Longe do ninho
Fazer intercâmbio para treinar outros idiomas não é programa só para jovens. Há opções também para crianças e adolescentes
A empresa tem a parceria com escolas de línguas e colégios. O intuito é que elas ajudem a montar o programa. Além disso, um professor das escolas sempre acompanha as viagens. “Até para as crianças terem um apoio maior lá. Ficam com mais segurança.”
Paulo conta ainda que nas escolas internacionais costuma-se dizer que o brasileiro tem um nível muito bom de inglês comparado a outros países, mas que “trava” na hora de falar. “Quando se faz um programa de intercâmbio, dá-se sentido para o inglês que está aprendendo e o participante perde o medo de falar, porque aquilo será seu meio de comunicação.” Além de tirar esse medo das crianças logo cedo, elas vão conviver com jovens do mundo inteiro. “Você trabalha a questão de networking com uma criança. Quando se lança alguém de 12, 13 anos para um programa fora, ela está muito fragilizada, fica com medo no início. Então, as amizades que fazem lá são muito fortes”, explica Paulo. “Nós vemos esse programa para crianças como um test-drive para próximos intercâmbios.”
Aos 14 anos, a menina fez intercâmbio em Londres, desta vez sem intermédio da escola. Lá teve problemas com a casa onde ficou alojada, mas o empecilho foi superado com mudança de hospedagem. Fora isso, não teve contratempos mais graves em suas viagens. Aos 15 anos, foi para Boston e já se prepara para cursar um ano do ensino médio em 2015 também nos Estados Unidos. Apesar de as três experiências terem sido bem diferentes, Mariana ainda acha que a primeira foi a mais marcante.
A mãe da garota conta que a apoiou na decisão sobre o intercâmbio. “Sempre incentivei o aprendizado de línguas”, conta a dentista Luciana Oliveira. O fato de ir um professor da escola de inglês e de também haver um contato da empresa de intercâmbio no local fizeram com que Luciana ficasse mais tranquila com relação à viagem. Além disso, antes de ir, já havia feito contato com a família que receberia a filha. Luciana não cumpre a recomendação de não conversar constantemente com a menina. “Entro em contato todo dia pela internet, então me sinto segura para mandá-la no intercâmbio”, conta. “Mas é só para saber se estava tudo bem, se ela estava feliz.”
Na World Study, há um programa pensado para crianças de 8 a 17 anos. Chamado de Férias Inteligentes, o cronograma conta com carga horária de 15 a 20 aulas de idioma por semana. Atreladas a isso, há algumas viagens e passeios a destinos próximos. “As escolas estrangeiras oferecem esses programas de acordo com as atividades possíveis de serem feitas em determinadas épocas do ano, variando se for inverno ou verão no local”, explica.
Na Central de Intercâmbio (CI), crianças de 7 anos a adolescentes de 17 anos também têm a chance de fazer um programa nas férias. Aliando aulas de inglês pela manhã e atividades diferentes à tarde, como passeios para centros históricos, compras, cinemas e outras visitas, o Intercâmbio Teen pode ser feito com um grupo oficial da CI ou individualmente. Os participantes ficam alojados em casas de família ou residência estudantil. O consultor Tiago Pacheco explica que essa é uma chance de esses alunos estudarem idiomas nas férias. “E também de terem uma experiência internacional sem sobrecarregar seus estudos”, completa.
Na hora da escolha
– Quando for escolher a empresa de intercâmbio, visite-a, não olhe só o site.
– Pesquise se a empresa está cadastrada na Brazilian Educational & Language Travel Association (Belta). A associação reúne as principais instituições brasileiras que atuam nas áreas de cursos, estágios e intercâmbio no exterior.
– Procure opções de intercâmbio que estejam de acordo com o perfil do seu filho.
– Busque um profissional gabaritado para indicar as melhores opções. Não se guie apenas por indicações de amigos. Pesquisar é importante.
– Tenha horários especiais para entrar em contato com a criança, para que ela possa aproveitar a experiência e não quebrar a imersão no outro idioma.
– Escolha bem o país. Isso ajuda a prevenir que a criança tenha algum problema de saúde relacionado ao local para onde está indo.
– Verifique se a escola onde ele vai estudar é segura e reconhecida.