Quanto vale seu tempo?
Brasilienses descobrem que dedicar algumas horas para ensinar o que sabem a outros pode ser recompensador. Em troca, eles também ganham aulas gratuitas
Em Brasília são mais de 200 pessoas cadastradas e realizando trocas. Uma delas é o fotógrafo Matheus Brito, que conheceu a plataforma pelo Facebook, em um post publicado por uma amiga. “Tinha tudo a ver com o que eu já fazia, então foi amor à primeira vista.” O rapaz tinha esse hábito de trocar experiências. Usava sua casa para quem quisesse aprender a usar um arco e flecha. No mesmo lugar há um pequeno estúdio fotográfico onde ensinava fotografia. Além disso, marcava encontros regulares de slackline para quem nunca tinha praticado a modalidade, que consiste em uma fita elástica esticada entre dois pontos fixos por onde o praticante anda e faz manobras. “E é exatamente isso que eu ofereço no Bliive, a diferença é que agora ensino pessoas que não estão no meu círculo de amizade”, conta.
Antes dos encontros, um pouco de nervosismo é normal. O fato de não saber como será a pessoa é um fator que influencia nesse aspecto. “Não dá para saber o que esperar, se ela vai gostar ou não.” Agora, ele planeja as aulas que gostaria de fazer. Já listou algumas: velejar, costurar e fazer hambúrgueres, por exemplo.
Cadastrou-se no Bliive e ofereceu a aula. Logo apareceu gente interessada. Apesar de certo estranhamento, a experiência de conhecer uma pessoa desse modo compensa. “É muito legal. Vale a pena passar por esse desconcerto inicial.”
A estudante Amanda Picchi foi quem aprendeu a fazer os amigurumis com Bianca. Em troca, ofereceu na rede seus conhecimentos de shambala, um tipo de pulseira, que aprendeu com uma amiga há dois anos.
Extrovertida, para Amanda foi tranquilo pegar aula com uma pessoa desconhecida. “O compartilhamento vale a pena. É possível adquirir habilidades que por um acaso a pessoa não teve oportunidade de desenvolver, seja por que é caro, seja por não saber se vai gostar. É uma boa forma de fazer contato inicial com o que se quer aprender.” Agora, Amanda pretende pegar outras aulas, como corte e costura, ponto cruz e Photoshop.