De prancha, no Paranoá
Sem exigir que os praticantes sejam atletas, o stand up paddle vira febre em Brasília. Aumenta a cada fim de semana o número de interessados em saber como é a sensação de surfar no lago
Quem disse que precisa ter onda para surfar? E mar? Basta um lago, uma prancha e um remo. O stand up paddle, também chamado de SUP, permite essa sensação e, não por acaso, tornou-se a mais nova moda entre os amantes de esportes aquáticos na cidade. A modalidade é de fácil aprendizagem e tem atraído inúmeros adeptos. “Fui morar na Austrália em 2009 e nem sabia o que era SUP. Conheci naquele país e me encantei. Quando voltei para o Brasil, em 2011, achando que traria a novidade, todo mundo aqui já estava surfando”, conta a advogada Helena Barbosa.
O esporte surgiu no Havaí nos anos 1960, quando os nativos se mantinham em pé na prancha para conseguir fotografar os turistas. Existem até outras versões para a história, mas o negócio de conseguir se deslocar no mar remando em cima da prancha foi evoluindo e os surfistas começaram a fazer grandes travessias desse modo – assim nasceu o stand up paddle.
A prancha é grande e estável, e por isso não é tão difícil equilibrar-se sobre ela. Júlia Paes, de 17 anos, conheceu o esporte no começo do ano e incentivou o irmão João Pedro Paes, de apenas 8 anos, a começar também. “Desafiei-o. Disse que ele não conseguiria ficar de pé na prancha. Mas me enganei. Logo no primeiro dia ele já estava mandando bem”, conta. Agora, o pequeno João se apaixonou pelo SUP e quer praticá-lo todos os fins de semana. E ele diz que não tem medo de entrar no lago. “Vou até o fundo. É muito divertido.”
O militar Marco Frota, do Movimento dos Sem Praia, atesta o que Marcello diz: “Fizemos uma pesquisa para entender a moda do SUP e identificamos duas razões claras: as pessoas estão à procura de um esporte saudável e querem a interação com familiares e amigos. E o SUP proporciona isso”, acredita.
O movimento surgiu em 1992 e começou com uma turma de amigos surfistas que praticavam esportes no lago para manter o condicionamento físico enquanto estavam longe da praia. As pessoas foram se identificando com os Sem Praia, inclusive os que não surfavam. Hoje, o grupo tem mais de 7 mil seguidores no Facebook.
Rafaella Costa, coordenadora administrativa, exalta as vantagens do esporte contemplativo e as vantagens de ser um ótimo meio de manter o corpo em dia. “Força todos os músculos. É um exercício completo, e a pessoa ainda pode se refrescar no Paranoá”, destaca.
O jornalista Diego Recena conheceu o SUP há dois anos e adorou. Ele faz do exercício um complemente para sua atividade física diária, a malhação. “Surfo, em média, duas vezes por semana. Para quem acha o ambiente de academia entediante, eu recomendo conhecer o stand up paddle”, indica. Além de fazer bem à saúde, ele vê no SUP um ótimo programa para fazer com a namorada, Marina Campelo. “Incentivei que ela começasse também. Ela adorou e agora me acompanha. Vamos em pranchas diferentes ou na mesma, o que é mais cansativo, porém mais prazeroso”, diz.