Casamento na prorrogação
A Copa do Mundo fez noivas adiarem o casamento, temendo aumento geral de preços. Mesmo assim, o setor só cresce do ponto de vista econômico. Além das cifras, confira as tendências em alta
Nada de cores muito chamativas na decoração, convites extravagantes e madrinhas usando tonalidades fortes nos vestidos. O nude continua como a maior tendência nos casamentos da capital pelo menos até 2015. Essa é a aposta de cerimonialistas, blogueiros e profissionais da área. Enquanto as cifras do setor crescem a cada dia, já que a indústria do casamento movimenta uma cadeia bilionária de produtos e serviços, continua em vigor a máxima “menos é mais”. Não necessariamente menos custos. Na verdade, menos ostentação.
Neste ano, com uma preocupação a mais: a Copa do Mundo de 2014. Segundo a cerimonialista Hyathama Pires, as noivas têm evitado os meses de junho e julho para se casarem por causa dos jogos e do preço dos serviços. As passagens aéreas estão mais caras também. "Muitas estão adiando a cerimônia para o fim do ano ou até mesmo o ano que vem", diz. O mundial não deve, no entanto, interferir nos números do setor.
Apesar disso, festas com mais de 500 convidados estão em baixa. Os noivos da capital têm optado por casamentos mais intimistas, com, em média, 300 convidados. Às vezes até miniweddings, tendência das cerimônias nos Estados Unidos que virou moda no Brasil, reunindo de 80 a 180 pessoas.
Atuando em festas de casamento em Brasília há 30 anos, o cerimonialista César Serra confirma que os casamentos na cidade estão mudando. Antes, eram comuns eventos de até 1,5 mil convidados, agora não. “Os casais priorizam qualidade a quantidade. Eles preferem pagar um pouco mais para ter um excelente serviço”, afirma.
Outra tendência apontada pelos cerimonialistas é que os casamentos estão cada vez mais a cara dos noivos. Muitos fogem das igrejas e são abençoados até mesmo por parentes próximos ou sacerdotes, que dão as bênçãos fora do recinto dos templos.
As recepções contam com grupos de samba e DJs, mas as valsas não podem ficar de lado. Foi essa a opção da psicóloga Usciara Moreira Teles, noiva do servidor público Gustavo Gomes. Organizando uma festa para 300 convidados, ela contratou uma banda que toca até repertório de carnaval, mas faz questão de dançar valsa com o futuro marido. “Acompanhei vários casamentos até decidir como faria o meu. Vi o que é desnecessário para evitar gastos excessivos. Optei por não fugir muito do tradicional”, diz. Ainda assim, a psicóloga estima gastar R$ 120 mil. “Chega uma hora que você perde a noção do quanto gastou porque, no final, aparecem várias despesas extras”, comenta.
Usciara vai usar nude na decoração, tons pastéis em rosa e verde-claro, mas não abre mão do branco do vestido. “É um branco não tão branco, chamado de off-white. Comprei nos Estados Unidos”, detalha. A cerimonialista Hyathama Pires observa que os noivos estão privilegiando detalhes, atendimento VIP para os convidados e eventos intimistas e personalizados. “Também é muito comum colocar fotos dos noivos em meio à decoração, inclusive com frases e artigos”, conta.
Lívia escreve sobre tendências, tira dúvidas quanto à organização da cerimônia e recepção, comenta sobre algumas regras de etiqueta, decoração e divulga eventos. Depois do grande dia, as noivas contam como tudo aconteceu na aba “Casei”, onde elas fazem uma lista dos serviços e produtos que foram contratados. “Hoje, o padrão americano está na moda. As madrinhas usam roupas com a mesma cor, plaquinhas são usadas para a entrada dos noivos e até mesmo uma madrinha entra carregando buquê”, destaca.