Minicasamentos
Para o dia do sim, noivos selecionam os melhores serviços para oferecer a seus convidados, ainda mais quando é um seletíssimo grupo. Menos gente não significa menos gastos quando a intimidade vira sinônimo de luxo
Optar por um minicasamento, ou mini wedding, como chamam os norte-americanos, pode não ser uma escolha econômica. “Quem prefere esse padrão, geralmente, está focado em qualidade. O céu é o limite”, explica o dono do bufê Sweet Cake, Celso Jabour.
Renata La Porta, dona do bufê homônimo, afirma que os valores chegam a, em média, R$ 200 por pessoa, sem vinhos. “O mais pedido é o menu degustação, harmonizado com vinhos. São seis a oito pratos servidos em sequência, com sorbets entre eles para limpar o paladar. O serviço, é claro, é absolutamente impecável, com um garçom para atender a cada quatro convidados, o que resulta em muito cuidado a cada detalhe.”
Os diplomatas Chloe Yong e Guilherme Fitzgibbon escolheram o Aquavit como cenário. Nascidos em São Paulo, eles vieram para Brasília depois de aprovados no concurso público do Instituto Rio Branco. Conheceram-se enquanto estudavam para conquistar a vaga. Na capital, saborearam os talentos do chef Simon Lau, responsável pelo restaurante. “Adoramos a cozinha dele. É um lugar agradável, à beira do lago, e não seria necessário aluguel de bufê ou móveis para a cerimônia”, explica Chloe.
Inicialmente, os dois queriam convidar 30 pessoas. Tornaram-se 45, ao final. “Não nos víamos em um casamento enorme. Queríamos apenas as pessoas que realmente participaram das nossas vidas. Foi difícil fazer a lista, mas conseguimos”, relata a diplomata. O cardápio foi servido à francesa, com entrada, prato principal e sobremesa, harmonizados com vinhos, entre eles champanhe. Eles trocaram o bolo tradicional por cupcakes. O vestido da noiva foi comprado no shopping e recebeu reparos ao gosto dela.
Queríamos que todos estivessem na mesma sintonia e compartilhassem da nossa alegria. Dissemos aos nossos convidados que todos eram padrinhos”, diz Lívia.
Lívia e Getúlio estão juntos há pouco mais de dois anos. Eles mimaram os convidados: serviram camarões no coquetel de entrada, dois tipos de pratos principais para todos e opções vegetarianas. Na saída, cada convidado ganhou um minibolo decorado. Lívia fez questão do suco de melancia, o preferido dela, entre as bebidas. Também serviram vinhos e uísque. “O melhor de tudo foi poder conversar com todo mundo, aproveitar a festa. Quando fazem um casamento grande demais, os noivos não conseguem curtir tanto”, diz Lívia.
Os advogados Rosana Rodrigues Marques e Romualdo Silva estão juntos há 14 anos. A convivência não diminuiu a vontade de celebrar a relação. Há um ano, fizeram festa de casamento, no jardim de casa, no Lago Sul. Entre amigos e familiares, 80 receberam convite. “Comecei a pesquisar e me surpreendi com os casamentos faraônicos, que mais parecem um show da Broadway. Não era nada disso que queríamos. Nenhum lugar teria mais o nosso jeito que a nossa casa”, explica Rosana.
O lugar onde eles moram guarda histórias afetivas. Pertence à família de Romualdo há décadas. “Minha cunhada se casou nesse jardim, há 18 anos”, lembra Rosana. “Já fui a vários casamentos nos quais a noiva nem conversa com os convidados. O que percebo é que os noivos, muitas vezes, não ouvem, não comem e não veem. Quando é intimista, você se lembra de todos os detalhes, porque participa mais”, avalia a advogada.
Há quem escolha fazer as duas versões da cerimônia: uma mais luxuosa e outra privativa. Júlia Menezes e Carlos Henrique Bastos fizeram o casamento civil na casa dos tios dele, às margens do lago. Ornamentaram com velas a árvore do quintal, que Júlia adora, aproveitaram o pôr do sol brasiliense e abriram mão de formalidades. Havia poucas mesas e mais lounges. A comida foi servida em porções menores, para facilitar a degustação. Dois meses depois, os noivos viajaram para a Itália e realizaram a cerimônia religiosa, em igreja do Vaticano. Em seguida, festejaram nos jardins internos de um hotel da região, com um número maior de convidados, especialmente familiares.