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Mentes brilhantes

Adolescentes brasilienses conquistam vagas nas mais conceituadas universidades do mundo, como Harvard e a de Nova York. Instituições concedem bolsas de estudo e apostam neles como gênios do futuro

Leilane Menezes - Colunista Publicação:13/09/2013 15:32Atualização:13/09/2013 16:04

Maria Luísa Alves, de 17 anos, embarcou para os Estados Unidos para fazer um curso preparatório: quer Harvard, Yale ou Columbia (Fotos: Raimundo Sampaio/Encontro/DA Press)
Maria Luísa Alves, de 17 anos,
embarcou para os Estados Unidos para
fazer um curso preparatório: quer
Harvard, Yale ou Columbia
Na televisão, garotos recebiam cartas com a notícia de aprovação em universidades. Enquanto o filme estrangeiro desenrolava-se e os personagens comemoravam a conquista, João Pedro Martins, morador de Ceilândia, acompanhava a cena, do sofá de casa. A maior distância entre o espectador e aquela realidade não era geográfica, mas sim social. A mãe de João Pedro, Rosalva Martins, criou três filhos sozinha. Trabalha como vigilante e tem o (antigo) primeiro grau completo. Diz saber apenas o básico da leitura e da escrita. Sempre sonhou ver João Pedro tornar-se universitário e conquistar um bom emprego.


A educação era o caminho, e Rosalva sabia disso. João Pedro estava entre os melhores da turma, na escola pública onde concluiu o ensino fundamental. Terminado esse período, Rosalva bateu de porta à porta, nas escolas particulares de Brasília, com o histórico escolar do filho em mãos e boas recomendações. Conseguiu para ele bolsa de estudos, durante todo o ensino médio, em um dos grandes colégios da capital.


João Pedro fez jus aos esforços maternos. Manteve boas notas do começo ao fim e se destacou entre colegas que não recebiam qualquer auxílio. No fim do ano passado, aos 16 anos, concluiu a 3ª série. Foi aprovado pela Universidade de Brasília (UnB), para relações internacionais. Também recebeu uma daquelas cartas que via na TV, um convite para estudar, totalmente de graça, na Universidade de Salamanca (Usal), na Espanha. “No começo, achei que era mentira. Não havia feito inscrição em nenhum programa internacional. Embora quisesse muito, não via condições”, diz João Pedro.


A oportunidade surgiu da parceria entre o governo federal e um banco, o Programa Universidade para Todos (Prouni) Internacional. Desde 2010, brasileiros bem colocados na avaliação, além de ganhar bolsas em faculdades nacionais, podem ir ao exterior, se forem os melhores colocados. João Pedro teve a maior nota entre os que pleitearam uma bolsa para cursar relações internacionais, em Brasília. “Não sabia dessa parte internacional. Eu e minha mãe fomos ao Ministério da Educação, confirmamos a proposta e só aí acreditamos que era sério”, lembra.


O rapaz, que nunca viajara de avião, há 11 meses vive na Espanha, onde terá aulas do idioma local, até neste mês, com bolsa mensal de US$ 900, paga pelo Ministério da Educação. Em seguida, começará o curso de ciência política e administração pública, com duração de quatro anos, e passará a receber 11,8 mil euros por ano, custeados pelo banco, além de passagens aéreas para visitar o Brasil nas férias. Estudantes desse programa assinam um termo comprometendo-se a retornar ao país de origem após concluir o curso, pois recebem financiamento público. A bolsa que João Pedro receberá na Espanha vale mais que o dobro do salário da mãe dele. “Minha vida se transformou. Vou tirar o melhor dessa experiência, pois quero ser diplomata”, afirma o adolescente.


Assim como João Pedro, outros jovens nascidos em Brasília são aprovados todos os anos e convidados a integrar o time de estudantes que recebem educação de ponta, principalmente, nos Estados Unidos e na Europa. Embarcam com tudo pago: desde a passagem para fazer entrevista pessoalmente e conhecer as instalações até a roupa que usarão nos próximos anos. Ganham privilégios ao ter seu potencial reconhecido por instituições atentas à formação de novos líderes. O Ciência sem Fronteiras, programa que permite cursar parte do ensino superior fora do Brasil, custeado pelo governo federal, já enviou quase 7 mil jovens para faculdades no exterior. O plano é chegar aos 101 mil.


Em 2012, 175 mil brasileiros saíram do país com objetivo de estudar, por intermédio de empresas especializadas, de acordo com a Associação Brasileira das Agências de Intercâmbio (Belta). A expectativa é de crescimento de 40% nos próximos três anos. Metade desse público busca cursos de inglês, mas a procura por formação universitária é crescente. Brasília figura entre os mercados em expansão, de acordo com a Belta, graças ao poder aquisitivo de parte dos habitantes.


Andréia da Cunha, da Student Travel Bureau (STB), que enviou 60 mil estudantes para intercâmbio universitário: 'O retorno profissional é garantido' (Fotos: Raimundo Sampaio/Encontro/DA Press)
Andréia da Cunha, da Student Travel Bureau
(STB), que enviou 60 mil estudantes para
intercâmbio universitário: "O retorno
profissional é garantido"
Cada país segue um perfil de seleção. Na Inglaterra, o ingresso é menos burocrático do que na América do Norte. Na Europa, porém, convive-se com a escassez de ofertas de empregos, atualmente, devido à crise econômica. Austrália e Canadá facilitam o trabalho remunerado e têm custo de vida menor. Estados Unidos são os mais concorridos. O ano letivo, em geral, começa em agosto ou setembro. É preciso se preparar com pelo menos um ano de antecedência, para não perder as datas, sempre divulgadas nos sites oficiais.


Os números do governo ou das agências não englobam uma parcela representativa dos intercambistas universitários: pessoas que deixam o país por conta própria, sem qualquer intermédio do Estado ou de empresas. Os gêmeos Amer e Issa Nasr, de 17 anos, ex-moradores da Asa Sul, encaixam-se na categoria dos viajantes independentes. A dupla conquistou espaço na Universidade de Nova York (NYU).


Em junho, após seleção criteriosa, eles se mudaram para o campus da NYU, em Abu Dhabi, um dos lugares mais ricos do mundo, a capital dos Emirados Árabes. Concorreram com 15 mil candidatos. Apenas 150, de várias nacionalidades, foram aprovados, entre eles os dois brasilienses. A proposta da NYU nos Emirados Árabes é formar turmas globalizadas, com os melhores de cada país. “Entrevistadores nos disseram que o interesse deles é encontrar futuros presidentes da República e prêmios Nobel”, diz Issa.


Amer e Issa pretendem ser médicos. Terão dois anos para escolher a habilitação. Ganharam bolsa de 100%, depois de visitar os responsáveis pela universidade e fazer entrevista, entre outras pessoas, com o ex-primeiro ministro do Reino Unido e atual enviado especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para educação, Gordon Brown. “Estávamos esperando em uma sala e ele (Gordon Brown) entrou para conversar. Ficamos muito surpresos. Nós nos inscrevemos e a NYU pagou até nossas passagens, para conhecermos o campus”, relata Amer.


Os dois foram aprovados em outras quatro universidades norte-americanas, essas nos campi dos Estados Unidos. Mas escolheram Abu Dhabi como destino, devido à qualificação dos professores, das instalações e à proposta de ensino inovadora. Amer e Issa nasceram em Brasília. São filhos dos libaneses Chaker Youssef Nasr, que morreu quando os meninos eram recém-nascidos, e Josiana Fadel Nasr, criada na Austrália, com cidadania brasileira e professora da Escola Americana de Brasília. O casal se interessou pelo Brasil, onde tinha amigos, e veio morar no DF para montar o próprio negócio.


Com a morte do marido, Josiana ficou responsável pelos filhos e se tornou professora. “Nós éramos bolsistas na escola. Nossa família não teria condições de sustentar três filhos (a irmã mais velha faz faculdade na Austrália) em um colégio tão caro. Também não poderíamos pagar a anuidade da NYU, que chega a 60 mil dólares. Trabalhamos muito por esse futuro”, afirma Issa.


Os Nasr têm currículos invejáveis e ainda nem saíram da adolescência. Os dois acumularam 500 horas de serviços voluntários, em dois anos. Fundaram uma ONG, que financia a educação de crianças no Haiti. A verba inicial veio do comércio de bolinhos, pizzas e outros lanches na escola, além de doações. Eles têm dezenas de medalhas em olimpíadas de conhecimento, presidiram comitês estudantis, criaram outros projetos sociais, praticaram esportes com destaque e, por fim, prestaram dois meses de serviços voluntários pela Cruz Vermelha, na Síria, durante a guerra civil.


As universidades dos Estados Unidos aplicam um teste, o SAT, para testar conhecimentos gerais. Exigem ainda fluência em inglês, cartas de recomendação e avaliam o perfil dos candidatos fora da sala de aula. “Eles estão interessados em quem você é, e não apenas na sua capacidade de resolver um problema matemático. É uma forma de seleção mais eficiente, porém difícil. Não adianta fazer mil atividades só para ter currículo, eles percebem essas intenções e dispensam estudantes assim”, avalia Amer.


A dupla teve aconselhamento no colégio e em casa, desde a infância, para avaliar opções de estudos no exterior. Cada um dos brasilienses receberá 70 mil dólares por ano, somente para estudar. O dinheiro será usado no pagamento da anuidade, das despesas com alimentação, roupas, livros e eventuais viagens. Se desejarem, eles poderão transferir-se para os EUA após os dois primeiros anos. Os irmãos desejam voltar ao Brasil após formados para colaborar com o país de origem, o que depende das regras definidas até lá sobre a validação de diplomas.


Também nascido em Brasília, Lucas Freitas, de 20 anos, vive o sonho de muitos adolescentes. Tornou-se aluno de Harvard, considerada a melhor universidade do mundo até 2011, pela Times Higher Education, publicação editorial inglesa referência em educação. No ano passado, Harvard ficou em segundo lugar, pela primeira vez em oito anos. Lucas também foi aprovado pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), o sétimo da lista; Yale (a 11ª do mundo) e Dartmouth, com apenas 18 anos. Atualmente, o California Institute of Technology é considerado o melhor do mundo.


De acordo com informações repassadas a Lucas pela entrevistadora brasileira do MIT, ele foi o primeiro brasiliense a ser aprovado no exame, o mais concorrido da história da entidade, com 17.909 candidatos para 1,7 mil vagas. Ele respondeu, por meio de cartas, a perguntas subjetivas. Por exemplo: Quais foram as pessoas que mais influenciaram a sua vida e as situações que moldaram seu caráter? Fez entrevista pessoalmente, no Brasil, enviou currículo para análise e conseguiu cinco cartas de recomendação, escritas pelos professores do Colégio Militar, onde estudou durante sete anos. Os documentos somavam 30 páginas quando foram enviados. “Meu envolvimento em competições acadêmicas foi determinante para a aceitação. Participei de olimpíadas de química, física, matemática e astronomia, além de ter feito simulações das Nações Unidas”, descreve Lucas.


Ainda na infância, Lucas já pensava em Harvard, mostrada com entusiasmo nos filmes norte-americanos. A mãe de Lucas é professora da rede pública em Brasília; o pai, autônomo. A família não teria condições de bancar os custos de 65 mil dólares por ano. Com a ajuda de professores, pesquisou sobre universidades estrangeiras e se inscreveu. Conquistou bolsa de 100% graças ao currículo apresentado, cheio de méritos e premiações estudantis, e às boas notas.


Optou por Harvard, porque é um espaço que respeita a diversidade humana, investiu em globalização do corpo discente nos últimos anos e oferece um modelo educacional chamado liberal arts. “A universidade encoraja alunos a experimentar diferentes áreas acadêmicas, sempre com muita liberdade. No Brasil, alunos escolhem seu curso antes de entrar na universidade, em Harvard (e nos Estados Unidos, em geral), a escolha é feita no fim do terceiro semestre. Antes disso, é possível escolher entre 3,5 mil aulas, sendo apenas quatro disciplinas por semestre”, relata. Pode-se escolher também uma segunda área de graduação e ganhar um certificado extra, além de proficiência em línguas. O diploma principal de Lucas, a princípio, será em ciências da computação, com segundo campo em linguística e proficiência em mandarim.


Harvard tem quase 20% de alunos estrangeiros. Entre eles, 15 são brasileiros. A instituição tem escritórios espalhados pelo mundo, inclusive no Brasil. A maior atração do campus é o corpo acadêmico, segundo Lucas. “Estava estudando para a prova de algoritmos no semestre passado. Acabei descobrindo que meu professor foi, na verdade, quem o inventou. O meu professor de economia é o escritor do livro mais usado em economia nos Estados Unidos e em muitos países do mundo, Gregory Mankiw”, descreve o jovem. Nas horas vagas, Lucas é professor assistente e, nas últimas férias, atuou como estagiário remunerado na Microsoft, em Seattle. Também trabalha como assistente de web do ex-ministro brasileiro Roberto Mangabeira Unger, além de ser diretor sênior de tecnologia de vários projetos.


Um dos itens avaliados para concessão de bolsas de estudos é a prática esportiva. Em Brasília, uma das modalidades que mais envia alunos para o exterior é o tênis. Basquete e natação também figuram na lista. Treinadores brasileiros e estrangeiros trocam informações sobre potenciais atletas de ponta. Pedro Dumont, de 19 anos, é tenista desde a infância. Recebeu convite para estudar nos EUA, com bolsa de 90%, para integrar o time da Universidade Estadual do Mississippi. Neste semestre, ele será transferido para uma instituição mais conceituada, a Universidade Wake Forest, na Carolina do Norte. “Estudo finanças, marketing e administração, além de jogar tênis pela universidade. Com certeza, foi mais fácil conseguir uma colocação graças ao esporte, mas eu praticava tênis porque tinha boas notas”, explica Pedro. Os custos ficam em 55 mil dólares por ano, que incluem moradia, alimentação e livros.


Existem vários caminhos para conquistar espaço. Maria Luísa Alves, de 17 anos, moradora do Lago Sul, viveu nos Estados Unidos durante a infância. Visita o país todo ano e diz ter mais amigos lá do que em Brasília. O pai dela é advogado, diplomado em Harvard. Ela inscreveu-se para o último SAT, mas não foi aprovada. No mês passado, embarcou para os EUA para fazer um curso especial, complemento do ensino médio, e no próximo ano tentará novamente uma colocação. “Meus pais só aceitam aprovação nas melhores universidades: Harvard, Yale, Columbia. É preciso muita dedicação quando o foco são apenas as melhores”, explica.


Não é raro encontrar escolas particulares, em especial as mais conceituadas e caras, que incentivem alunos a pensar além das fronteiras do país, quando terminam o ensino médio. “Principalmente depois da implantação das políticas de reserva de vagas na Universidade de Brasília (UnB), que reduziu muito a oferta de vagas para quem não se encaixa nas cotas, incentiva-se cada vez mais o aluno a buscar outros horizontes”, relata a coordenadora regional da Belta em Brasília, Maria Aparecida de Castro Barbo.
Pelos cálculos da Belta, parte dos cursos universitários fora do país pode custar pouco mais que as despesas com escolas particulares nacionais. “Nos últimos cinco anos, houve um despertar para esse assunto. Graduação no exterior custa cerca de 30% a mais, no total, que pagar uma faculdade boa aqui. É pouco diante das inúmeras vantagens”, explica Maria Aparecida. Os cursos mais requisitados por quem deseja viajar são administração de empresas (chamado de business), marketing, gastronomia e turismo. Direito e medicina, por exemplo, costumam ser preteridos pela dificuldade em validar diplomas estrangeiros no Brasil.


A Student Travel Bureau (STB) apresenta-se como líder no mercado. Enviou quase 60 mil pessoas para países diversos no ano passado. Em Brasília, Canadá e Reino Unido figuram entre os mais procurados, seguidos por EUA e Austrália. “Qualquer aluno de uma universidade privada bem conceituada pode sonhar com isso. Existem programas para encaixar vários públicos. É um investimento em educação. O retorno profissional é garantido, em médio prazo”, afirma a gerente da empresa na Asa Sul, Andréia da Cunha.


O aumento do interesse na graduação estrangeira é atribuído à conquista de poder aquisitivo da classe média, aos programas do governo, como o Ciência sem Fronteiras, e à facilidade de acesso à informação, por meio da internet. Com jovens sempre conectados em rede e aptos a se comunicar, as agências de intercâmbio fazem malabarismos para não perder a clientela, firmam parcerias com empregadores estrangeiros e atuam como intermediadores para conseguir bolsas, além de parcelar os custos da viagem. Pesquisa recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que 89,8% dos estudantes brasilienses têm acesso à internet. É a maior porcentagem do país. Com amplo acesso à informação, o outro lado do mundo é logo ali.

 (Fotos: Raimundo Sampaio/Encontro/DA Press)

QUEM É

João Pedro Matins, 17 anos

Onde estudou: Leonardo da Vinci, como bolsista

Onde estuda: Universidade de Salamanca, na Espanha. Foi selecionado por meio do Prouni internacional, programa do governo que concede bolsa de estudo em universidades estrangeiras aos melhores alunos. Recebe 900 dólares mensais do Ministério da Educação. Neste mês, começará o curso de ciência política e administração pública e passará a receber 11,8 mil euros por ano, além de passagens aéreas para visitar o Brasil nas férias. Quer ser diplomata.

Como se preparou: João Pedro teve boas notas no ensino fundamental. Destacou-se e conseguiu bolsa em escola particular para cursar o ensino médio. Aos 16 anos, concluiu o 3ª série e passou para relações internacionais na UnB. Em razão de seu histórico, foi selecionado para estudar gratuitamente na Espanha.

 

 (Fotos: Raimundo Sampaio/Encontro/DA Press)
QUEM SÃO

Os irmãos gêmeos Issa e Amer Nasr, 17 anos

Onde estudaram: na Escola Americana, como bolsistas

Onde estudam: Foram aprovados em quatro universidades americanas, mas escolheram a Universidade de Nova York, no campus de Abu Dhabi, devido à qualificação dos professores, das instalações e da proposta de ensino inovadora. Querem ser médicos. Ganharam bolsa de 100%. Concorreram com 15 mil candidatos de várias nacionalidades e ficaram entre os 150 aprovados.

Como se prepararam: Além dos estudos, têm dezenas de medalhas em olimpíadas de conhecimento, presidiram comitês estudantis, criaram projetos sociais, praticaram esportes com destaque e, por fim, prestaram dois meses de serviços voluntários pela Cruz Vermelha, na Síria, durante a guerra civil.

 

 

 

 (Raimundo Sampaio/Encontro/DA Press)
QUEM É

Pedro Dumont, 19 anos

Onde estudou: Angloamericano, no Rio

Onde estuda:
Universidade Estadual do Mississippi, nos Estados Unidos. Foi selecionado por ser um atleta de ponta no tênis. Graças a isso, recebe bolsa de 90% para estudar fora. Neste semestre, será transferido para a Universidade Wake Forest, na Carolina do Norte. Estuda finanças, marketing e administração.

Como se preparou: É tenista desde a infância e uma das promessas do tênis brasileiro. Além de se destacar no esporte, sempre teve boas notas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 ( Arquivo pessoal)

QUEM É

Lucas Freitas, 20 anos

Onde estudou: Colégio Militar

Onde estuda: Foi selecionado para quatro universidades americanas aos 18 anos. Escolheu Harvard, por ser um espaço que respeita a diversidade humana, investiu em globalização do corpo discente nos últimos anos e oferece um modelo educacional que permite aos alunos experimentar diferentes áreas acadêmicas antes de escolher a graduação. A princípio, seu objetivo é ciências da computação, com segundo campo em linguística e proficiência em mandarim.

Como se preparou:
Além das boas notas, juntou cartas de recomendações, currículos e outros documentos que somavam 30 páginas. Envolveu-se em competições acadêmicas, participando de olimpíadas de química, física, matemática e astronomia, e fez simulações das Nações Unidas. Conquistou várias premiações estudantis.
 

 

 

Todo mundo pode?

 

O que é preciso saber para planejar (e conseguir) fazer um curso universitário fora do país

 

Calendário

Programe-se com, no mínimo, 1 ano de antecedência.


EUA: o ano letivo começa em agosto ou setembro.
A admissão ocorre um ano antes.


Inglaterra: seleção entre novembro e março.
O início das aulas é em setembro.


França: seleção entre dezembro e março.
O início das aulas é em setembro.


Austrália: o ano letivo começa entre março e agosto. O processo de seleção é feito com seis meses de antecedência.


Canadá: o ano letivo começa em setembro
(com exceções, que recebem alunos em janeiro).


Espanha: o calendário varia. Antes de tudo, é preciso homologar os diplomas de escolas brasileiras; em seguida, faz-se uma prova seletiva em São Paulo
e só depois é hora de inscrever-se em universidades espanholas.

*Os demais países fazem seleções de estrangeiros em várias datas, diretamente nas universidades ou nos ministérios da Educação.


Cuidados

Ao inscrever-se por meio de agências, confira se a universidade de destino é credenciada junto à Belta. A concessão do visto norte-americano para estudantes é mais rigorosa e pode demorar até um mês. Todas as universidades exigem exames de proficiência na língua local. Se não tiver bolsa de estudos, apresente comprovantes de renda que deixem claro a possibilidade de custear a viagem por, no mínimo, seis meses.


Os custos de vida podem ser maiores que o esperado. Faça contas com margem
de segurança. Para ter noção da realidade, converse com alunos que já estão aonde você quer ir (encontre-os em redes sociais e pergunte sobre opções de moradia e alimentação, por exemplo).

Para ganhar bolsa

Programe-se durante toda a vida escolar: participe de atividades competitivas e que gerem méritos (olimpíadas de conhecimento ou similares);

Mantenha excelentes nota;

Seja fluente em idiomas (quanto mais, melhor);

Faça atividades extracurriculares: música e trabalhos voluntários, por exemplo;

Pratique esportes e se destaque;

Reúna cartas de recomendação;
Entre em contato com o departamento de cultura dos países almejados. A maioria tem representações no Brasil;

Participe de feiras de intercâmbio. Representantes das universidades costumam frequentá-las;

Fique atento aos sites das embaixadas, elas podem ser as melhores intermediárias
Fique atento aos lançamentos de editais dos programas do governo. A maioria é divulgada no primeiro semestre.

Para onde ir?

Observe qual instituição é bem conceituada na área profissional desejada. Considere a situação econômica do país para onde vai (em especial, caso precise trabalhar) e as regras para exercer atividades remuneradas.

 

Estude a cultura local:


Nos EUA, a maioria das bolsas é parcial;

Na França, alunos aprovados em vestibulares brasileiros têm grandes chances de ingresso, com bolsa total (lá, o ensino universitário é totalmente público e o dinheiro serve para inscrições e outras despesas);

A Inglaterra tem processos seletivos menos burocráticos;

Austrália e Canadá têm cursos e custos de vida mais baratos que a maioria.


É possível trabalhar, a partir do sexto mês. Em 2012, o Canadá recebeu o número recorde de 100 mil alunos estrangeiros, segundo o setor de imigração. Eles  movimentam 8 bilhões de dólares por ano, na economia canadense, por isso são bem-vindos e têm entrada facilitada.

 

A Espanha oferece vagas para brasileiros, pelo Prouni internacional, todo ano.

 

Na Turquia, a anuidade, em geral, é de 700 dólares. Algumas faculdades são associadas a escolas inglesas. O movimento diminuiu após os protestos recentes.

 

Países árabes estão em alta e recebem novos campi de universidades famosas.


Singapura também está em expansão universitária.


Contatos

 

Representações oficiais para assuntos sobre educação

 

 Escritório de Harvard no Brasil: (11) 3549-9590
 EUA: educationusa.org.br
 Reino Unido: www.educationuk.org
 Austrália: www.studyinaustralia.gov.au/brazil
 França: www.bresil.campusfrance.org
 Canadá: www.educationau-incanada.ca

 

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