Internet triplica risco de problemas do sono

Estudo envolveu 1.788 norte-americanos com idade entre 19 e 32 anos

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Correio Braziliense Publicação:02/02/2016 13:00Atualização:02/02/2016 13:54
As luzes do smartphone alteram o funcionamento do relógio biológico (Jean Sebastien Evrard / AFP PHOTO)
As luzes do smartphone alteram o funcionamento do relógio biológico
Os efeitos das redes sociais na saúde dos usuários mais fervorosos foram quantificados por cientistas da Universidade de Pittsburgh School of Medicine, nos Estados Unidos. Segundo eles, a navegação excessiva no Facebook, no Instagram, no Snapchat e em outros sites do tipo pode aumentar em até três vezes a probabilidade de distúrbios do sono. “Esta é uma das primeiras peças de evidência de que o uso de mídia social realmente pode afetar o sono”, disse Jessica C. Levenson, principal autora, em um comunicado. “Examinamos (…) jovens adultos que são, sem dúvida, a primeira geração a crescer com a mídia social”, complementou.

O estudo envolveu 1.788 norte-americanos com idade entre 19 e 32 anos. Eles responderam a questionários que avaliaram o uso de mídia social e a frequência de distúrbios do sono. Em média, os voluntários dedicaram 61 minutos por dia às redes e visitaram esses meios de comunicação 30 vezes por semana. Aqueles que relataram passar mais tempo nesses sites durante a semana apresentaram três vezes mais chances de sofrer distúrbios do sono. No caso daqueles que ultrapassaram a média diária, o risco de pertubação foi dobrado.

“Isso pode indicar que a frequência das visitas as mídias sociais é o melhor indicador de dificuldade para dormir do que o tempo total gasto nelas”, cogita Levenson. “Se for esse o caso, intervenções que controlem o comportamento obsessivo podem ser mais eficazes.” De uma forma geral, a análise dos cientistas indicou que 30% dos participantes apresentaram altos níveis de perturbações do sono.

Razões
No estudo que será divulgado em abril na revista Preventive Medicine, os autores também detalharão como as redes sociais interferem no sono dos usuários. O Facebook, por exemplo, pode promover excitação emocional, cognitiva ou fisiológica da mesma forma que uma discussão controversa fora da internet. A luz brilhante emitida pelo smartphone e por outros dispositivos perturba o ciclo circadiano, o relógio biológico do corpo.

Brian A. Primack, também participante do estudo, alerta que a relação de causa e efeito pode ser contrária. “A dificuldade de dormir levaria a uma maior utilização dos meios de comunicação social, que, por sua vez, levariam a mais problemas para dormir”, explica “Esse ciclo pode ser particularmente problemático com a mídia social porque muitas formas dela envolvem o uso da interatividade, que é estimulante e gratificante. Portanto, potencialmente prejudiciais à necessidade de ir dormir.” Primack ressaltou ainda a necessidade de mais estudos sobre o tema.

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