Se você tem hérnia, não deixe que ela cresça

As hérnias aumentam pelo medo do paciente em operar e Sociedade Brasileira de Hérnia alerta para as complicações

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Estado de Minas Publicação:25/11/2015 11:00Atualização:25/11/2015 12:32
'O paciente mais esclarecido, procurando o médico, será operado quando a hérnia for de tamanho pequeno ou médio' - Júlio César Beitler, presidente da SBH (Arquivo Pessoal )
"O paciente mais esclarecido, procurando o médico, será operado quando a hérnia for de tamanho pequeno ou médio" - Júlio César Beitler, presidente da SBH
A Sociedade Brasileira de Hérnia (SBH) faz um alerta: se você tiver uma hérnia, procure logo um especialista. Não deixe que ela se torne gigante, pois as complicações podem ser muito maiores. Segundo o presidente da SBH, Júlio César Beitler, pode haver hérnias gigantes tanto nas regiões inguinais quanto nas incisionais ventrais. Mas o alerta importante, discutido durante a Jornada Sudeste de Hérnia, realizada nesta semana, em Belo Horizonte, é não deixar que as hérnias se tornem gigantes.

Ele explica que existem dois tipos de hérnia inguinal: a da criança, que é congênita (nasce com ela), e a do adulto, que ocorre quando, por diversos motivos, há uma fraqueza da parede abdominal associada a um aumento das pressões intra-abdominais, que faz com que se rompa um local nessa parede e uma estrutura se torne capaz de sair por esse buraco. “Isso vai causar desconforto no local, acompanhado de dor moderada, principalmente ao se levantar ou fazer esforços físicos e notando o aparecimento de um abaulamento no local.”

Na região inguinal, as hérnias tendem a aumentar de tamanho com o tempo, independentemente de qualquer outro motivo. Mas, se acompanhado ao fato de levantar pesos, agrava o problema. O principal mecanismo de aumento é a não operação, acompanhado por defeito inato do metabolismo do colágeno, que, nesses casos, parece ser mais grave. O colágeno é uma proteína que todos nós temos, mas nos portadores de hérnia ela é defeituosa, o que enfraquece os tecidos.

Até certo ponto, as hérnias aumentam pelo medo do paciente em operar. Assim, ele vai postergando o tratamento. Quando ela se avoluma muito e o paciente quer operar, ocorre o contrário, vários cirurgiões se recusam a fazer a cirurgia, pois, ou não sabem como corrigir esse grande defeito ou não querem o difícil trabalho, que é tratar uma hérnia gigante. O que ocorre é que o paciente fica rodando por vários hospitais públicos, à procura de quem o opere. “Normalmente, essas hérnias gigantes só ocorrem em pessoas de baixa condição social e educacional. O paciente mais esclarecido, procurando o médico, será operado quando a hérnia for de tamanho pequeno ou médio”, diz o presidente.

CAUSAS

Nas hérnias incisionais o problema é outro. Algumas vezes, o paciente tinha uma grande infecção abdominal e a musculatura não cicatrizou em toda a sua extensão. Outras vezes, houve um erro técnico no fechamento de sua incisão na operação inicial. Fato é que existem diversas causas para a formação de hérnias incisionais e elas podem ser pequenas ou grandes, dependendo de cada caso. Há também o fator de defeito do metabolismo do colágeno, já descrito anteriormente. Só para se ter uma ideia, segundo a literatura médica, a média de hérnia incisional ocorre em 20 % de todas as incisões no abdome, do tipo laparotomia, ou seja, incisões maiores do que cinco centímetros.

Essas hérnias, segundo Beitler, precisam de cirurgias por via convencional, quase nunca podem ser realizadas por videocirurgia e são muito difíceis de tratar, tanto no preparo pré-operatório quanto nos cuidados de pós-operatório e, tecnicamente, durante a cirurgia.

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