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Como organizar sua adega

Cada vez mais comuns em residências, adegas menores não exigem os mesmos cuidados e manutenção das grandes, como as de restaurantes. No entanto, há dicas infalíveis que ajudam a aproveitar melhor o espaço, sem perder nada da essência

Rônia Alves - redacao@encontrobrasilia.com.br Publicação:09/12/2013 14:27Atualização:09/12/2013 14:41

Para o consultor Bruno Alves, a escolha do lugar na casa é importante: as adegas devem ficar abrigadas de luz, variações de temperatura e trepidação (Bruno Pimentel / Encontro / DA Press)
Para o consultor Bruno Alves, a escolha do lugar na casa é importante: as adegas devem ficar abrigadas de luz, variações de temperatura e trepidação
 

O interesse dos brasilienses pelos vinhos tem esquentado o mercado no Distrito Federal. Os dados mais recentes do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) mostram que, em 2012, o consumo da bebida por aqui chegou à marca de 3,9 milhões de litros – somente os oriundos do Rio Grande do Sul –, 110 mil a mais do que no ano anterior. No primeiro semestre deste ano, os valores ultrapassaram 1,8 milhão de litros.

Dados atuais do consumo geral, que incluem os importados e os vinhos produzidos em outras regiões do país, serão divulgados somente no fim do ano, mas já se sabe que a bebida deixou de ser apreciada somente nos restaurantes. É cada vez mais comum encontrar nas casas uma adega armazenando garrafas com os mais variados tipos de uva. Ter um utensílio desses exige atenção, para não cometer sacrilégios que provoquem o deus do vinho, Baco, e garantir a integridade da conservação ao consumo.

Na falta de um personal wine em casa, Encontro Gastrô consultou profissionais do segmento enogastronômico para saber como ter uma adega pessoal e qual é a pedra fundamental para cuidar bem dos seus vinhos.


'As relíquias, que não devem ser manuseadas em excesso, até para preservar os rótulos, são guardadas na última prateleira', ensina a sommelière Eleonora Bonorino (Bruno Pimentel / Encontro / DA Press)
"As relíquias, que não devem ser
manuseadas em excesso, até para
preservar os rótulos, são guardadas
na última prateleira", ensina a sommelière
Eleonora Bonorino
O primeiro passo é identificar o modelo de equipamento. Há no mercado uma série de adegas para os mais variados gostos e bolsos. Uma das sugestões do sommelier e consultor gastronômico Bruno Alves é o utensílio dividido em três módulos, com temperaturas distintas para espumantes, vinhos brancos e tintos. “Mas as adegas com apenas uma porta, quando bem organizadas, também atendem às necessidades, especialmente dos iniciantes no assunto”, explica o profissional.

Escolher o ambiente é outra etapa importante. A adega deve ficar abrigada de luz, variações de temperatura e trepidação. “Como é uma bebida viva, esses três fatores fazem com que o vinho envelheça de forma desequilibrada e perca qualidade”, diz. “Com a luminosidade, ele também perde as propriedades organolépticas – taninos e antocianos.” Trocando em miúdos, os taninos são azuis e os antocianos são amarelos, daí se origina a cor da bebida tinta e, ainda, uma série de valores estruturais ligados ao aroma e ao paladar.

Embaixo da escada não é favorável, devido ao movimento de subir e descer os degraus, o que agita o vinho. Para a sommelière e professora de bebidas na Unieuro Eleonora Bonorino, a adega precisa estar num ambiente com, no máximo, 75% de umidade, para garantir a integridade da rolha. “Por isso, as garrafas ficam deitadas, para que a rolha não resseque e a bebida entre em contato com o ar”, justifica.

Na hora de organizar os rótulos na adega, a sugestão de Bruno Alves é separá-los por país, independentemente da uva e da safra. As leis da física também ajudam na organização: como o ar frio é mais pesado – pela proximidade das moléculas –, tende a baixar, por isso as últimas prateleiras são as mais refrigeradas. Então, é recomendado que espumantes, brancos e rosés fiquem por lá armazenados. Os rótulos austeros, os vinhos de guarda, também podem descansar nessa parte. “Quanto mais velhos, mais frágeis, mais delicados, o que exige menos movimento e manuseio cuidadoso”, reitera. Outra sugestão do profissional é separá-los por tipos de uvas: uma prateleira só de malbec, outra de syrah.

Eleonora Bonorino é prática e organiza sua adega pessoal, com capacidade para 24 garrafas, pelos vinhos consumidos com frequência. “As relíquias, que não devem ser manuseadas em excesso, até para preservar os rótulos, são guardadas na última prateleira”, ensina.

A função principal de uma adega é armazenar os vinhos. Na hora de servir, é preciso atenção à temperatura. “Os espumantes e champanhes vão para as taças entre 3oC e 5oC graus; brancos e rosés, de 4oC a 7oC e tintos, de 14oC a 18oC”, orienta Bruno. “O equipamento pequeno, com capacidade para 14 garrafas, já vem na temperatura ideal para vinhos tintos; os outros estilos, antes de abertos, devem passar pela geladeira ou balde com gelo para alcançar a temperatura de consumo”, conclui.

Antes de abrir a garrafa

Há divergências entre os especialistas em vinho quando se trata de qual temperatura é melhor para o consumo. Mas a tabela a seguir serve como guia para evitar apuros:

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