Na Mesa | Liana Sabo
Brasília tem azeitona? Tem, sim senhor. E das boas! Ascolana é o tipo do fruto da oliveira que cresceu na chácara Sapucaia, de Dagna Magalhães, próxima à Torre Digital, sob os cuidados do filho, Pedro Paulo Magalhães, formado em engenharia florestal. Ao colher a primeira safra, mãe e filho levaram as primícias para o chef Francisco Ansiliero, que, imediatamente, atestou a excelência do cultivar italiano. Depois de repousarem na salmoura por três semanas e ficarem de molho na água por mais 24 horas para sair o excesso de sal, as azeitonas já descaroçadas receberam recheio do chef, feito com presunto de parma, azeite de oliva e queijo grana padano. Empanadas em farinha, ovo e pão, são fritas no óleo quente antes de irem à mesa num delicioso petisco.
MISTURA À BRASILEIRA
Espaguete na guitarra com tinta de lula, prato da cozinha mediterrânea, que leva camarão, aspargos al dente, tomate picado sem pele e sem semente e molho de limão é a mais nova sugestão do menu do Gero. Lançado no dia em que Rogério Fasano, líder do Grupo Fasano, anunciou a integração das operações de hotéis e restaurantes – agora administrados pela holding JHSF – o novo prato elaborado pelo chef Ronny Peterson “mostra que aqui nada mudou”, garante o gerente Célio Freitas.
EMPADAS ALENTEJANAS
O que era apenas “uma casa de chá, que serve pratinhos salgados”, segundo a proprietária Carmo Orrico, agora vai crescer e aparecer. A grife Delícias Portuguesas trocou o subsolo do bloco C da 214 Norte por uma lojinha no bloco A da 114 Norte, de frente para a rua. Para a chef baiana, que aprendeu o ofício com a sogra portuguesa, agora, sim, trata-se de uma confeitaria de doces conventuais, o que não a impede de prosseguir na linha de congelados, todos eles à base de bacalhau, e até oferecer novos produtos, como a empada assada à moda do Alentejo. Ela sai em quatro sabores: pato, bacalhau, pernil suíno e galinha. Inaugurada no fim de junho, com cinco mesinhas do lado de fora, a casa lança este mês três sanduíches lusitanos. O bifana traz um naco de carne de porco no pão; o prego, feito com bife de filé; e o francesinha, robusto lanche típico do Porto, que é um pão de forma recheado com linguiça, salsinha, filé, presunto e queijo. Vale como refeição.
A cada viagem à Itália, Antonello Monardo traz um novo drinque. Na última, feita em maio à Toscana e Sardenha, o especialista em café colheu justamente em Livorno, cidade portuária à margem do mar Tirreno, curiosa história de um navio cujos porões transportavam sacas de café e barris de rum da Jamaica. Na travessia, barricas se romperam, a carga se misturou e acabou vendida para os estivadores a preço de banana. Daí surgiu o ponce alla livornese, uma bebida forte e quente, ideal para noites frias, feita de café, açúcar vaporizado, rum e limão-siciliano. Servida em copo largo, pode levar ainda uma lasca de canela como opção.