Hatch crucial
A Nissan inaugurou fábrica no Rio de Janeiro com a produção do compacto New March, apostando no bom desempenho do segmento dos hatchbacks no país
O próximo será o Versa, um sedã médio, que chega como produto nacional no segundo semestre deste ano. O plano da marca japonesa é atingir 5% de participação no mercado brasileiro em 2016 e ser a líder entre as marcas japonesas aqui, presentes com produção local, anunciou François Dossa, presidente da Nissan do Brasil.
Se antes, ao se falar de carros compactos, o que vinha à mente eram veículos pequenos, simples e baratos, hoje a oferta e procura por esse tipo de automóvel está mais complexa e atinge não apenas os consumidores que, com limitações orçamentárias, compram seu primeiro carro, mas também aqueles com maior poder aquisitivo, que buscam meios de locomoção ágeis, práticos para o dia a dia no trânsito urbano das grandes cidades, mas não abrem mão de sofisticações nos campos do conforto, da segurança e do design.
A primeira é a de entrada, com os carros mais baratos e menos equipados, que tem como principal comprador os frotistas – locadoras e empresas que necessitam de carros pequenos para suas atividades –, seguido pelos que compram seu primeiro automóvel. Segundo Castro, essa categoria representa 23% das vendas dos hatches pequenos. Dessa categoria, segundo análise da Nissan, fazem parte sete modelos: os Fiat Mille e Palio Fire, os Volkswagen up! e Gol G4, o Chevrolet Celta, o Ford Ka e o Renault Clio.
A segunda é a categoria que Castro chama de mainstream. Ela representa 70% das vendas do segmento dos hatches pequenos e é composta por 10 modelos, que são mais bem supridos em equipamentos, motorização e itens de conforto em relação aos de entrada. São eles os Fiat Novo Uno e Novo Palio, os Volkswagen Fox e New Gol, os Chevrolet Onix e Agile, o Fiesta Rocam, o Renault Sandero, o Toyota Etios e o Hyundai HB20, além do Nissan New March, que agora chega ao mercado como produto nacional.
A importância do segmento de compacto no mercado automobilístico é indiscutível. Os dados de emplacamentos divulgados pela Fenabrave, a associação dos revendedores do setor, mostram, porém, que nos últimos 10 anos, enquanto o crescimento nas vendas de carros de passeios e comerciais leves foi de 171,54%, o de hatches compactos foi de 83,56%. Ou seja, o crescimento do mercado como um todo foi bem maior. Em 2003, a participação dos hatches compactos, com 12 modelos em oferta, representava 62% do mercado como um todo, enquanto em 2013, com 25 modelos, essa participação foi de 42,3%. Ou seja, segundo os números divulgados pela Fenabrave, a importância dos hatches compactos perdeu relevância nos últimos 10 anos. A conclusão é que apesar de os hatches compactos ainda comandarem a trajetória da indústria automobilística no Brasil, o amadurecimento do mercado e o aparente maior poder aquisitivo do consumidor brasileiro tendem a mudar essa prioridade.