Treinos personalizados
A procura por estúdios de personal trainers tem aquecido a demanda no DF. E os alunos, que buscam praticidade, conforto, comodidade e privacidade, agradecem
O número de estabelecimentos que oferecem os aparelhos para musculação e os cuidados atenciosos de um profissional focado em grupos menores ainda é pequeno na comparação com as tradicionais academias de ginásticas entupidas de gente – hoje há, em todo o DF, 61 estúdios pequenos, contra 570 academias. Mas, como mostram os números do CRE, a tendência de crescimento é caminho sem volta.
Assim como a opção por esse tipo de serviço, ao menos segundo o administrador Welison Sampaio, que malha com o personal Alexandre Pereira, do estúdio MyFit, há dois anos: “Entrei para me dar ânimo, pensei que a presença de um profissional cobrando fosse auxiliar nesse início. Depois eu não consegui mais parar, porque acabei tomando gosto. A minha ideia era só conquistar disciplina, mas, pelo conforto e pela comodidade da personalização do serviço, não deixo mais”, conta. O professor Pereira acredita que o estúdio propicia espécie de ciclo virtuoso, nas vantagens para alunos e professores. Os profissionais de educação física encontram ambiente menos desgastante e estressante no trabalho em estúdio, atendendo quantidade de alunos bem menor por jornada de trabalho, de acordo com ele. A melhor remuneração é a cereja do bolo. “Já os alunos encontram um serviço de qualidade por um preço justo, com professores motivados e satisfeitos que conduzirão o treino da maneira mais segura e efetiva na busca dos resultados”, define.
A estudante Ligia Lopes tinha objetivo claro quando procurou um personal em estúdio: encarar um monstro conhecido como “barra”. Para passar no famigerado Teste de Aptidão Física no concurso da Polícia Militar, ela contou com a ajuda de Carlos. “Tinha de ficar parada 10 segundos na pegada pronada (com as mãos viradas para fora)”. Só isso? “Tudo isso! É o terror da mulherada. Treinei por quatro meses”, lembra-se. No começo, ela nunca havia passado perto da barra. Hoje, esnoba: “Agora é fichinha”. Em tempo: ela passou no concurso.
Reinventar o treino em ambientes que variam entre 20 e 80 m² tira suor dos treinadores, mas nada fica de fora, se o trabalho for benfeito, de acordo com Alexandre Pereira: “O professor não perde o acompanhamento próximo de nenhum aluno. Os treinos podem ter duração de 30 minutos ou de uma hora e conseguimos trabalhar a parte muscular, cardiorrespiratória e o alongamento, considerando a quantidade de vezes por semana que o aluno irá frequentar”. Os treinos são alterados periodicamente, respeitando as individualidades, particularidades e limitações de cada aluno. Essa variação de estímulo, além de ser fundamental para os resultados, evita que o treinamento fique maçante e enjoativo.
E para quem acha que o serviço dedicado e exclusivo é sinônimo de rombo orçamentário, há quem ache isso tudo muito relativo. Juliana Porto, advogada, destaca a economia que faz: “Em 2009, eu gastava mensalmente com personal e academia quase R$ 1 mil. Hoje eu faço pilates três vezes por semana 1h de personal para musculação, tudo no mesmo espaço e pago mais ou menos R$ 700”.
Nesse quesito, os empresários que investem no ramo se dão bem, de acordo com Carlos Lima: “O investimento inicial é mais acessível; em média com R$ 70 mil é possível montar um estúdio que atenda de forma completa as necessidades dos clientes”. Para a montagem de uma academia completa, o orçamento esbarra em vultosos R$ 1 milhão.
A treinadora de Evanete, Sabrina Camargos ressalta que o estúdio é de fato ambiente mais reservado e focado. “Diferente das academias, os alunos no estúdio não estão preocupados com desfile de moda, melhor tênis, ou melhor malha... Tenho uma aluna que me diz que toda roupa que vai ficando velha vai entrando para gaveta das roupas de malhar. Geralmente podem estar mais a vontade, o foco é estar em atividade. O nível de intimidade com o profissional já leva embora a timidez.” Com tamanha concentração, não há escapatória, ela ressalta: “É treinar ou treinar”.