Ter boa saúde é essencial para chegar à velhice com autonomia e independência

Pesquisa com 989 pessoas, em todas as regiões do país, apontou que esta é uma das maiores preocupações na vida atual

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Publicação:27/09/2015 09:54Atualização:27/09/2015 10:06
Lia Vale, de 78 anos, passa quatro horas na academia, onde cuida da saúde, mas também investe nas relações pessoais (Jair Amaral/EM/D.A Press)
Lia Vale, de 78 anos, passa quatro horas na academia, onde cuida da saúde, mas também investe nas relações pessoais


Problemas de saúde, limitações físicas, solidão e dificuldades de memória são os principais temores da população em relação à maturidade. O dado é da pesquisa “Como os brasileiros encaram o envelhecimento”, levantamento inédito do Instituto QualiBest que faz parte da campanha “Envelhecer sem vergonha: qualidade de vida não tem idade”, iniciativa para entender como o brasileiro enxerga o envelhecimento, fenômeno cada vez mais acelerado.


Foram ouvidas 989 pessoas em todas as regiões do país, com idade entre 18 e 61 anos ou mais. Apenas 9% dos entrevistados afirmam não ter qualquer receio em relação ao envelhecimento. Preocupações financeiras, item ressaltado por 52% dos entrevistados, e distanciamento dos familiares, resposta de 37% dos ouvidos, também são fortes temores, tal como a possível diminuição da atividade e do desejo sexual.

A saúde também foi o aspecto mais lembrado (seguido de segurança financeira, paz interior, poder viajar e ter boa aparência) quando questionados sobre o que é mais importante na vida atual. Para a maioria, o essencial é ter boa saúde, mas os jovens são os que menos se preocupam com esse fator. A prevenção a doenças, por sua vez, é o item mais associado à longevidade na visão de 39% dos entrevistados, assim como ter uma alimentação saudável (36%), praticar atividade física (35%) e dar atenção à saúde mental (30%).

As percepções do brasileiro sobre os cuidados com a saúde mostram que a maioria dos entrevistados concorda com a ideia de que é necessário preocupar-se com a alimentação e fazer os exames médicos de rotina desde cedo, entre 18 e 25 anos. Por outro lado, na prática, essa é a faixa etária que menos cuida da saúde preventiva: apenas 35% dos entrevistados o fazem, percentagem que sobe para 47% entre as pessoas de 36 a 50 anos e chega a 59% naquelas com mais de 51 anos.

Lia Vale, de 78 anos, está fazendo sua parte. São pelo menos quatro horas diárias da academia. Mas além de cuidar do corpo, o compromisso é uma diversão: é nesse momento que ela se encontra com parte das amigas. A outra é num joguinho semanal de buraco. Cuidar da rede de relacionamentos é uma das frentes de quem quer chegar à maturidade tendo com quem se divertir e com quem contar. A professora aposentada, nesse quesito, estaria com pontos de sobra. É ela inventar uma viagem pra todo mundo querer ir atrás.

Idosos mais saudáveis são também mais autônomos e independentes. Tornam-se, ainda, mais ativos e interessados no convívio social e na vida. “É uma fase de redescobertas. Tudo, até mesmo o namoro e a sexualidade, ganha novas perspectivas. Talvez a pessoa não tenha a mesma agilidade ou capacidade visual e auditiva de antes, mas também poderá aproveitar a vida, encontrar novas e surpreendentes possibilidades”, acredita a psiquiatra Rita Cecília Ferreira, do Programa da Terceira Idade do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP)

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