos no mar e então balançamos um pouco. A aula precisa ser divertida”, acredita Ana Virgínia.
MAIS UNIDAS
Ana Virgínia dá aulas para as irmãs Amanda, de 9 anos, e Manuela Elisa de Menezes Castro, de 5, filhas da empresária Marília Menezes, de 41. “Acho que é bom para todos. A professora vem em casa. É uma forma de alcançar o equilíbrio e também de trabalhar o alongamento, a flexibilidade e de começar a meditar”, afirma Marília. Segundo ela, além da ioga, Amanda pratica ginástica e vôlei e Manuela faz balé e o curso básico de esportes. “A ioga é uma atividade de outra natureza e trabalha a criança de um outro jeito. Isso é importante neste mundo de hoje”, acredita. Ela explica que trabalha e viaja muito e que a prática da ioga ajuda no equilíbrio emocional das filhas. “As duas adoram e, como fazem aula juntas, ficam mais unidas. Às vezes, chego em casa e elas estão no quarto, uma fazendo a postura da árvore e a outra, da ponte”, diz.
Lídia Lopes, professora de ioga da escola Jai Vida, que tem experiência com crianças há uma década, também aposta numa aula lúdica e com menos tempo em cada postura para as crianças, principalmente as menores. “Hoje, as crianças chegam aqui curvadas, com uma postura ruim. Ao trabalharmos essa postura, elas se tornam mais confiantes. A ioga também trabalha a flexibilidade do corpo, que interfere no sentido de formar uma mente mais flexível”, diz. Ela explica que os pranayamas, exercícios respiratórios, ajudam a fixar a atenção e acalmam a mente, enquanto a ioga nidra (relaxamento) trabalha a entrega e a criatividade por meio do estímulo à criação de imagens mentais. “Também gosto de trabalhar com posturas em dupla. Assim, uma criança ajuda a outra e todas aprendem o respeito mútuo e o valor dos potenciais de cada um, passando a respeitar as diferenças e as limitações alheias. Alguns têm flexibilidade, outros conseguem se equilibrar melhor e outros têm facilidade nas posturas invertidas. Cada um tem o seu potencial”, ensina.
Com a professora Ana Virgínia, Amanda, de 5 anos, e Manoela, de 9, aprendem a fazer ponte
Professora e alunas buscam posturas mais fáceis e rápidas para não cansar as pequenas
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Até pouco tempo, ter uma agenda lotada de compromissos era coisa de adulto que trabalha muito e, por causa da pressão cotidiana, pelo menos uma vez já viveu uma situação de estresse. A vida mudou e, agora, as crianças também passaram a ser vítimas do corre-corre, herdando dos adultos não só uma agenda lotada de compromissos, como o desgaste emocional de conviver pouco com os pais, cada dia mais atarefados. Se é impossível entrar numa máquina do tempo e resgatar um modo de vida simples e calmo, que, ao que tudo indica, não tem retorno, torna-se cada vez mais necessário criar mecanismos antiestressantes, que aliviem a barra dos guris. É aí que entra a ioga para crianças, que está chegando até mesmo à rede pública de ensino da capital mineira, mais especificamente ao Instituto de Educação de Belo Horizonte.De acordo com a presidente da Associação Mineira de Yoga (Amyoga), Fátima Macedo, que tem ensinado a técnica por 10 minutos a crianças no início da aula de algumas turmas da instituição, a prática ajuda na concentração e ensina os baixinhos a se manterem focados no momento presente. “A criança já nasce um iogue por natureza, mas, aos poucos, vai perdendo essa condição. Com a ioga, ela aprende a conhecer o seu corpo e aumenta a flexibilidade. Algumas crianças não conseguem parar quietas, qualquer coisa rouba sua atenção. Com a ioga, elas se tornam capazes de sentar e fazer o que precisam fazer, mesmo com o irmão chorando e a mãe gritando ao lado”, sustenta. De acordo com ela, a prática é uma atividade de “dentro pra fora” e dá para sentir mudanças já na primeira semana.
A professora de ioga Ana Virgínia Azevedo dá aula para adultos e crianças. Ela se diz encantada com os pequenos. “Os principais benefícios são concentração e aquietação. Isso ajuda muito no aprendizado escolar”, afirma. De acordo com ela, as aulas dirigidas às crianças são mais lúdicas do que as dos adultos. A ideia é levar as crianças a fazer as posturas, envolvendo-as com brincadeiras. “Brincamos de adivinhar o nome da postura e de explicar os benefícios e efeitos que cada uma tem, como equilíbrio e força. Crianças e adultos terão os mesmos ganhos com a ioga, mas, no caso das primeiras, o tempo de permanência em cada postura é menor”, explica. Outro atrativo é a própria denominação dada às posturas, já que elas têm nomes de animais e de elementos da natureza ou que se relacionam com a natureza. “Quando as crianças fazem o 'barco', brinco que estamos no mar e então balançamos um pouco. A aula precisa ser divertida”, acredita Ana Virgínia.
Lídia Lopes, da Jai Vida, aposta em aulas lúdicas para deixar as crianças mais confiantes
MAIS UNIDAS
Ana Virgínia dá aulas para as irmãs Amanda, de 9 anos, e Manuela Elisa de Menezes Castro, de 5, filhas da empresária Marília Menezes, de 41. “Acho que é bom para todos. A professora vem em casa. É uma forma de alcançar o equilíbrio e também de trabalhar o alongamento, a flexibilidade e de começar a meditar”, afirma Marília. Segundo ela, além da ioga, Amanda pratica ginástica e vôlei e Manuela faz balé e o curso básico de esportes. “A ioga é uma atividade de outra natureza e trabalha a criança de um outro jeito. Isso é importante neste mundo de hoje”, acredita. Ela explica que trabalha e viaja muito e que a prática da ioga ajuda no equilíbrio emocional das filhas. “As duas adoram e, como fazem aula juntas, ficam mais unidas. Às vezes, chego em casa e elas estão no quarto, uma fazendo a postura da árvore e a outra, da ponte”, diz.
Lídia Lopes, professora de ioga da escola Jai Vida, que tem experiência com crianças há uma década, também aposta numa aula lúdica e com menos tempo em cada postura para as crianças, principalmente as menores. “Hoje, as crianças chegam aqui curvadas, com uma postura ruim. Ao trabalharmos essa postura, elas se tornam mais confiantes. A ioga também trabalha a flexibilidade do corpo, que interfere no sentido de formar uma mente mais flexível”, diz. Ela explica que os pranayamas, exercícios respiratórios, ajudam a fixar a atenção e acalmam a mente, enquanto a ioga nidra (relaxamento) trabalha a entrega e a criatividade por meio do estímulo à criação de imagens mentais. “Também gosto de trabalhar com posturas em dupla. Assim, uma criança ajuda a outra e todas aprendem o respeito mútuo e o valor dos potenciais de cada um, passando a respeitar as diferenças e as limitações alheias. Alguns têm flexibilidade, outros conseguem se equilibrar melhor e outros têm facilidade nas posturas invertidas. Cada um tem o seu potencial”, ensina.