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A arma que faltava ao Civic

Agora equipado com o motor 2.0 de 155 cv emprestado do irmão CR-V, modelo da Honda passa ser o sedã aspirado mais potente do país e se arma para voltar a brigar de frente com o Toyota Corolla. O problema é o preço, sempre mais salgado do que o do rival

Marcelo Tokarski - Redação Publicação:20/03/2013 18:18Atualização:20/03/2013 18:21

Motor mais nervoso: o sedã da Honda leva vantagem na transmissão automática, que é de cinco velocidades (Honda/divulgação)
Motor mais nervoso: o sedã da Honda leva vantagem na transmissão automática, que é de cinco velocidades
 

Há quatro anos, o Corolla desbancou o Civic no ranking dos sedãs médios mais vendidos do país. De lá para cá, o carro da Toyota teve 291,1 mil unidades comercializadas, contra 154,9 mil do concorrente. Agora, o modelo da Honda ganhou a arma que lhe faltava para tentar voltar a encarar de frente seu maior rival. Nem bem o ano começou e a montadora acaba de lançar o Civic 2014, que passará a ter a opção de motorização 2.0 – o motor 1.8 continua na versão de entrada, agora com um novo câmbio manual de seis velocidades.


Sem mudanças no visual, o Civic passa a ter um coração 10% mais potente, herdado do CR-V, SUV que a Honda importa do México. Abastecido com álcool, o propulsor atinge 155 cv (com a versão 1.8 são 139 cv), pouco a mais que os 153 cv do Corolla 2.0. A novidade faz do Civic o sedã aspirado mais potente do Brasil, perdendo apenas para os turbinados VW Jetta (200 cv), Renault Fluence (180 cv) e Peugeot 408 (165 cv). Além do motor mais nervoso, o sedã da Honda leva vantagem na transmissão automática, que é de cinco velocidades, enquanto o Toyota só oferece quatro marchas.


O novo motor também é flex, mas agora não conta mais com o reservatório auxiliar de gasolina para partidas em dias frios. O novo sistema, chamado pela Honda de FlexOne e identificado por um adesivo de gosto duvidoso na tampa do porta-malas, possui velas aquecedoras de combustível, que permitem o acionamento do motor mesmo em temperaturas negativas. Quando o termômetro está abaixo dos 20°c, as velas são acionadas assim que o motorista destrava as portas. Com isso, quando a ignição é ligada, o motor já está suficientemente aquecido para começar a funcionar.


Com as mudanças, o carro ficou cerca de 50 kg mais leve e eliminou a tampinha no para-lama dianteiro direito. No entanto, o sistema tradicional de partida a frio continua no Civic 1.8. Em compensação, a versão de entrada passa a contar de série com um sistema bluetooth que permite ao motorista atender chamadas pelo sistema de som do carro. Todas as versões contam com tela de LCD colorida de 5 polegadas no painel.


Se antes comercializado em cinco versões, o Civic agora passa a ter quatro opções: LXS manual e automática, LXR e EXR – essas duas últimas, só com câmbio automático. Mas, apesar das novidades, o sedã da Honda continua em desvantagem no quesito preço. Enquanto a versão mais barata custa R$ 66.690, a do rival parte de R$ 60.200 (ambas com motor 1.8 e câmbio manual).


Com propulsor 2.0, a Toyota também se impõe. O Corolla custa a partir de R$ 72.990, pouco mais em conta que o Civic, que parte de R$ 74.920 (ambos modelos com motor 2.0 e câmbio automático). Nos dois topos de linha, a briga se repete: R$ 82.280 para o Corolla (versão Altis 2.0) e R$ 83.890 no Civic (EXR 2.0).


Apesar das diferenças nas cifras, a briga promete ser boa entre os dois sedãs japoneses. No ano passado, o Corolla foi o 15º carro mais vendido do país, com 56.370 unidades comercializadas. O Civic, que já havia reagido, ficou duas posições abaixo no ranking, com 50.499 unidades. Com a opção de motor 2.0, a Honda espera voltar a superar o maior rival, fato que não ocorre desde 2008, quando teve 67,7 mil unidades vendidas, obteve seu melhor desempenho e figurou como o nono modelo de maior venda no Brasil. Naquela ano, a Toyota comercializou 45,6 mil unidades do Corolla, que foi apenas o 14º mais vendido. No ano que vem, os dois devem passar por uma profunda reestilização, esquentando ainda mais essa boa briga.

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