Amante dos livros, José Salles Neto tem uma biblioteca com mais de 15 mil volumes: "Pode ter quem goste igual, mais do que eu, não há ninguém"
Se alguém perguntasse quem é a pessoa que mais gosta de livros no mundo, eu responderia, à queima-roupa, sem vacilar: José Salles Neto. É o próprio Salles quem comenta, com o maior descaro: “Pode ter quem goste igual, mais do que eu, não há ninguém”. Salles é um brasiliense de Araxá, Minas Gerais, que começou colecionando gibis e hoje acumula algo em torno de 15 mil a 20 mil livros, sendo 3 mil de arte.
De Rubem Fonseca, editou o primoroso
volume
de O Cobrador: ilustrações de
Rubens Gerschman
Tudo em sua vida gira em torno desses objetos de saber e prazer. Ele caminha, dorme, sonha e acorda pensando naquilo: livros. Engenheiro aposentado da Telebrasília, tirava férias nos meses que coincidissem com a realização da Feira de Frankfurt para fazer uma varredura internacional das novidades na Alemanha.
Jamais entrou em uma livraria sem levar um livro. Por isso, na década de 1970, resolveu abrir a Livraria Literatura, no Venâncio 2000, uma das melhores que a cidade já teve. Adivinhem quem era o maior comprador da literatura? O próprio Salles. Sempre surrupiava as preciosidades garimpadas nos catálogos de editoras nacionais e estrangeiras.
Millôr Fernandes, que ilustrou o livro
de Rubem Braga: Salles, você é
obsessivo.
Resultado: o sobrado de dois andares onde mora, no Lago Norte, é uma biblioteca de Babel, com volumes desmoronando por todos os lados. Em 1995, ele criou a Confrafia dos Bibliófilos do Brasil, sediada em sua cabeça e em sua casa. Ele é o fundador, o presidente, o secretário, o editor, o motorista e o office-boy da instituição sem fins lucrativos.
Salles é uma espécie de José Mindlin do Planalto, porém com mais méritos, pois não dispõe das empresas poderosas do confrade paulista para bancar os seus projetos. A Confraria publica, em esmeradas e artesanais edições de arte, obras clássicas da literatura brasileira, sempre ilustradas por um grande artista gráfico.
Dalton Trevisan, vencido pelo
cansaço: exigiu que Salles
publicasse o quase erótico
A Polaquinha
Só com a cara e a coragem, ele conseguiu a façanha de envolver, na condição de colaboradores e cúmplices, Dalton Trevisan, Millôr Fernandes, Ferreira Gullar, Rubem Fonseca, Luis Fernando Verissimo, Rubens Gerschman, Marcelo Grassmann, Renina Katz, Poty (o ilustrador dos livros de Guimarães Rosa), entre outros.
Ele contamina a todos com a sua paixão pelos livros. Nem o intratável contista Dalton Trevisan resistiu ao assédio. Como todo mundo sabe, Trevisan não concede entrevistas e só conversa com amigos: “Escritor não tem de falar; escritor tem de escrever. Além disso, sou tímido, um pouco menos com as loiras oxigenadas”, justifica Trevisan.
Salles enfiou na cabeça a ideia fixa de publicar um livro do irascível curitibano. A única ponte era Eleutério, um livreiro de Curitiba, amigo do contista. Fez uma consulta, mas Eleutério não deu esperanças: "A resposta de Trevisan será um terrível palavrão". Contudo, para a surpresa de todos, o Vampiro de Curitiba aceitou, sob uma condição: teria de ser a novela A polaquinha, de um erotismo cabeludo, com trechos picantes no limiar do pornográfico.
“Meu Deus, vou perder vários sócios da Confraria”, descabelou-se o já calvo Salles, que convidou Dariel Valença Lins para ilustrar a obra. Os primeiros desenhos, Salles achou muito abstratos. O artista plástico se irritou com a provocação e respondeu à altura: “Ah, você quer é sacanagem, não é? Depois, não reclama”. As ilustrações ficaram primorosas e o Vampiro de Curitiba entrou em êxtase. Trevisan mandou um dos seus livros para Salles com uma dedicatória que se estendeu por três páginas. Apenas uma confreira de 82 anos se desligou do clube do livro. E, em carta, lamentava a deserção, exigida por seu marido de 87 anos, escandalizado com a publicação.
Rubens Gerschman é o autor das ilustrações do
livro
O Cobrador: obra de Rubem Fonseca
Salles é cerimonioso, educado, polido, elegante, mas tenaz. Não desiste. Ele queria fazer uma edição do conto A Hora e a Vez de Augusto Matraga, de Guimarães Rosa, com desenhos do seu ilustrador clássico, Poty, e não conseguia o contato do arredio artista. Mas eis que Poty veio a Brasília lançar um livro. Na noite de autógrafos, Salles desfechou o ataque. Recebeu um não, convicto, direto e firme. Salles desistiu? Nunca.
Deu um tempo e, depois de dois meses, telefonou para Poty, que desconversou: “Estou aposentado”. Salles replicou: “Mas nós, os fãs de carteirinha, como eu, não aceitamos a sua aposentadoria”. Na terceira tentativa, Poty cedeu: “Olha, Salles, eu nunca vi uma pessoa tão insistente. Vi que você gosta muito de livros. Tanta azucrinação só pode estar sendo incentivada pela alma do Rosa, que sempre foi um obsessivo dos diabos. Eu acho que você está possuído pelo espírito do velho (Guimarães) Rosa. Vou fazer as ilustrações, pois tenho certeza de que, se não fizer, também serei atormentado pelo maldito espírito do Rosa”.
Os livros transformados em verdadeiros objetos de arte, que chegam às mãos dos confrades como um presente dos deuses, demandam muito trabalho. Demoram, em média, seis meses para serem finalizados. Todo o processo de produção é esmeradamente artesanal. O dono de uma fundição de São Paulo estranhou quando Salles fez a encomenda de 1 tonelada de chumbo do tipo 15/85 (liga de 15% de antimônio, com 85% de estanho). Ele usa o material para fazer a composição de cada obra.
O primeiro passo é realizar a composição do livro em linotipo. Cada linha do texto é datilografada cuidadosamente. É preciso acionar uma alavanca que derrama chumbo quente formando blocos de linhas. Os blocos são agrupados na sequência do texto até formar uma página. Em média, a composição em chumbo de cada livro pesa entre 200 kg a 300 kg, consideradas todas as páginas. As páginas são impressas uma a uma. A secagem leva seis horas. Os livros são costurados e arrematados. É todo esse processo que dá a impressão de se folhear uma obra de arte ao chegar nas mãos dos confrades.
Júlia Lemmertz, atriz: %u201CEla é ultragentil
e simples, apenas uma
amante dos livros%u201D, diz Salles
Se alguém perguntasse quem é a pessoa que mais gosta de livros no mundo, eu responderia, à queima-roupa, sem vacilar: José Salles Neto. É o próprio Salles quem comenta, com o maior descaro: “Pode ter quem goste igual, mais do que eu, não há ninguém”. Salles é um brasiliense de Araxá, Minas Gerais, que começou colecionando gibis e hoje acumula algo em torno de 15 mil a 20 mil livros, sendo 3 mil de arte. Tudo em sua vida gira em torno desses objetos de saber e prazer. Ele caminha, dorme, sonha e acorda pensando naquilo: livros.
Engenheiro aposentado da Telebrasília, tirava férias nos meses que coincidissem com a realização da Feira de Frankfurt para fazer uma varredura internacional das novidades na Alemanha. Jamais entrou em uma livraria sem levar um livro. Por isso, na década de 1970, resolveu abrir a Livraria Literatura, no Venâncio 2000, uma das melhores que a cidade já teve. Adivinhem quem era o maior comprador da literatura? O próprio Salles. Sempre surrupiava as preciosidades garimpadas nos catálogos de editoras nacionais e estrangeiras.
Resultado: o sobrado de dois andares onde mora, no Lago Norte, é uma biblioteca de Babel, com volumes desmoronando por todos os lados. Em 1995, ele criou a Confrafia dos Bibliófilos do Brasil, sediada em sua cabeça e em sua casa. Ele é o fundador, o presidente, o secretário, o editor, o motorista e o office-boy da instituição sem fins lucrativos. Salles é uma espécie de José Mindlin do Planalto, porém com mais méritos, pois não dispõe das empresas poderosas do confrade paulista para bancar os seus projetos.
A Confraria publica, em esmeradas e artesanais edições de arte, obras clássicas da literatura brasileira, sempre ilustradas por um grande artista gráfico.
Só com a cara e a coragem, ele conseguiu a façanha de envolver, na condição de colaboradores e cúmplices, Dalton Trevisan, Millôr Fernandes, Ferreira Gullar, Rubem Fonseca, Luis Fernando Verissimo, Rubens Gerschman, Marcelo Grassmann, Renina Katz, Poty (o ilustrador dos livros de Guimarães Rosa), entre outros. Ele contamina a todos com a sua paixão pelos livros. Nem o intratável contista Dalton Trevisan resistiu ao assédio. Como todo mundo sabe, Trevisan não concede entrevistas e só conversa com amigos: “Escritor não tem de falar; escritor tem de escrever. Além disso, sou tímido, um pouco menos com as loiras oxigenadas”, justifica Trevisan.
Salles enfiou na cabeça a ideia fixa de publicar um livro do irascível curitibano. A única ponte era Eleutério, um livreiro de Curitiba, amigo do contista. Fez uma consulta, mas Eleutério não deu esperanças: "A resposta de Trevisan será um terrível palavrão". Contudo, para a surpresa de todos, o Vampiro de Curitiba aceitou, sob uma condição: teria de ser a novela A polaquinha, de um erotismo cabeludo, com trechos picantes no limiar do pornográfico.
“Meu Deus, vou perder vários sócios da Confraria”, descabelou-se o já calvo Salles, que convidou Dariel Valença Lins para ilustrar a obra. Os primeiros desenhos, Salles achou muito abstratos. O artista plástico se irritou com a provocação e respondeu à altura: “Ah, você quer é sacanagem, não é? Depois, não reclama”. As ilustrações ficaram primorosas e o Vampiro de Curitiba entrou em êxtase. Trevisan mandou um dos seus livros para Salles com uma dedicatória que se estendeu por três páginas. Apenas uma confreira de 82 anos se desligou do clube do livro. E, em carta, lamentava a deserção, exigida por seu marido de 87 anos, escandalizado com a publicação.
Salles é cerimonioso, educado, polido, elegante, mas tenaz. Não desiste. Ele queria fazer uma edição do conto A Hora e a Vez de Augusto Matraga, de Guimarães Rosa, com desenhos do seu ilustrador clássico, Poty, e não conseguia o contato do arredio artista. Mas eis que Poty veio a Brasília lançar um livro. Na noite de autógrafos, Salles desfechou o ataque. Recebeu um não, convicto, direto e firme. Salles desistiu? Nunca.
Marco Maciel, político: o primeiro
que viu o anúncio da Confraria
e ligou para se tornar sócio
Deu um tempo e, depois de dois meses, telefonou para Poty, que desconversou: “Estou aposentado”. Salles replicou: “Mas nós, os fãs de carteirinha, como eu, não aceitamos a sua aposentadoria”. Na terceira tentativa, Poty cedeu: “Olha, Salles, eu nunca vi uma pessoa tão insistente. Vi que você gosta muito de livros. Tanta azucrinação só pode estar sendo incentivada pela alma do Rosa, que sempre foi um obsessivo dos diabos. Eu acho que você está possuído pelo espírito do velho (Guimarães) Rosa. Vou fazer as ilustrações, pois tenho certeza de que, se não fizer, também serei atormentado pelo maldito espírito do Rosa”.
O escritor Rubem Fonseca também carrega a fama de insociável, mas Salles não se intimidou. Conseguiu o número na lista telefônica e ligou. Fonseca o atendeu muito bem, com elegância, e pediu que mandasse tudo por e-mail: “Só peço que não repasse o fone e o e-mail. Tenho fama de chato, mas só gosto de preservar a privacidade”. Salles escolheu o artista plástico Rubens Gerschman para ilustrar o livro. Ele aceitou, mas impôs uma condição: “Você tem de me colocar em contato com o Rubem Fonseca”. Ao saber da história, Rubem Fonseca disse que seria um prazer conversar com Gerschman. Salles nunca soube se os dois se encontraram. Pouco tempo depois, Gerschman morreu.
O excelente gravurista Marcelo Grassmann estava doente e desencantado quando Salles o convidou para ilustrar uma coletânea de contos de Clarice Lispector. Ele ameaçou desistir umas 30 vezes, mas Salles invocou o santo nome de Clarice e, depois de dois anos, Grassmann finalmente entregou as gravuras, com direito a um caderno especial de ilustrações no fim do livro. Um verdadeiro patrimônio da cultura brasileira.
Paulo Betti, ator: classe
artística tem companhia de
banqueiros na Confraria,
como José Safra
Com Millôr Fernandes, outro considerado inacessível, autor dos desenhos de uma coletânea de crônicas de Rubem Braga, o contato não poderia ter sido mais agradável e bem-humorado. Millôr rabiscou uma capa que é uma magnífica síntese poética da visão lírica do amigo: Rubem Braga aparece vestido com uma capa e portando chapéu embicado em um barco, pescando e com uma borboleta amarela esvoaçante sob a paisagem de rio.
Por se tratar de 36 crônicas, Salles pedia vinhetas, que levaram Millôr ao desespero: “Salles, você é obsessivo, parece aqueles psicopatas do cinema americano. Você tem certeza de que não vai me matar?”, brincava Millôr. Ao enviar a última vinheta, Millôr mandou um desenho em que ele aparecia berrando: “Vivôoo, ENFIM O FIM”.
Animadíssimo com o projeto de ilustrar a obra do amigo, Millôr sempre ligava para pressionar Salles: “Cadê o livro, Salles? Daqui a pouco, eu morro e não sai essa droga de livro?”. De fato, o livro ficou pronto pouco tempo antes de o humorista-poeta morrer. Até hoje os devotos de Braga babam de inveja dos felizardos confrades.
A paixão pelo mundo dos livros começou com os gibis, quando tinha 10 anos e morava em Frutal, Minas Gerais. Em uma garagem/depósito agregada à residência da família (uma espécie de bat-caverna), Salles mantinha um baú com diversas coleções: as de caubói (Zorro, Cavaleiro Negro, Roy Rogers, Gene Autry); as de ficção científica (Buck Rogers, Flash Gordon, etc.) e outras especiais, como Príncipe Valente, O Fantasma (esse personagem sempre foi ícone para Salles, por sua firmeza de caráter, sua força e sua seriedade), Mandrake e outras. Havia duas coleções muito importantes que guardava com um cuidado especial: Cinemim e Edição Maravilhosa.
A primeira com adaptações em quadrinhos de grandes filmes e a segunda (e aqui começa o interesse pelos livros) com adaptações de grandes romances de aventura e dramáticos, nacionais e estrangeiros, como 20 mil léguas submarinas, Quo Vadis, Don Quixote, Moby Dick, O cão dos Baskervilles, Drácula, Frankstein, O médico e o monstro, O assassino da Rua Morgue. Além dos nacionais, O Ateneu, O Cortiço, A Moreninha, Memórias Póstumas de Brás Cubas e outros.
Pouco tempo depois, aos 12 anos, começou a encomendar livros de bolso de uma das únicas empresas que vendia por reembolso postal, a Tecnoprint (hoje Ediouro) e nessas encomendas investia todo o dinheiro que tinha. Daí em diante nunca mais parou. Na verdade, o pai e a mãe nunca se opuseram aos gibis e Salles sempre acreditou que os quadrinhos são a porta de entrada para um eventual gosto pela leitura. E até hoje mantém o costume, que ele denomina “milenar”: nos almoços de sábado e domingo, sempre come lendo gibis de sua extensa coleção ou novos colecionados, como é o caso do incensado herói ianque-italiano TEX.
O que o encanta nos livros, primordialmente, é o “outro mundo” que guardam. É muito raro encontrar nos livros, de uma forma geral, o mesmo mundo da sua vida. Isto é mais acentuado nos clássicos e nos livros de autores estrangeiros, mesmo da atualidade, pois a realidade de cada país é específica, sempre diferente da do nosso ambiente; está falando aqui do conteúdo, da alma.
Depois, mas não menos importante, vem o continente. A materialidade do livro, o seu acabamento, a sua capa, a mancha gráfica (a distribuição de linhas e palavras na página) e dezenas de detalhes dessa parte física, o corpo do livro. Sempre procura ter o livro com o melhor conteúdo (boa revisão, boa tradução) e o melhor acabamento físico. Ele começou a guardar os livros e a se encantar com o objeto aos 25 anos (está com 64). E de lá para cá, esse encantamento, esse amor absoluto, só fez crescer.
Manoel Carlos, autor de novelas:
assim como ele, Aguinaldo
Silva também se associou
A ideia de criar a Confraria dos Bibliófilos veio exatamente do seu gosto por edições diferenciadas, limitadas, que só conseguia comprar em sebos e por preços exorbitantes. Por exemplo, os livros da Sociedade dos Cem Biblilófilos do Brasil, que há muito encerrou as atividades: “Se está difícil de conseguir, então eu vou fazer”. Salles pagou um anúncio em quatro jornais de circulação nacional, no domingo. O então vice-presidente da República, Marco Maciel, associou-se de imediato. No dia seguinte, Salles recebeu vários telefonemas de candidatos a confrades, um deles, que se tornou o sócio número 2, era o empresário e bibliófilo paulista José Mindlin.
Na lista de confrades mais conhecidos estão o ator Paulo Betti e a atriz Júlia Lemmertz (“ultragentil e simples, apenas uma amante dos livros”); os autores de telenovelas Manoel Carlos e Aguinaldo Silva; os banqueiros José Safra e Pedro Moreira Salles; o presidente da Fiesp, Horácio Lafer Piva; o advogado Evandro de Moraes Filho e os empresários Herman Wever (presidente da Siemens) e Ricardo Semler. Salles trata os confrades de modo igualitário. Todos só pagam o preço de custo dos dois livros editados por ano pela Confraria, que ficam em torno de R$ 350.
A pergunta que fica no ar é: para que tanto livro e tanto empenho? Quantos de sua biblioteca de Babel Salles já leu? “Todos, 100%”, responde o bibliófilo. “Pois, no meu conceito, para você possuir um livro (no sentido de apossar), basta ler um prefácio, um capítulo, um conto, um posfácio e, no extremo, ler a orelha e mais ainda: ficar por 30 minutos namorando uma bela capa e ilustrações de um livro.” Quem tem muito livro, às vezes, nem pode dedicar tanto tempo a todos, admirando capa, papel, diagramação, ilustrações: “A leitura é apenas um detalhe”, brinca Salles.
No papel de carta que usa quando trata de qualquer assunto relacionado com livros estão um cabeçalho e um rodapé que refletem esse amor e o fundamento do ajuntar livros. Ei-los: “Na verdade, a maioria dos acervos dos museus e das bibliotecas públicas e privadas americanas – e acredito que isto vale para outros países – foi originada a partir dos acervos formados pacientemente por colecionadores de objetos de arte e de livros, ao longo de toda uma vida”.