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POLÍTICA | CAMPANHA »

Rumo ao Buriti

Com o fim do prazo das filiações partidárias, já é possível traçar cenários de alianças com vistas às eleições de 2014. Saiba quem serão os protagonistas da próxima disputa ao GDF

Ana Maria Campos - Matheus Teixeira - Redação Publicação:28/11/2013 15:23Atualização:28/11/2013 16:46

 

A campanha para as eleições de 2014 começou. As filiações partidárias, a um ano do pleito, representam um mapa dos grupos políticos no jogo da sucessão. Abatidos em crises recentes, os ex-governadores Joaquim Roriz e José Roberto Arruda, ao ingressarem, respectivamente, no PRTB e PR, deixaram claro que estão no páreo, seja para concorrer como protagonistas, seja para influenciar o resultado na condição de cabos eleitorais. Um almoço que reuniu na residência oficial de Águas Claras o governador Agnelo Queiroz (PT) e o vice-governador Tadeu Filippelli (PMDB), com caciques das duas legendas colocou um ponto final nos rumores de rompimento.


Outro movimento nacional tem impacto no Distrito Federal. A filiação da ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva ao PSB do presidenciável Eduardo Campos, governador de Pernambuco, fortalece a construção de aliança entre o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) e o deputado José Antônio Reguffe (PDT-DF). O pedetista representaria a Rede na disputa ao Buriti, caso a criação da legenda fosse autorizada. O partido já lançou o deputado mais votado do DF ao governo, mas ainda há chance de união.


Com o quadro eleitoral posto, começam agora as construções das coligações. A poucos dias da filiação de Roriz ao PRTB, o ex-deputado Alberto Fraga, presidente regional do DEM, foi o anfitrião de um evento importante. Em nome do pragmatismo político, Arruda e Roriz deixaram para trás embates que os separaram no passado. “O encontro foi para que os dois se entendessem. Se um não pode ser candidato, que abra para o outro”, conta Fraga.


Uma semana depois da reunião, Fraga convidou Roriz para ingressar no DEM. A filiação só não deu certo por veto do presidente nacional, senador Agripino Maia (RN-DEM). Outras negociações entre os dois ex-governadores estão em curso. Eles vinham analisando cenários também com a participação do vice-governador Tadeu Filippelli, que, no entanto, deu sinais de que PT e PMDB vão caminhar no mesmo rumo para 2014. “Essa sinalização é importante para o funcionamento do Executivo e para o trabalho de nossas bases”, acredita Agnelo. “Foi um importante passo para a reedição da aliança”, diz Filippelli.


Agnelo trabalha, agora, para manter a base de apoio, tarefa mais difícil do que foi em 2010. Dois dos principais partidos, PSB e PDT, já não fazem mais parte do governo. Outras legendas namoram com a oposição. Ter um bom tempo de TV é visto como essencial para Agnelo. “Temos muito o que mostrar. Foi o governo que mais fez pela cidade nos últimos anos”, avalia o deputado distrital Chico Vigilante (PT). Um dos entraves é a escolha do nome que petistas vão lançar na corrida ao Senado. Um dos cotados é o deputado Geraldo Magela (PT), secretário de Habitação. O senador Gim Argello, presidente do PTB-DF, no entanto, quer ser o escolhido em troca do apoio.


Complicações judiciais também podem afastar Arruda (PR), cassado após o escândalo da Caixa de Pandora, do jogo. Roriz também tem problemas com a Lei da Ficha Limpa. Se realmente não conseguirem ser candidatos, a distrital Liliane Roriz, filiada ao PRTB do ex-senador Luiz Estevão, é uma das alternativas. Luiz Pitman (PSDB), deputado federal, é outro nome aglutinador da oposição.


Um forte sentimento de mudança despertado pelas manifestações de junho é a esperança de Rollemberg para se tornar o chefe do Executivo. Ele pretende representar esse sentimento para angariar votos e ter chance de vitória. “Há um desejo de mudança muito grande, e isso nos ajudará”, espera. Mesmo o PDT tendo lançado a pré-candidatura de Reguffe (PDT), ele acredita na aliança com os trabalhistas: “Estaremos juntos no ano que vem”, assegura. Entretanto, não abre mão da cabeça da chapa: “Minha candidatura já está colocada”, afirma.

 

TRÊS PERGUNTAS PARA JOFRAN FREJAT

 ( Aureliza Corrêa/Esp. CB/D.A Press)
Jofran Frejat (PR) é ex-secretário de Saúde e ex-deputado federal, foi candidato a vice na chapa de Joaquim Roriz, depois substituído por Weslian Roriz, na última eleição. É considerado um curinga. Tem sido cortejado para alianças com diferentes partidos. Pode concorrer ao Buriti, com apoio de Roriz e Arruda, caso os dois caciques fiquem impedidos de disputar ou escolham outro caminho. Não se descarta nem mesmo que se alie a outros dois nomes da esquerda, Agnelo Queiroz ou Rodrigo Rollemberg.

O Sr. é apontado como um curinga político. Pode entrar em campo para jogar em vários times. Qual vai escolher?
Não tenho escolha nenhuma. Não sei nem se serei candidato. Estou muito decepcionado com a política. Estou bem cuidando da mulher, filhos e netos. O pessoal me quer para ser figurante. Não me querem como protagonista. Assim não quero. Dei uma colaboração grande para Brasília.

O Sr. só será candidato como cabeça de chapa?
Não coloco dessa maneira. Pedem que vá para um partido para somar votos. Essa conversa não me interessa. Mas não estou preocupado em ser cabeça de chapa. Tenho pensado muito em ser candidato a deputado federal, desde que seja com um grupo político que queira fazer alguma coisa pela cidade.

No seu conceito, quem tem nota mais alta: Agnelo, Arruda ou Roriz?
Essa não vou responder. Tenho diálogo com todos. Não tenho nada contra ninguém. Sou um inimigo apenas de quem não quer fazer nada por Brasília. Mas sei que não serei escolhido por opção e, sim, por exclusão. Se um ou outro não puder, vão querer que eu seja.

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